Proteger a biodiversidade

A biodiversidade é essencial para os processos que sustentam toda a vida no planeta e a sociedade humana depende da Biodiversidade para inúmeras coisas - alimentação, água, bem-estar, medicina, um clima estável, crescimento económico, entre outras. A perda de biodiversidade é um fator crítico da crise planetária que o mundo enfrenta atualmente, interligada com as Alterações Climáticas, sobretudo devido às atividades humanas. De acordo com as Nações Unidas (ONU), cerca de um milhão de espécies "já estão em vias de extinção, muitas delas nas próximas décadas, a menos que sejam tomadas medidas para reduzir a intensidade dos fatores causadores da perda de biodiversidade".

A Galp está empenhada em proteger a biodiversidade em todas as geografias onde está ativa, contribuindo para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e assegurando a preservação das áreas naturais e espécies ao longo do ciclo de vida dos seus projetos. O nosso foco passa por continuar a proteger a biodiversidade nas nossas operações atuais e criar um impacto positivo nos novos projetos. O negócio das Renováveis já está a trabalhar nesse sentido em novas instalações, particularmente nos ativos solares fotovoltaicos, assegurando uma central de energia renovável totalmente integrada como parte do ecossistema, através de um projeto-piloto.

As nossas ambições e targets
Não operar em áreas de Património Mundial UNESCO e áreas protegidas IUCN categorias l-lV
Evitar toda a desflorestação de espécies indígenas e compensar com futuras reflorestações, sempre que seja impossível evitar a desflorestação

Compromisso de incluir critérios de biodiversidade na tomada de decisão

Estamos empenhados em não operar/explorar/minar/perfurar dentro dos limites das áreas do Património Mundial da UNESCO e nas áreas protegidas da IUCN (União Internacional para a Conservação da Natureza) de Categoria I-IV. Estes compromissos baseiam-se em normas e procedimentos internos, em linha com as diretrizes da IMO (Organização Marítima Internacional), IOGP e IPIECA (Associação Internacional de Conservação Ambiental da Indústria Petrolífera), centrando-se em melhorar a integração da biodiversidade nas avaliações de impacto ambiental e na identificação e implementação de soluções adequadas para a gestão de atividades em áreas potencialmente críticas em termos da biodiversidade.

Consulte os nossos guias de boas práticas para a gestão da biodiversidade:

Complemento #1 do "Guia de Boas Práticas para a Gestão da Biodiversidade"
Complemento #2 do "Guia de Boas Práticas para a Gestão da Biodiversidade"

Avaliação dos riscos para a biodiversidade

Todos os anos é efetuado um mapeamento das áreas de preservação e proteção da biodiversidade em redor das instalações da Galp, num raio de 50 km, utilizando a IBAT (Integrated Biodiversity Assessment Tool), para avaliar a posição das instalações operadas pela Galp nas áreas de elevada importância em termos de biodiversidade1. O número de espécies ameaçadas nas áreas em redor das nossas operações é também monitorizado de acordo com a Red List da IUCN.

A avaliação do risco para a biodiversidade é realizada anualmente. Este ano incluímos o nosso negócio da Comercial B2C no âmbito, aumentando o número das instalações avaliadas operadas pela Galp para 448, o que corresponde a 100% das nossas instalações.

Olhando para todas as instalações operadas pela Galp, nenhuma se encontra nas áreas do Património Mundial da UNESCO ou adjacente às mesmas. Relativamente à localização das nossas atividades noutras áreas de alta importância de biodiversidade, 142 (32%) estão localizadas ou adjacentes (num raio de 1km) a estas regiões sensíveis. A maioria das instalações localizadas em ou adjacentes a áreas de alta importância de biodiversidade são estações de serviço em Espanha. Também concluímos que nenhuma das nossas operações de exploração e produção, biocombustíveis, cogeração e refinação se encontra nestas regiões ou adjacente às mesmas.

