Assegurar uma supervisão e gestão eficaz do clima

A Galp é uma empresa integrada de energia focada em responder às necessidades dos nossos clientes e da sociedade como um todo, promovendo um negócio sustentável e gerador de valor acrescentado a longo prazo.

O governo eficaz das questões relacionadas com o clima permite que os riscos críticos sejam mapeados e mitigados e que as oportunidades que possam surgir neste clima de mudança sejam identificadas e abordadas. Este processo inclui a adoção progressiva de políticas e práticas que abordem os desafios relacionados com a energia e o clima, incentivando simultaneamente a sua adoção internamente e trabalhando com as partes interessadas para implementar práticas semelhantes. A adaptação aos impactos das alterações climáticas e o desenvolvimento de novas soluções energéticas alinhadas com as tendências regulamentares e de procura dos clientes fortalecerão a resiliência dos nossos negócios de acordo com os cenários futuros, contribuindo simultaneamente para a promoção de uma transição justa.

Reavaliação dos targets de descarbonização

Durante o primeiro semestre de 2024, a Galp concluiu com sucesso a primeira fase da campanha de exploração do PEL-83 Mopane na Namíbia, que descobriu colunas de petróleo significativas contendo petróleo leve em areias de reservatório de alta qualidade, posicionando potencialmente Mopane como uma importante descoberta comercial.

A Galp está a reavaliar as suas metas de descarbonização considerando o efeito potencial das descobertas de Mopane e a lenta execução de desenvolvimentos renováveis, juntamente com os futuros padrões para definição e medição de metas.

Avaliar riscos e oportunidades climáticas

A Galp reconhece que uma liderança responsável é crucial para supervisionar e abordar os riscos e oportunidades relacionados com a transição climática e energética – a curto, médio e longo prazo – e tendo-os incorporado no processo de formulação estratégica e no planeamento de investimentos da Empresa.

Estas responsabilidades, supervisionadas pelo Conselho de Administração e pela Comissão Executiva, são geridas ao nível do conselho pela Comissão de Sustentabilidade, apoiada pela Comissão de Gestão de Risco. A CFO supervisiona as equipas de Sustentabilidade e Gestão de Risco.

Estas duas comissões desempenham um papel fundamental, suportando o Conselho de Administração na inclusão dos princípios de sustentabilidade no seu processo de tomada de decisão, e assistindo a Empresa na identificação e gestão contínua dos principais riscos e oportunidades que enfrenta.

O Chief Sustainability Officer (CSO) da Galp desempenha também as funções de Diretor do departamento de Sustentabilidade e Relações com Investidores, liderando a avaliação e os desenvolvimentos de sustentabilidade empresarial. Estes são implementados em coordenação com todas as unidades corporativas e de negócio relevantes, incluindo a equipa de Gestão de Risco Corporativo, garantindo assim que é estabelecido um plano de ação para minimizar e mitigar os riscos identificados.

Governo corporativo e Clima

A Comissão Executiva e a Comissão de Sustentabilidade recebem atualizações regulares relacionadas com a evolução e desempenho das emissões da Galp, bem como outras questões climáticas e ESG relevantes, incluindo quaisquer riscos e oportunidades significativos relacionados com o clima. O Conselho de Administração revê, avalia e aprova regularmente o apetite ao risco da Galp, o orçamento anual e os seus incentivos de curto e longo prazo. Acompanha também o desempenho consolidado da Sociedade e analisa o plano de negócios.

Integrar o preço do carbono na aprovação de investimentos

A Galp considera que a internalização dos custos das emissões de GEE, nomeadamente através de um preço interno do carbono, é uma ferramenta poderosa para avaliar a sustentabilidade relacionada com o clima e incentivar o investimento em soluções de baixo carbono. A Galp incorpora um preço global do carbono na avaliação de novos projetos e modificações nos existentes. Isto permite à Empresa garantir que os seus investimentos são resilientes, mesmo em geografias sem regimes de comércio de emissões em vigor.

Os preços do carbono considerados estão em linha com os cenários externos de transição energética a longo prazo (c. 90 €/tonelada de CO2 até 2025, c. 110 €/tonelada de CO2 até 2030, e c. 190 €/tonelada de CO2 até 2050) e integram a legislação atual tentando simultaneamente antecipar futuras tendências regulamentares.

