Projeto HVO@Galp

A unidade de biocombustíveis a "nascer" em Sines produzirá diesel renovável (HVO) e combustível sustentável para a aviação (SAF), que constituem alternativas de menor intensidade carbónica, mas desempenho equivalente ao dos convencionais gasóleo e jet de origem fóssil.

Enquadramento

O projeto HVO@Galp visa construir uma instalação industrial inovadora para produzir biocombustíveis - designadamente biogasóleo, biojet e bionafta - para utilizar na descarbonização do transporte rodoviário e aéreo. Estes biocombustíveis vão ser produzidos a partir de matérias-primas de origem biológica - como é o caso dos óleos alimentares usados e das gorduras animais - e do consumo de hidrogénio (H2) verde produzido no Galp H2 Park.

O HVO@Galp integra um hub de energia verde na refinaria de Sines, sob o lema "from a grey refinery to a green energy hub" (em português: "de uma refinaria cinzenta a um hub de energia verde").

O projeto vai ser desenvolvido no interior da refinaria de Sines e na área adjacente, pertencente à Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS), ocupando uma área de cerca de nove hectares.

Metas europeias e nacionais

O projeto HVO@Galp enquadra-se tanto na diretiva europeia RED II, que estabelece metas ambiciosas para a incorporação de biocombustíveis, quanto nos objetivos nacionais de energia renovável traçados pelo PNEC 2030.

Neste sentido, esta unidade de biocombustíveis vai permitir à Galp substituir gradualmente os convencionais gasóleo e jet de origem fóssil por alternativas com uma menor intensidade carbónica, mas desempenho equivalente. Este é um passo importante para a descarbonização da mobilidade nacional e internacional, pois fornece alternativas de energia verde para os mais variados transportes, dos veículos ligeiros à aviação.

Para além dos compromissos da Galp com a redução em 40% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e com a neutralidade carbónica até 2050, o projeto HVO@Galp alicerça-se também na nossa visão para a economia circular, minimizando o desperdício de recursos.

A

Dimensão ambiental

  • Projeto de interesse estratégico no seio da RED II, do PNEC 2030 e do RNC 2050
  • Economia circular, através da utilização de cerca de 383 kt/ano de óleos alimentares usados
  • Redução em até 88% das emissões relativas de gases com efeito de estufa
  • Minimização do consumo de água, com a recuperação de águas pluviais das coberturas dos edifícios e a utilização de água proveniente do projeto de tratamento complementar avançado de efluentes da ETAR de Ribeira de Moinhos
  • Promoção da biodiversidade local com medidas para espécies com estatuto de proteção, como o rato-de-Cabrera
  • Acompanhamento ambiental na fase de obra e posteriormente
S

Dimensão socioeconómica

  • Dinamização da economia local e contribuição para alavancar em Sines um polo de transição para energias limpas e verdes
  • Criação de cerca de 750 postos de trabalho, com um pico de 1.050 durante a execução da obra. Na fase de operação da unidade, prevê-se a criação de 76 postos de trabalho diretos e até 200 indiretos
  • Reforço das acessibilidades e infraestruturas locais, designadamente através da construção de uma ligação ao IP8
S

Dimensão de segurança

  • A Petrogal é já o principal produtor de combustíveis em Portugal, com uma larga experiência no uso seguro deste produto
  • O projeto não constitui uma fonte de risco de segurança para a população na envolvência, dado que as simulações realizadas indicam que os efeitos de um potencial acidente, ficam, no essencial, confinados aos limites do Galp H2 Park
  • Durante o desenvolvimento do projeto foram realizados vários estudos tendo em vista definir as medidas necessárias a minimizar os riscos de segurança, as quais serão implementadas não só durante a execução da obra, mas também durante a operação da unidade

O projeto em números

  • data prevista para o início da operação da unidade
    2026 data prevista para o início da operação da unidade
  • No caso do biojet, a produção será de 193 kt/ano
    262,7 kt/ano de biogasóleo No caso do biojet, a produção será de 193 kt/ano
  • ao longo de 10 anos pelo uso de biocombustíveis
    -8.8 milhões de toneladas de CO2 emitidas ao longo de 10 anos pelo uso de biocombustíveis
  • de investimento
    269 milhões de euros de investimento
  • Na fase de operação da unidade, serão criados entre 226 e 276 postos de trabalho
    1.050 trabalhadores no pico da execução da obra Na fase de operação da unidade, serão criados entre 226 e 276 postos de trabalho