Pode consultar a informação mais detalhada na Avaliação do Risco para a Biodiversidade da Galp 2022.

1inclui qualquer área de proteção da biodiversidade ou de conservação prioritária identificada neste relatório, de acordo com os dados fornecidos pela ferramenta IBAT (áreas IUCN, Áreas Chave de Biodiversidade, Nacional, Ramsar, Rede Natura 2000, Mares Regionais, MAB, Rede Esmeralda e Património Mundial da UNESCO).

Integrar os nossos sites no ecossistema

Estamos continuamente focados na análise e monitorização dos impactos ambientais dos nossos projetos nas áreas importantes para a biodiversidade onde estamos ativos, quer a nível nacional, quer a nível global, seguindo a hierarquia de mitigação (evitar, minimizar, restaurar e compensar).

Para instalações já existentes com potencial impacto nas áreas protegidas de Categoria I-IV da IUCN, estamos a definir um Plano de Ação de Biodiversidade, com o objetivo de identificar e implementar as ações necessárias para minimizar o risco de quaisquer efeitos adversos. A Refinaria de Sines está atualmente a rever e atualizar o seu Plano de Ação para a Biodiversidade, a fim de tomar as medidas adequadas para a conservação do ecossistema.

Estamos também focados no desenvolvimento de uma estratégia de impacto positivo na biodiversidade, aplicada a novos projetos. Neste contexto, foi criada uma taskforce para definir esta abordagem de integração da biodiversidade e aceitação social em todo o ciclo de vida dos nossos novos projetos.

Central Inteligente de Energia Renovável

No negócio das Renováveis, foi desenvolvida uma metodologia inovadora, denominada "Central Inteligente de Energia Renovável", para criar um impacto positivo nas nossas instalações de energia solar fotovoltaica, assegurando uma central de energia renovável totalmente integrada no ecossistema. Esta abordagem tem em consideração o contexto da região (incluindo o envolvimento da comunidade) e as especificações do projeto. Define também metas e ações para avaliar o ganho líquido, que são posteriormente implementadas, monitorizadas e comunicadas. Foi iniciado um projeto-piloto para implementar esta metodologia numa central fotovoltaica situada em Alcoutim, no sul de Portugal, e estamos também a criar um plano de ação para as nossas instalações fotovoltaicas em Aragão (Espanha), plano esse com o propósito de recuperar o ecossistema natural. Para além disso, em futuros projetos, planeamos realizar um diagnóstico socioambiental e identificar as partes interessadas relevantes nos locais onde iremos operar, no sentido de obter uma caracterização completa e satisfazer as expetativas e necessidades da comunidade e do ambiente, a nível regional. Estes dados irão contribuir para um plano de ação mais completo e realista, em linha com os nossos objetivos de sustentabilidade. Todas estas iniciativas permitirão à empresa integrar as suas instalações no ecossistema e criar um impacto positivo ao promover a biodiversidade e o envolvimento da comunidade local.

Nas instalações que não são operadas pela Galp, partilhamos as nossas melhores práticas com os nossos parceiros e respeitamos os compromissos estabelecidos nas joint ventures. Os parceiros que gerem os blocos Upstream não operados pela Galp desenvolvem um conjunto de iniciativas para promover e preservar a biodiversidade. Nos últimos anos, o projeto da FLNG Coral Sul contribuiu para a proteção da biodiversidade na ilha de Vamizi, Cabo Delgado, Moçambique. As principais atividades incluem o cultivo de coral, a capacitação de 30 pescadores e um conselho comunitário de pesca, a capacitação de duas associações de artesanato feminino, o fornecimento de equipamento de laboratório à UniLurio, a universidade local, e campanhas de sensibilização para a conservação da biodiversidade na Escola Comunitária de Vamizi.