Além disso, ao avaliar o desenvolvimento de novos projetos, ou a expansão ou atualização de ativos existentes, a Galp avalia também o impacto das emissões relacionadas. Esta avaliação garante a avaliação de alternativas para reduzir a intensidade carbónica dos projetos e minimizar o seu impacto ambiental.

Avaliação das oportunidades e riscos climáticos físicos e de transição

A Galp tem vindo a melhorar a identificação e quantificação dos seus riscos e oportunidades relacionados com o clima, incluindo riscos físicos (agudos e crónicos) e de transição, alinhando com as recomendações da Task Force on Climate-related Financial Disclosures (TCFD ) e preparando os requisitos de divulgação exigidos pela Diretiva de Reporte Corporativo de Sustentabilidade da EU e pela taxonomia da UE para as atividades sustentáveis.

Esta avaliação visa avaliar a resiliência da estratégia da Empresa a diferentes cenários climáticos e incorporar os riscos associados mais relevantes no quadro da gestão de riscos. A evolução dos principais riscos climáticos identificados será monitorizada no futuro e serão definidas e implementadas as medidas de mitigação e adaptação adequadas.

A análise mais recente dos riscos físicos concluiu que a organização tem uma exposição relativamente baixa a riscos físicos crónicos. Os riscos físicos agudos mais significativos identificados são os fenómenos extremos de vento e chuva.

Embora tenham sido feitas avaliações iniciais, a Empresa está a implementar processos e ferramentas que nos permitirão melhorar as avaliações de riscos físicos e de transição relacionados com o clima. Esta implementação irá providenciar um suporte adicional aos investimentos internos e a outras decisões de gestão, e ajudar a preparar a divulgação futuras.

Avaliar e mitigar as nossas emissões de GEE

No âmbito do seu progresso rumo a um sistema energético de baixo carbono, a Empresa pretende garantir a resiliência do seu portefólio, envolvendo-se no desenvolvimento de projetos para reduzir a intensidade carbónica das suas atividades e reduzir progressivamente as emissões das suas operações de fornecimento de energia, enquanto aumenta a integração das energias renováveis.

Os projetos upstream da Galp têm uma intensidade carbónica cerca de 50% inferior à média da indústria (com base na comparação com dados fornecidos pela Associação Internacional de Produtores de Petróleo e Gás), e a empresa continua focada em garantir a resiliência e elevada eficiência dos seus desenvolvimentos futuros.

Na vertente industrial downstream, a Galp tem vindo a reduzir progressivamente a pegada de carbono das suas atividades e continua ativamente envolvida no desenvolvimento de iniciativas que permitirão reduzir ainda mais as emissões e aumentar a produção de produtos com menor teor de carbono. Um exemplo claro disso são os projetos de grande escala que estão atualmente a ser construídos em Sines, a nossa principal unidade industrial, incluindo os primeiros eletrolisadores de 100 MW para produção de hidrogénio renovável e uma unidade avançada de biocombustíveis, capaz de produzir combustíveis de baixo carbono para o transporte rodoviário, aéreo e marítimo. Adicionalmente, estão previstos investimentos em eficiência energética operacional e eletrificação em Sines.

Além disso, a Galp tem vindo a desenvolver uma capacidade significativa de produção de energia renovável, cuja integração é fundamental para apoiar o desenvolvimento de outros negócios de baixo carbono em todo o grupo. De facto, a Galp é já um dos principais produtores de energia solar fotovoltaica na Península Ibérica e a integração da geração de energia renovável é superior à dos seus pares europeus (o rácio de energia renovável/produção de hidrocarbonetos é mais de quatro vezes superior à média dos seus pares).

Metano

As emissões de metano da Empresa têm um peso relativamente baixo nas suas emissões operacionais (<1% do total das emissões de âmbito 1 e 2 em 2023) e estão maioritariamente associadas ao non-routine flaring em ativos não operados do Upstream.

Não obstante, a Galp pretende reduzir as emissões de metano dos seus ativos operados, os quais representam 23% das suas emissões globais de metano, em linha com as expectativas do sector.

Por último, todos os operadores da produção upstream da Galp são signatários da OGCI Methane Reduction Initiative e da Oil and Gas Methane Partnership (OGMP) 2.0.

