Acelerar a descarbonização em todo o nosso ecossistema

Garantir uma gestão eficaz das questões relacionadas com o clima é essencial dentro das próprias organizações, de forma a garantir que os riscos críticos são identificados e mitigados e que todas as oportunidades relevantes que possam surgir são também elas identificadas e analisadas. Isto implica a implementação de políticas, práticas e projetos para reduzir as emissões de gases com efeito de estufa, e a colaboração com os stakeholders para promover práticas semelhantes. Isto conduzirá, em última instância, à transformação das atividades e do portefólio, aumentando a quantidade de energia com baixo teor de carbono que é produzida e vendida.

As nossas ambições e targets

 

Supervisão e gestão clara e eficaz do clima

A incapacidade de enfrentar prontamente os riscos e oportunidades relacionados com o clima pode comprometer a capacidade de uma empresa para manter a criação de valor a longo prazo, atrair investimentos, reter os melhores talentos, salvaguardar a sua reputação e até manter a sua licença para operar.

A Galp reconhece que uma liderança responsável é crucial na supervisão e abordagem aos riscos e oportunidades relacionados com o clima e a transição energética - no curto, médio e longo prazos - tendo-os incorporado no processo de formulação estratégica e no planeamento do investimento da Empresa. Estas responsabilidades, supervisionadas pelo Conselho de Administração e pela Comissão Executiva, são geridos diretamente pela Comissão de Sustentabilidade, com o apoio da Comissão de Gestão de Riscos. A CFO supervisiona as equipas de Sustentabilidade e de Gestão do Risco.

Estas duas comissões desempenham um papel fundamental, suportando o Conselho de Administração na inclusão dos princípios de sustentabilidade no seu processo de tomada de decisão, e assistindo a Empresa na identificação e gestão contínua dos principais riscos e oportunidades que enfrenta.

O Chief Sustainability Officer (CSO) da Galp tem também o papel de Diretor do Departamento de Sustentabilidade e Relações com Investidores. O CSO é responsável pela gestão empresarial dos riscos de sustentabilidade e por definir e propor metodologias de avaliação e monitorização. Estas são implementadas em coordenação com as unidades de negócio e a equipas corporativas relevantes, incluindo a equipa corporativa de Gestão de Risco, assegurando assim a definição de um plano de ação para minimizar e mitigar estes riscos.

Governo corporativo e Clima

O Chief Sustainability Officer (CSO) da Galp tem também o papel de Diretor do Departamento de Sustentabilidade e Relações com Investidores. O CSO é responsável pela gestão empresarial dos riscos de sustentabilidade e por definir e propor metodologias de avaliação e monitorização. Estas são implementadas em coordenação com as unidades de negócio e a equipas corporativas relevantes, incluindo a equipa corporativa de Gestão de Risco, assegurando assim a definição de um plano de ação para minimizar e mitigar estes riscos.

Integrar o preço do carbono na aprovação de investimentos

A Galp considera que a internalização dos custos das emissões de Gases de Efeito de Estufa (GEE), por exemplo através de um preço interno do carbono, é uma ferramenta eficaz para avaliar a sustentabilidade relacionada com o clima e incentivar o investimento em soluções de baixo teor de carbono. A Galp incorpora um preço global do carbono na avaliação de novos projetos e quando se verificam alterações nos projetos existentes. Isto permite à Empresa assegurar a resiliência dos seus investimentos, mesmo em geografias sem regimes de comércio de licenças de emissões em vigor.

Os preços do carbono considerados estão em linha com os cenários externos de transição energética a longo prazo (cerca de 90 €/tonelada de CO2 até 2025, cerca de 110 €/tonelada de CO2 até 2030 e cerca de 190 €/tonelada de CO2 até 2050) e integram a legislação atual, tentando simultaneamente antecipar futuras tendências regulamentares.

Além disso, ao avaliar o desenvolvimento de novos projetos, ou a expansão ou atualização de ativos existentes, a Galp avalia também o impacto das emissões de CO2 nas suas métricas de descarbonização. Esta abordagem garante que é dada prioridade a projetos de baixa intensidade de carbono, ajudando a Empresa a atingir as suas ambições de descarbonização.