Preservar e conservar a floresta

A Galp pretende alcançar a desflorestação líquida nula nos seus novos projetos. O principal objetivo é evitar toda a desflorestação de espécies indígenas ou, quando tal for inviável, compensar a desflorestação através de reflorestação futura. Em 2022, a Galp planeou e atingiu o objetivo de implementar 6 novos projetos e evitar a desflorestação em todos eles. Para 2023, a Galp planeia implementar 10 novos projetos, 7 dos quais evitarão a desflorestação e 3 exigirão medidas de compensação.

Nota: Esta informação foi atualizada devido à revisão interna das definições de "floresta" e "desflorestação", em linha com as da Organização para a Alimentação e Agricultura (FAO) das Nações Unidas.

  2021 2022 Meta 2022 Meta 2023
Número de sites que evitaram a desflorestação 1 6 6 7
Número de sites que necessitaram de medidas de compensação (reflorestação) 5 0 0 3

 

 

Colaborar através de iniciativas e parcerias

Participamos em iniciativas e grupos de trabalho do setor do Oil & Gas que contribuem para o desenvolvimento do conhecimento sobre boas práticas na gestão da biodiversidade e dos serviços de ecossistema. Também trabalhamos em parceria com as nossas partes interessadas para implementar projetos e estabelecer boas práticas no sentido de gerir os impactos na recuperação da biodiversidade.

Em 2022, a Galp tomou a iniciativa de aderir ao fórum da Taskforce on Nature related Financial Disclosures (TNFD), um grupo consultivo multidisciplinar que partilha a missão e os princípios da TNFD, e que se disponibiliza para contribuir para o trabalho da Taskforce. A missão da TNFD é fornecer um quadro de gestão de risco e de divulgação para as empresas comunicarem os riscos relacionados com a natureza e tomaram medidas em relação aos mesmos. Este quadro permitirá às organizações como a Galp compreender de que forma a natureza tem impacto no desempenho financeiro, e incorporar estes riscos e oportunidades nas suas decisões estratégicas. Além de ser membro do BCSD, a Galp juntou-se recentemente ao seu grupo de trabalho sobre a Biodiversidade, contribuindo para a apresentação de soluções para proteger e preservar a biodiversidade.

CRASSA

A refinaria de Sines está a trabalhar com a Quercus no apoio ao projeto CRASSA (Centro de Recuperação de Animais Selvagens de Santo André), localizado no Sudoeste Alentejano. O âmbito do projeto passa pela recuperação de animais feridos, seguida da sua devolução ao respetivo habitat natural. Dos 342 animais recebidos em 2022, 326 foram devolvidos à natureza. O CRASSA também promove iniciativas de investigação e educação ambiental, sensibilizando a comunidade. Em 2022, 80 voluntários e estagiários juntaram-se à instituição, tendo a oportunidade de desenvolver competências técnicas e soft skills em diferentes áreas, tais como a biologia, veterinária, comportamento animal, trabalho de equipa, autonomia, entre outras. Também foram realizadas várias sessões de educação ambiental, envolvendo voluntários e estagiários, autoridades e a comunidade local.

“Vinum Solis”

A Galp, em parceria com o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA), está a realizar um estudo piloto sobre painéis fotovoltaicos nas vinhas da Tapada da Ajuda em Lisboa, no âmbito de uma nova abordagem sustentável à viticultura. A ideia é que a cobertura parcial ou total de uma vinha com painéis solares deverá ajudar a reduzir os níveis de radiação a que as plantas estão expostas. Além disso, os painéis serão também utilizados para produzir energia destinada a parte da procura de eletricidade no ISA.

"Uma Criança, Uma Árvore"

Em 2022 a Galp concluiu a sua parceria no projeto "Uma Criança, Uma Árvore" em Moçambique, colaborando com as associações Filhas de Maria Auxiliadora e Amigos de Inharrime, com o intuito de promover a sustentabilidade ambiental em Moatize, através da sensibilização da comunidade e da plantação de árvores na rua para combater as duras condições climatéricas e promover a reflorestação do distrito de Moatize.