Áreas de intervenção

O projeto HVO@Galp ocupará uma área de cerca de 9,3 hectares e será constituído por três grandes zonas:

  • Unidade de pré-tratamento (XT): Esta unidade realiza o pré-tratamento das matérias-primas (resíduos / subprodutos) de origem biológica, tendo como objetivo homogeneizar as suas propriedades e reduzir o impacte negativo de alguns contaminantes na vida útil do catalisador da unidade VO
  • Unidade VO: Nesta unidade vão ser produzidos biocombustíveis (biogasóleo, biojet) e outros bioprodutos (bionafta, biopropano, etc.) com o consumo de H2 verde
  • Off-Sites (OSBL): Desta zona fazem parte todas as utilidades necessárias para o correto funcionamento das unidades mencionadas anteriormente, assim como para o armazenamento e movimentação de matérias-primas, produtos intermédios e finais

Este novo projeto não acarretará alterações ao atual regime de funcionamento da refinaria de Sines

Cronograma

2024
2025
2026

​A fase de construção e montagem das instalações do projeto HVO@Galp terá a duração de cerca de 25 meses, com início previsto para o início de 2024 e final previsto para o 1.º semetre de 2026.

Em 2024, os trabalhos centrar-se-ão em:

  • Remodelação de terrenos
  • Vedação, vias e infraestruturas
  • Obras de construção civil
  • Montagem de equipamentos
  • Estruturas metálicas
  • Montagem de tubagens, cablagem elétrica e instrumentação

Início da operação da unidade.

Perguntas e respostas

Biocombustíveis

O óleo vegetal hidrogenado (em inglês: Hydrogenated Vegetable Oil) é um biocombustível que pode ser produzido a partir de gorduras e óleos vegetais que contenham ácidos gordos e triglicéridos. O termo HVO é usado para combustíveis derivados da hidrogenação e hidrocracking de diferentes matérias-primas, tais como óleos alimentares usados, tall oil, óleo de colza e gorduras animais.

No geral, o HVO tem um desempenho semelhante aos combustíveis fósseis, mas com menos impactes ambientais, pois, ao substituí-los, contribui para a redução das emissões de gases com efeito de estufa.

Assim, este biocombustível possibilita uma mais rápida descarbonização do setor dos transportes, sem que seja necessário investir em novas infraestruturas ou renovar a frota automóvel – como acontece com a mobilidade elétrica, por exemplo. Representa, por isso, um complemento a outras formas de mobilidade – algo particularmente relevante no campo do transporte rodoviário de longo curso, cujas tecnologias de descarbonização estão ainda em fase de desenvolvimento.

O HVO é, hoje, o terceiro tipo de biocombustível mais comum no mundo, a seguir ao etanol e ao FAME.

O biogasóleo e biojet produzidos nesta instalação industrial têm origem em matérias-primas sustentáveis, tais como óleos alimentares usados, resíduos oleosos (resíduos de óleo de colza, girassol, milho, palma, soja, frutos ou terras de branqueamento) e gorduras animais.

Estas matérias-primas apresentam características químicas bastante semelhantes à versão mineral atualmente utilizada. Desta forma, garante-se a elevada performance do combustível nos motores de combustão existentes, com o benefício de serem evitadas emissões de dióxido de carbono.

O projeto HVO@Galp vai concentrar-se no consumo de resíduos de atividades agrícolas / florestais, domésticas e industriais. A Galp visa, assim, obter matérias-primas sustentáveis que não competem direta nem indiretamente com alimentos e rações e que não implicam o uso de terras agrícolas.

O projeto HVO@Galp produzirá três produtos principais de origem 100% renovável - HVO, SAF e bionafta - cruciais para a transição energética e a descarbonização do setor dos transportes, quer do transporte rodoviário ligeiro e pesado, quer do transporte aéreo.

  • HVO: O projeto HVO@Galp vai permitir reduzir a importação de biocombustíveis, aumentar a resiliência de Portugal e possibilitar a autossuficiência do país no cumprimento das metas de energia renovável da União Europeia
  • SAF: Os combustíveis sustentáveis para a aviação mantêm o desempenho dos combustíveis de aviação (jet) de origem fóssil, mas com uma fração da sua pegada carbónica. A Galp ambiciona incrementar o blend de SAF com o tradicional jet de origem fóssil para proporcionar às companhias aéreas uma alternativa que lhes permita descarbonizar os seus próprios voos
  • Bionafta: A bionafta é uma mistura de hidrocarbonetos que consiste, essencialmente, em parafinas que podem ser usadas num steam cracker para produzir olefinas leves e aromáticos. Em termos de uso e desempenho, a bionafta é semelhante à tradicional nafta de origem fóssil, mas permite reduzir as emissões de dióxido de carbono

Para além de HVO, SAF e bionafta, a unidade produzirá também biopropano e biofuel gás.