Avaliação das oportunidades e riscos climáticos físicos e de transição

A Galp tem vindo a melhorar a identificação e quantificação dos seus riscos e oportunidades relacionados com o clima, incluindo riscos físicos (agudos e crónicos) e riscos de transição, alinhando-se com as recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD) e preparando os requisitos de divulgação exigidos pela Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade da UE e pela Taxonomia da UE para as atividades sustentáveis.

Esta avaliação visa avaliar a resiliência da estratégia da Empresa a diferentes cenários climáticos e integrar os riscos associados mais relevantes no framework de gestão de riscos. A evolução dos principais riscos climáticos identificados será monitorizada futuramente e serão definidas e aplicadas as medidas de mitigação e adaptação adequadas.

A análise mais recente dos riscos físicos concluiu que a organização tem uma exposição relativamente baixa a riscos físicos crónicos. Os riscos físicos agudos mais significativos identificados são os fenómenos extremos de vento e chuva.

Embora tenham sido feitas avaliações iniciais, a Empresa está a implementar processos e ferramentas que nos permitirão melhorar as avaliações dos riscos físicos e de transição relacionados com o clima. Esta implementação irá providenciar um suporte adicional aos investimentos internos e a outras decisões de gestão, e ajudar a preparar a divulgação futura.

Saiba mais sobre o alinhamento de Galp com as recomendações da TCFD, incluindo o governance da Empresa no que diz respeito a riscos e oportunidades relacionados com as alterações climáticas.

Consulte o CDP Climate Change - Resposta 2023 para mais informações

Reduzir e mitigar as nossas emissões de GEE

No âmbito do seu trajeto rumo a um futuro com baixas emissões de carbono, a Empresa está focada na redução progressiva das emissões das suas operações e na descarbonização do seu portefólio.

Metas para 2030

A Galp tem em curso uma estratégia de transição energética ambiciosa, mas pragmática. A intensidade carbónica do atual portefólio da Galp é já uma das mais baixas do setor. O nosso portefólio de projetos Upstream tem uma intensidade de carbono inferior em cerca de 50% à média do setor, de acordo com a Associação Internacional de Produtores de Petróleo e Gás (IOGP). Adicionalmente a integração de energias renováveis na Galp é atualmente mais de quatro vezes superior à média dos seus pares, em termos relativos, com base na produção de hidrocarbonetos.

Com uma abordagem pragmática e realista ao setor energético e um plano de redução significativa de emissões já em curso, a Galp tem a ambição de reduzir as suas emissões operacionais absolutas em 40% até 20301.

Esta meta baseia-se no desenvolvimento de projetos já identificados e reflete o atual empenho da Empresa na redução da sua pegada de carbono, patente nas recentes decisões de investimento em projetos-chave como os primeiros 100 MW de eletrolisadores para a produção de hidrogénio verde. Acrescem ainda os investimentos significativos em eficiência energética operacional, eletrificação e o compromisso sólido com a produção de eletricidade renovável que irão assegurar a direção certa para continuar a redução das emissões e descarbonizar o nosso portefólio ao longo da década.

Adicionalmente, a Galp definiu duas metas de redução da intensidade carbónica, da energia que produzimos e da energia que vendemos aos nossos clientes, que refletem o seu progresso rumo a um futuro com menos carbono, tendo também como referência 2017.

1Estes objetivos consideram 2017 como o ano de referência, uma vez que esse ano marca o início da diversificação do nosso portefólio e o compromisso com o desenvolvimento de uma estratégia de transição.

Metodologia da intensidade de carbono e benchmarking

A Galp reconhece que a comunicação das métricas e metodologias de contabilização de carbono aumenta a confiança dos stakeholders. Para atingir este objetivo, a Galp acredita que existe uma necessidade clara de desenvolver uma abordagem comum para o setor de O&G.