Atuar sobre as emissões de metano

A refinaria de Sines é o ativo operado pela Galp onde as emissões de metano são mais relevantes. Como tal, foram adotadas várias medidas para mitigar estas emissões ao longo dos anos. A refinaria instalou uma unidade de recuperação num dos seus flares para reduzir o flaring e as emissões de metano associadas, bem como uma unidade de recuperação de vapores para minimizar as emissões de compostos orgânicos voláteis (VOC) difusos, incluindo o metano proveniente da carga e descarga de hidrocarbonetos. As emissões fugitivas e difusas são também monitorizadas e tratadas pelo seu Programa LDAR (Deteção e Reparação de Fugas) anual. A refinaria está a desenvolver um plano de gestão de VOC para a gestão integrada de todas as iniciativas de redução e monitorização de emissões fugitivas e difusas, a fim de minimizar ainda mais as emissões de VOC operacionais.

Pegada de Carbono da Galp

Todos os anos, a pegada de carbono da Galp (controlo operacional) é compilada com base em metodologias e recomendações internacionalmente reconhecidas, sendo monitorizada e verificada por uma terceira parte. A Galp monitoriza a pegada de carbono da sua atividade e cadeia de valor, incluindo não só as emissões diretas das nossas operações (âmbito 1), mas também as emissões indiretas da eletricidade que adquirimos (âmbito 2) e as atividades da nossa cadeia de valor (âmbito 3).

Em 2021, a Galp fez uma revisão dos limites da sua pegada de carbono para melhor alinhar com as melhores práticas da indústria e para melhorar a transparência. Desde então, as emissões dos ativos de Upstream não operados foram incluídas no cálculo das emissões de âmbito1 e 2 (anteriormente contabilizadas no âmbito 3 – Categoria 15 – Investimentos) de modo a alinhar com o perímetro de consolidação financeira. O cálculo das emissões de âmbito 3 – Categoria 11: Uso de produtos vendidos, está agora alinhado com o método de throughput da IPIECA, o que significa que as emissões de toda a produção da refinaria são consideradas no cálculo desta categoria. O cálculo do âmbito 3 – Categoria 10: Processamento de produtos vendidos também foi alterado para refletir o processamento de petróleo bruto vendido em refinarias de terceiros.

Em 2023, a Galp começou a definir uma metodologia para calcular e divulgar a pegada de carbono das suas operações de Renováveis e Novos Negócios. O objetivo era alinhar a comunicação desta unidade de negócio com a das restantes atividades e continuar a melhorar a divulgação relacionada com as emissões, estendendo-a à parte menos intensiva em carbono das nossas atividades.

Estamos comprometidos com a melhoria contínua. A empresa atualizará a sua metodologia de cálculo e divulgação de emissões sempre que novas regulamentações relacionadas com a comunicação, recomendações e capacidades aprimoradas de recolha de dados estejam disponíveis.

Desempenho 2023

Durante 2023, a refinaria de Sines conseguiu retomar o seu perfil normal de consumo de energia e registou paragens programadas para realizar manutenções recorrentes nas unidades, o que levou a uma redução significativa das suas emissões operacionais.

A entrada em operação da Coral South FLNG foi concluída durante o segundo semestre de 2023, e o ativo está agora a operar em condições de plateau.

No geral, as emissões operacionais de Escopo 1+2 da Galp foram 13% inferiores às do ano anterior e 30% inferiores em relação à linha de base de 2017.

  Unidade 2020 2021 2022 2023
Emissões Diretas - Âmbito 1          
Total mtonCO2e 3,6 3,2 3,4 3,0
Upstream mtonCO2e 0,5 0,5 0,7 0,6
Industrial & Energy Management mtonCO2e 3,1 2,7 2,7 2,4
Commercial ktonCO2e - - <0,001 <0,001
Renewables & New Businesses ktonCO2e - - - <0,001
Outros ktonCO2e 0,004 0,005 0,005 0,006
Emissões indiretas - Âmbito 2   (com base no mercado)          
Total mtonCO2e 0,042 0,009 0,009 0,01
Upstream mtonCO2e 0,003 0 0 0
Industrial & Energy Management mtonCO2e 0,035 <0,001 <0,001 <0,001
Commercial mtonCO2e 0,007 0,009 0,009 0,008
Renewables & New Businesses mtonCO2e - - - 0,001
Outros mtonCO2e <0,001 <0,001 <0,001 <0,001
Categorias relevantes Âmbito 3          
Bens e serviços adquiridos mtonCO2e 4,6 5,6 4,7 4,2
Atividades relacionadas com combustíveis e energia mtonCO2e 0,9 1,1 1,0 0,96
Viagens de negócios mtonCO2e 0,002 0,001 0,002 0,007
Transporte e distribuição (upstream and downstream) mtonCO2e 0,3 0,3 0,6 0,7
Processamento de produtos vendidos mtonCO2e 1,5 1,5 1,3 1,2
Utilização de produtos vendidos mtonCO2e 39,6 37,8 38,6 35,2
Investimentos mtonCO2e 0,2 0 0 0