Calendário, localização e investimento

A obra tem início em 2024, com uma duração prevista de 25 meses. Antecipa-se que a fase de exploração comece em 2026, após o devido comissionamento e testes aos equipamentos instalados.

O projeto HVO@Galp será desenvolvido no interior da refinaria de Sines e na área adjacente, pertencente à ZILS, ocupando uma área de cerca de nove hectares.

Esta localização permite uma maior economia de recursos, resultante do aproveitamento de sinergias e que se traduz em menores investimentos e custos de exploração. Entre as sinergias, contam-se:

  • Aproveitamento de infraestruturas e serviços auxiliares, comuns às instalações novas e às instalações já existentes na refinaria: abastecimento de fluídos (água industrial, água potável para consumo humano, etc.), destino final de efluentes, gestão de resíduos, entre outros exemplos
  • Existência prévia de infraestruturas adequadas à expedição de produtos, tais como esteira de tubagens, bons acessos rodoviários, ramal ferroviário e um porto de mar com todas as condições para a atracagem de navios de grande porte

O projeto HVO@Galp constitui um investimento de 269 milhões de euros. Contribuirá positivamente para o aumento do produto interno bruto e constituirá um importante fator de desenvolvimento económico do concelho de Sines e da região do Alentejo. Projeta-se que estes efeitos positivos sejam mesmo impactantes a nível nacional.

Funcionamento da instalação industrial

O projeto HVO@Galp terá uma capacidade de produção máxima de 262,7 kt/ano de biogasóleo e 193 kt/ano de biojet e outros produtos, também de origem renovável, como a nafta e o propano.

O projeto HVO@Galp vai permitir reduzir as emissões de dióxido de carbono em cerca de 8,8 milhões de toneladas em 10 anos, ao contribuir para a descarbonização do setor dos transportes com a produção de biocombustíveis - HVO, SAF, bionafta, biopropano e biofuel gás - que irão substituir, por ano, até 263 mil toneladas de gasóleo de origem fóssil, 193 mil toneladas de jet de origem fóssil e entre 4 e 69 mil toneladas de nafta de origem fóssil.

A tecnologia necessária à obtenção de biocombustíveis é um elemento-chave na integração do setor das energias renováveis com os setores dos gases, dos combustíveis e dos químicos. Os biocombustíveis produzidos através de resíduos tornar-se-ão numa das principais fontes de energia para o setor dos transportes, tendo em vista a transição energética, uma economia descarbonizada e uma sociedade sustentável.

A instalação industrial funcionará de forma contínua, ou seja, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano. O atual regime de funcionamento da refinaria de Sines não sofrerá alterações após a implementação do projeto HVO@Galp.

Durante a fase de construção do projeto, antecipa-se que haja 750 trabalhadores afetos às atividades - número que poderá chegar aos 1.050 no pico das operações.

Posteriormente, na fase de operação da unidade, serão criados 76 novos postos de trabalho diretos, alocados à exploração do ativo, à gestão da unidade e a áreas de suporte ao desenvolvimento do negócio (tais como Engenharia de Processo, HSE, Trading, etc.). Antevê-se que sejam também criados entre 150 e 200 postos de trabalho indiretos.

Em suma, projeta-se que seja criado um total de entre 226 e 276 postos de trabalho em 2025 - o que reforça o contributo socioeconómico deste projeto, quer para a região, quer para o país.

Constrangimentos

Durante a fase de construção do projeto, o tráfego médio diário será de 700 veículos ligeiros e 30 veículos pesados, que utilizarão o já existente acesso sul à refinaria.

A aicep Global Parques, entidade gestora da ZILS, vai construir uma ligação ao IP8 para um novo acesso por sul à refinaria, que será utilizado pelo projeto HVO@Galp para receber matérias-primas e expedir resíduos por via rodoviária. A expedição de produtos será efetuada pelo acesso norte já existente.

Contactos

Contactos Galp
  • Email: projetohvo@galp.com
  • Telefone: 800 200 200 (Horário de funcionamento da linha telefónica: das 9h às 21h)
Contactos da autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental - Agência Portuguesa do Ambiente

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