A intensidade de carbono da Galp utiliza métricas independentes que incluem também a exposição às emissões indiretas da cadeia de valor (âmbito 3). Trata-se de emissões sobre as quais a Galp tem um controlo direto limitado e cuja gestão é complexa. Além disso, as atuais metodologias para a medição destas emissões consideram diversas abordagens para a avaliação das intensidades e tornam o benchmarking extremamente difícil, aspetos que devem ser cuidadosamente considerados ao refletir sobre o caminho a seguir ou no suporte aos processos eficazes de tomada de decisões sobre o portefólio da Empresa.

Tendo em conta as opções do nosso portefólio e as oportunidades e desafios decorrentes da dinâmica do mercado energético nas diversas atividades que integram as nossas cadeias de valor, a Galp poderá rever a aplicabilidade das metas de intensidade de carbono a médio prazo, que se estendem para além das nossas operações diretas.

No entanto, a trajetória mantém-se clara, uma vez que a integração de energias de baixo carbono e o aumento da produção de energia renovável serão fundamentais para preparar a Galp a enfrentar desafios futuros e a continuar a descarbonizar o seu portefólio e a energia que fornece, mantendo o alinhamento com a sociedade e com as metas da UE.

Para mais informações sobre a métrica da intensidade carbónica, consulte a nossa Metodologia de Intensidade de Carbono. Assim que a orientação SBTi para o setor do Oil & Gas estiver disponível, a Galp irá avaliar a sua aplicação e os impactos sobre as atuais metas.

Meta net zero para 2050 uma ambição em consonância com a sociedade

As atuais metas a curto e médio prazo são o primeiro passo decisivo no sentido de atingir as zero emissões líquidas até 2050, em consonância com a evolução da procura pela sociedade. Com a aceleração da transição energética e o avanço da sociedade para um futuro com menores emissões de carbono, a Galp irá adaptar os seus negócios de acordo com essa realidade, e os nossos investimentos e portefólio serão o reflexo deste progresso. No entanto, para horizontes temporais mais longos, o nível de incerteza das variáveis relevantes é tão elevado que não é viável fazer projeções realistas em termos dos projetos específicos e investimentos associados. Isto é especialmente pertinente visto que pode não ser técnica e/ou economicamente viável atualmente desenvolver algumas das soluções e tecnologias de baixo carbono que estarão disponíveis no futuro.

O nosso portefólio de energias irá continuar a mudar ao longo do tempo, e a Galp continuará empenhada em proporcionar energia acessível, fiável e sustentável aos seus clientes.

Metano

As emissões de metano da Empresa têm um peso relativamente baixo nas suas emissões operacionais (<1% do total das emissões de âmbito 1 e 2 em 2023) e estão sobretudo associadas ao non-routine flaring em ativos não operados do Upstream.

Não obstante, a Galp pretende reduzir as emissões de metano dos seus ativos operados, as quais representam 23% das suas emissões globais de metano, em linha com as expetativas do setor.

Todas as ambições de redução de carbono são expressas numa base de CO2e que incorpora o impacto total das emissões de metano. Por último, todos os operadores dos ativos de Upstream da Galp em produção são signatários da Iniciativa de Redução de Metano da OGCI e da Oil and Gas Methane Partnership (OGMP) 2.0.

Atuar sobre as emissões de metano

A refinaria de Sines é o ativo operado pela Galp onde as emissões de metano são mais relevantes. Como tal, foram adotadas várias medidas para mitigar estas emissões ao longo dos anos. A refinaria instalou uma unidade de recuperação num dos seus flares para reduzir o flaring e as emissões de metano associadas, bem como uma unidade de recuperação de vapores para minimizar as emissões de compostos orgânicos voláteis (VOC) difusos, incluindo o metano proveniente da carga e descarga de hidrocarbonetos. As emissões fugitivas e difusas são também monitorizadas e tratadas pelo seu Programa LDAR (Deteção e Reparação de Fugas) anual. A refinaria está a desenvolver um plano de gestão de VOC para a gestão integrada de todas as iniciativas de redução e monitorização de emissões fugitivas e difusas, a fim de minimizar ainda mais as emissões de VOC operacionais.
Desempenho em 2023

Durante o ano de 2023, a refinaria de Sines conseguiu retomar o seu perfil normal de consumo de energia, e registou paragens programadas para a realização de manutenção periódica das unidades, o que levou a uma redução significativa das suas emissões operacionais.

O comissionamento da FLNG Coral South concluiu-se no segundo semestre de 2023, estando de momento o ativo a funcionar em condições de plateau.

Globalmente, as emissões operacionais (equity) da Galp foram 13% inferiores às do ano anterior e 30% inferiores em relação ao valor de referência de 2017.

A intensidade de carbono da energia produzida diminuiu 19% em relação ao valor de referência de 2017 e 6% em termos homólogos, enquanto a intensidade de carbono da energia vendida downstream diminuiu 4% em relação ao valor de referência e 1% em relação ao ano anterior. Estes resultados refletem a já referida diminuição das emissões operacionais absolutas, bem como o aumento da produção e venda de energia com baixo teor de carbono, como a eletricidade renovável e os biocombustíveis.

Pegada de Carbono da Galp

Todos os anos, a pegada de carbono da Galp (controlo operacional) é calculada com base em metodologias e recomendações internacionalmente reconhecidas, sendo posteriormente monitorizada e verificada por um terceiro.

Em 2023, a Galp começou a definir uma metodologia para calcular e divulgar a pegada de carbono das suas operações de Renováveis e Novos Negócios. O objetivo foi alinhar os indicadores monitorizados nesta unidade de negócio com os dos restantes negócios e continuar a melhorar as nossas divulgações relacionadas com as emissões, alargando-as à parte menos intensiva em carbono das nossas atividades.

Saiba mais sobre as nossas métricas e pegada de carbono.

Transição para soluções com baixo teor de carbono

Emissões evitadas

A Galp estima o impacto de várias das suas soluções de baixo carbono, publicando uma estimativa anual das emissões evitadas pela sua implementação. Esta estimativa é calculada com base num cenário de referência em que estas soluções e produtos não teriam sido implementados durante o ano em que foram vendidos ou executados. Em 2023, a Galp evitou a emissão de cerca de 1.500 ktonCO2e através da integração e venda de biocombustíveis para transporte, do fornecimento de eletricidade para a mobilidade elétrica, da produção e venda de eletricidade renovável e do fornecimento de equipamentos e serviços de produção descentralizada de energia e de eficiência energética.

Gerir as emissões nos nossos negócios

Upstream

O portefólio da Unidade de Negócio Upstream da Galp caracteriza-se pela sua elevada eficiência e baixa intensidade de carbono. Com c.9 kgCO2e/boe1, é quase metade da média da indústria de c. 18 kgCO2e/boe (média IOGP de 2022). Isto reflete o compromisso com a sustentabilidade e a eficiência energética na conceção e funcionamento dos projetos. O nosso trajeto começa na avaliação do projeto, na qual incorporamos a quantidade de dióxido de carbono associado à vida útil do campo nas nossas decisões de investimento, concentrando-nos no desenvolvimento de ativos com baixa intensidade de carbono.

  • Uma das características dos projetos mais recentes, como o desenvolvimento do campo de Bacalhau, localizado na bacia brasileira de Santos, consiste no baixo nível de emissões durante a vida útil do campo. A FPSO de Bacalhau, atualmente em construção e que se espera estar em funcionamento em 2025, terá um sistema de turbinas a gás de ciclo combinado para aumentar a eficiência do sistema de energia e reduzir as emissões associadas. Este sistema, combinado com um sistema de gás otimizado, permitirá uma maior eficiência energética neste ativo e reduções nas emissões provenientes da produção de energia e do non-routine flaring. O resultado será uma intensidade de emissões ao longo da vida de classe mundial, em cerca de 9 kg CO2e/boe.
  • A Empresa mantém-se focada na melhoria contínua da eficiência dos seus ativos não operados em produção. Trabalhamos com os operadores para identificar e implementar novas iniciativas de redução de emissões, tais como a melhoria dos inventários de emissões fugitivas (incluindo metano), a aplicação de sistemas de recuperação de gases de flare, bem como a identificação de outras iniciativas que possam resultar numa maior eficiência energética e em menores emissões.

O compromisso da Galp com a sustentabilidade ambiental é demonstrado pela sua adesão à iniciativa Zero Routine Flaring by 2030 do Banco Mundial. O objetivo é acabar com routine flaring em projetos de produção de hidrocarbonetos, que contribuem significativamente para as emissões de gases com efeito de estufa. Atualmente, todos os projetos Upstream em que a Galp está envolvida operam sem routine flaring.

1 O cálculo da intensidade carbónica do Upstream da Galp segue as recomendações da IOGP e inclui emissões do uso de energia e flaring e exclui as emissões dos processos considerados como sendo midstream na FLNG Coral.

Industrial & Midstream

  • Eficiência e redução de emissões em Sines

Durante 2023, a Refinaria de Sines manteve-se focada na melhoria da eficiência e na integridade das suas operações. Durante a paragem planeada, foram implementados vários projetos de eficiência energética. Estes incluíram a conclusão da substituição e modernização da caldeira de recuperação na unidade de FCC, de vários permutadores por tecnologia mais avançada com maior transferência térmica, e de reatores na unidade de platforming. Prevê-se que estes projetos reduzam as emissões em cerca de 70 kton CO2/ano quando estiverem totalmente operacionais.

  Intensidade carbónica (kg CO2/CWT)
Refinaria 2020 2021 2022 2023
Sines 30,3 30,2 32,2 30,9

Ao longo do ano, foram identificados e aprovados investimentos adicionais em eficiência energética. Estes estão programados para serem implementados entre 2024-2025 e incluem projetos de eletrificação e reencaminhamento de gás pré-flash, visando uma redução de emissões associada de c.40 kton CO2e.

Além disso, foi efetuada em 2023 uma avaliação em toda a instalação para analisar e identificar oportunidades adicionais de melhoria da eficiência energética e complementar o roadmap de descarbonização da refinaria.

Também se verificaram avanços na digitalização das operações, com a ferramenta ELLA (Energy Lean & Live Advisor) a apoiar a gestão das utilities, permitindo uma maior versatilidade, eficiência e robustez na sua utilização.

  Energy Intensity Index
Refinaria 2020 2021 2022 2023
Sines 95,8 101,6 98,7 100,2
  • Combustíveis com baixo teor de carbono

Em 2023, a Galp continuou a aumentar a sua produção de HVO por co-processamento na Refinaria de Sines, alcançando um total de 108 kton.  Esta quantidade é adicional às cerca de 25 kton de biodiesel FAME de segunda geração produzido na Enerfuel.

Durante o ano, foram integrados c.362.000 m3 de biocombustíveis no gasóleo (biodiesel e HVO) e na gasolina (bioetanol) vendidos pela Empresa na Península Ibérica, incluindo os cerca de 25 kton de biodiesel FAME de segunda geração produzido pela Enerfuel. Isto traduziu-se numa redução significativa de aproximadamente 1.000 kton de emissões de dióxido de carbono durante a vida útil do produto, em comparação com o seu equivalente de combustíveis fósseis.

Investir num futuro com baixas emissões de carbono em Sines

​A empresa está a aumentar a quantidade de energia renovável utilizada nas suas operações e a procurar desenvolver combustíveis renováveis com baixo teor de carbono para alimentar todas as formas de transporte. Em 2023, a Galp realizou a FID do seu primeiro eletrolisador de 100MW para produção de hidrogénio verde. Este projeto de grande escala permitirá substituir cerca de 20% da atual produção de hidrogénio à base de gás natural na refinaria de Sines e poderá levar a uma redução em cerca de 110 ktpa de emissões de gases com efeito de estufa de âmbito 1 e 2. Simultaneamente, a Galp aprovou o investimento numa unidade HVO com capacidade de 270 ktpa capaz de produzir biodiesel e SAF, em parceria com a Mitsui. A unidade utilizará resíduos para produzir gasóleo renovável (HVO) e SAF. Isto permitirá evitar cerca de 800 ktpa de emissões de gases com efeito de estufa (âmbito 3, CO2e), em comparação com a alternativa de combustíveis fósseis. Estes projetos serão essenciais para a descarbonização da refinaria de Sines e do portefólio da Empresa, e vão permitir-lhe aumentar a sua produção de combustíveis com baixo teor de carbono de modo a disponibilizar combustíveis sustentáveis para todos os meios de transporte.
  • Fornecimento de GNL

No final de 2022, a Galp assinou um acordo com a NextDecade para comprar 1 mtpa de GNL a partir do seu projeto Rio Grande GNL, no Texas, durante 20 anos, com entregas a partir de 2027. A instalação está atualmente a ser construída e incluirá soluções de Captura e Armazenamento de Carbono, com capacidade de reduzir substancialmente as emissões do ciclo de vida do GNL. Isto proporciona à Galp a opção de comprar volumes de GNL cujas emissões de liquefação foram capturadas.

  • Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono

A Galp está a explorar uma gama de caminhos e opções a longo prazo para mitigar, reduzir e utilizar o CO2 para além de 2030. Embora seja difícil nesta fase prever qual a tecnologia ou utilização final a que a empresa dará prioridade, a Galp pretende transformar este desafio numa oportunidade. Para tal, está a investigar opções de armazenamento ou formas de utilizar diretamente o CO2 em indústrias como a alimentar e a produção de combustíveis sintéticos, em especial quando associado ao hidrogénio verde.

  • Compensação de emissões de carbono

As compensações de emissões não fazem parte da estratégia da Galp para atingir os seus objetivos de descarbonização a curto prazo (2030). Podem, no entanto, constituir um instrumento útil para atingir emissões líquidas nulas até 2050, em conformidade com as normas de fixação de metas climáticas reconhecidas a nível mundial.

As compensações de emissões de carbono também podem ser importantes para os clientes, cada vez mais preocupados com o seu impacto no clima e que, por conseguinte, podem estar interessados em compensar as emissões do seu consumo de combustível através da Galp, até estes serem substituídos por alternativas viáveis de baixa intensidade de carbono. Para responder a estas necessidades, a Galp está a implementar soluções que integram as compensações de emissões na sua oferta comercial. A Galp está a desenvolver capacidades e normas para gerir as compensações e créditos de carbono, desde o desenvolvimento de projetos até à comercialização, de acordo com as melhores recomendações disponíveis, de forma a garantir a qualidade do projeto e a fiabilidade do processo.

Saiba mais sobre a compensação de carbono na Galp

Comercial

A Galp foi pioneira no fornecimento de combustíveis de baixa intensidade carbónica em Portugal em 2022, fornecendo SAF para a aviação e HVO para o transporte marítimo. Em 2023, a Galp deu mais um passo importante para a descarbonização do transporte rodoviário pesado com o lançamento e comercialização do Gasóleo Renovável 100%. Este é produzido a partir de matérias-primas residuais e pode ser utilizado em motores de combustão e geradores a gasóleo, sem necessidade de modificações no motor. Permite uma redução de até 90% das emissões do ciclo de vida em comparação com um equivalente fóssil.

A Galp também alargou a sua oferta de produtos sustentáveis aos lubrificantes com a linha Galp Bio, uma gama de lubrificantes biodegradáveis, à base de óleos vegetais, que estão em conformidade com um vasto leque de especificações, incluindo a Ecolabel. As vantagens dos lubrificantes com uma base biológica incluem a elevada biodegradabilidade, melhor lubrificação, boas propriedades térmicas, renovação do óleo-base e o seu reduzido impacto ambiental.

  • Galp Electric

A Galp Electric prosseguiu o crescimento acelerado da sua rede de pontos de carregamento públicos e privados. No total, são mais de 4.800 postos de carregamento em Portugal e Espanha, dos quais cerca de 25% são postos de carregamento rápido e ultrarrápido. As vendas de eletricidade para mobilidade aumentaram para um total de 17 GWh, o que corresponde a cerca de 13 ktons de emissões de CO2 evitadas em comparação com a mesma energia utilizada num veículo com motor de combustão interna, ao longo do seu ciclo de vida.

Carregamento de veículos elétricos na IKEA em Portugal

A Galp estabeleceu uma parceria com a IKEA para instalar cerca de 280 pontos de carregamento nas lojas IKEA em Portugal. Esta nova infraestrutura garante que 210 veículos podem carregar simultaneamente por hora nos parques de estacionamento IKEA uma autonomia equivalente a 100 quilómetros. A Empresa continuou a construir colaborações importantes que lhe permitem alargar a sua rede de carregamento público, permitindo aos seus parceiros reduzir as suas emissões.
  • Soluções solares descentralizadas Galp

A Galp fornece soluções de produção e armazenamento de energia solar descentralizadas a clientes B2B e B2C, dentro dos setores residencial, comercial e industrial, utilizando tecnologia avançada para fornecer soluções personalizadas e resultados de excelência. Em 2023, a Empresa juntou mais de 6.000 instalações à sua rede em Portugal e Espanha, ultrapassando um total de 10.000 instalações na Península Ibérica, num total de c. 20 MW de painéis solares instalados durante o ano. Além disso, instalou mais de 700 baterias nas suas instalações. Isto ajuda os clientes a melhorar a autossuficiência, combinando a produção e o armazenamento de energia, bem como a obter poupanças anuais adicionais. Estima-se que a produção elétrica total dos cerca de 50 MW de equipamentos instalados desde 2020 seja de cerca de 55,9 GWh, o que corresponde a 5 ktCO2e de emissões evitadas em comparação com a mesma quantidade de eletricidade comprada à rede.

  • Daloop

A inovadora plataforma de Software as a Service (SaaS) para a gestão de frotas de veículos elétricos e de motor de combustão interna, infraestruturas de carregamento e respetivos utilizadores da Galp continua a crescer. Em 2023, contava com mais de 2.700 veículos e ajudou os clientes a reduzir os custos, evitando simultaneamente cerca de 1,5 kton de emissões de CO2e em comparação com as condições de funcionamento normais e não otimizadas.

Renováveis e novos negócios

A eletricidade renovável é o principal impulsionador do crescimento das energias de baixo carbono da Galp. A Empresa iniciou a produção no seu primeiro parque solar fotovoltaico em Portugal, em Alcoutim, aumentou a sua capacidade instalada para 1,4 GWp em funcionamento e gerou cerca de 2,3 TWh durante 2023. Isto traduz-se em cerca de 270 ktCO2e de emissões evitadas em comparação com a produção de uma quantidade equivalente de eletricidade no local onde foi gerada.

Consciente do potencial do offshore português em termos de produção de energia eólica, a Galp explorou possíveis oportunidades de desenvolvimento de capacidade eólica offshore.

Através das suas Operações de Capital de Risco, a Galp investiu $5 m na Verdagy, uma empresa norte-americana pioneira no desenvolvimento de uma tecnologia de eletrólise escalável para aplicações industriais, visando um menor custo e menor dependência de matérias-primas críticas.

  • Aurora

A joint venture (JV) “Aurora”, com a Northvolt, está a trabalhar no sentido da decisão final de investimento na construção da maior e mais sustentável fábrica de conversão de lítio da Europa em Portugal.

Embora a produção de hidróxido de lítio possa levar a um pequeno aumento das emissões operacionais da Galp, este material será fundamental para o fabrico de baterias. Tem capacidade para produzir cerca de 50 GWh de baterias por ano (suficientes para cerca de 700.000 veículos elétricos). Tal contribuiria significativamente para a redução das emissões no setor dos transportes. Para assegurar a mitigação do impacto desta atividade, a JV está ativamente empenhada em garantir a sustentabilidade da sua atividade e a definir roadmaps para a redução das emissões das suas operações e do ciclo de vida dos seus produtos.

Centro corporativo

O novo escritório da Galp no edifício Allo está atualmente no processo de obter as certificações LEED e WELL Platinum. Os novos escritórios são o reflexo do compromisso da empresa para com a energia e as práticas sustentáveis, uma vez que foram concebidos para enfrentar os desafios do trabalho híbrido, mas colocando o conforto acima de tudo. Os escritórios dispõem de iniciativas e práticas energéticas e de gestão de recursos sustentáveis, tais como iluminação e equipamentos eficientes, produção de eletricidade renovável no local, carregamento de veículos elétricos, equipamento eficiente em termos de água, gestão de resíduos, etc.

O novo edifício ajudará também a atingir a eletrificação da nossa frota de veículos ligeiros, prevista para 2028, e promove ativamente outras formas de mobilidade sustentável. Inclui:

  • mais de 130 postos de carregamento de veículos elétricos e híbridos para a frota da empresa, que inclui agora 27% de veículos totalmente elétricos ou híbridos.
  • mais de 70 racks com carregadores dedicados para estacionamento e carregamento de veículos elétricos ligeiros, tais como trotinetas e bicicletas elétricas.

Projetos de inovação, investigação e tecnologia

Num setor cada vez mais exigente do ponto de vista tecnológico, o enfoque na inovação, na investigação e no desenvolvimento de produção de energia de forma segura, viável e competitiva é cada vez mais importante. Esta inovação permite-nos desenvolver novos modelos de negócio, serviços e produtos, tecnologias e processos, com a ambição de melhorar a utilização eficiente da energia, e de reduzir o impacto ambiental das nossas atividades e de terceiros.

Conheça os nossos projetos

Projeto Cat4GtL - Continuous catalytic reactor for the Gas-to-Liquid process using NETmix technology

         

Candidatura:  POCI-01-0247-FEDER-069953   | LISBOA-01-0247-FEDER-069953 | Região de intervenção | Região Norte e Lisboa

Apoio no âmbito do Sistemas de Incentivos | Investigação e Desenvolvimento Tecnológico – Projetos de I&D em Copromoção

Objetivo principal | OT1 - Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação

Consórcio Promotor: Associação NET4CO2; Galp West Africa, S.A.; Universidade Nova de Lisboa; Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e Universidade do Porto.

Início: 01-09-2020 | Fim: 30-06-2023

Custo total elegível: 2.150.308,72 EUR | Apoio financeiro da União Europeia: FEDER – 1.255.351,38 EUR

projeto Cat4GtL tem como objetivo investigar e desenvolver um conceito catalítico inovador para aplicações Gás-para-Líquidos (GtL), interligando o desenvolvimento de catalisadores e o projeto e construção de protótipos de micro-reatores baseados na tecnologia NETmix  e avaliação do seu potencial de industrialização. Com este projeto pretende-se desenvolver uma solução global integrada para unidades GtL de pequena escala, capazes de serem implantadas em plataformas de exploração de petróleo e gás, locais remotos de produção de gás e refinarias de petróleo (atuais e de próxima geração). O reator fornece uma solução compacta e modular energeticamente eficiente para a produção contínua de combustíveis sintéticos de alta qualidade a partir de gás de síntese (CO e H2) através da reação Fischer-Tropsch.

Conheça aqui a ficha do projeto.

 

H2 Verde @ Refinaria de Sines - Instalação de uma unidade de produção de hidrogénio (H2) verde por via de eletrólise (tecnologia PEM)

Código do projeto | POSEUR-01-1001-FC-000026
Objetivo principal | Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores

Entidade beneficiária |  Petrogal, S.A. (NIPC: 500697370)

Data de aprovação | 24-09-2021

Data de início | 01-03-2021
Data de conclusão | 30-06-2023

Custo total elegível | 2.077.774,11 EUR

Apoio financeiro da União Europeia | Fundo Coesão – 1.766.107,99 EUR

A Operação em apreço visa a instalação de uma unidade de produção de H2 verde via tecnologia de eletrólise do tipo PEM, com capacidade total de 2,0 MW e produção média estimada de 276 t/ano, totalmente destinados a autoconsumo nas unidades de processamento presentes na Refinaria de Sines, podendo ser resumida nos seguintes objetivos:

- Instalação de unidade de eletrólise do tipo PEM com capacidade total de 2,0 MW;

- Demonstração da viabilidade técnica do conceito operativo instalado quanto à produção e autoconsumo de H2 verde, com redução média das emissões de GEE estimadas de 3.568 t CO2eq/ano;

- Participação ativa no alcance das metas definidas por parte das políticas de neutralidade carbónica estabelecidas pela Comissão Europeia para Portugal, no horizonte temporal de 2050, bem como para o cumprimento das quotas traçadas para a Europa (RNC2050).

Conheça aqui a ficha do projeto.