t CO₂e - toneladas de dióxido de carbono equivalente.

Notas metodológicas: A pegada de carbono da Galp é calculada anualmente e baseia-se no quadro metodológico estabelecido pelo The Greenhouse Gas Protocol – Corporate Accounting and Reporting Standard, complementado pela adaptação relevante para a indústria promovida pela International Petroleum Industry Environmental Conservation Association (IPIECA) – Compendium of Greenhouse Gas Emissions Methodologies for the Oil and Gas Industries.

Pressupostos: 1) Considerou-se o Potencial de Aquecimento Global (PAG) para um horizonte temporal de 100 anos. Fonte: Quarto Relatório de Avaliação (AR4) do IPCC. 2) Inclui emissões totais de queima de gás (flaring) (rotineira e não rotineira)

Outras métricas relacionadas com emissões

Além de calcular a sua pegada de carbono de acordo com as recomendações padrão com base no controlo operacional, a Galp também divulga as suas emissões operacionais de âmbitos 1 e 2 com base no equity share e as suas emissões líquidas totais de âmbito 3. Estas últimas refletem as emissões de âmbito 3 que ocorreriam assumindo uma integração total das cadeias de valor de energia da empresa. Acredita-se que isto seja mais representativo da eficiência das suas operações.

Nota: As emissões de âmbito 3 são emissões da cadeia de valor sobre as quais a Galp tem controlo direto limitado e, portanto, são complexas de gerir. Além disso, as metodologias atuais para calcular estas emissões incluem abordagens diversas, tornando qualquer comparação direta entre empresas um desafio.

  Unidade 2020 2021 2022 2023
Âmbitos 1+2 (equity) mtonCO2e 3,5 3,1 3,3 2,9
Âmbito 3 emissões líquidas1 mtonCO2e 41,0 38,2 40,0 35,2

1 As emissões líquidas de âmbito 3 correspondem a uma estimativa das emissões do ciclo de vida para as diferentes cadeias de valor representadas nas vendas de produtos energéticos da Galp, onde a sua própria produção de energia é integrada e subtraída, e as compras de terceiros são assumidas como a diferença entre vendas/entradas de energia e produção. As emissões de âmbito 3 da cadeia de valor do Upstream são calculadas para os volumes resultantes das compras de terceiros, e as emissões do uso de produtos vendidos são calculadas para o ponto na cadeia de valor onde o maior volume de produto é vendido.

Transição para soluções com baixo teor de carbono

Emissões evitadas

A Galp estima o impacto de várias das suas soluções de baixo carbono, publicando uma estimativa anual das emissões evitadas pela sua implementação. Esta estimativa é calculada com base num cenário de referência em que estas soluções e produtos não teriam sido implementados durante o ano em que foram vendidos ou executados. Em 2023, a Galp evitou a emissão de cerca de 1.500 ktonCO2e através da integração e venda de biocombustíveis para transporte, do fornecimento de eletricidade para a mobilidade elétrica, da produção e venda de eletricidade renovável e do fornecimento de equipamentos e serviços de produção descentralizada de energia e de eficiência energética.

Gerir as emissões nos nossos negócios

Upstream

O portefólio da Unidade de Negócio Upstream da Galp caracteriza-se pela sua elevada eficiência e baixa intensidade de carbono. Com c.9 kgCO2e/boe1, é quase metade da média da indústria de c. 18 kgCO2e/boe (média IOGP de 2022). Isto reflete o foco na sustentabilidade e a eficiência energética na conceção e funcionamento dos projetos. O nosso trajeto começa na avaliação do projeto, na qual ambicionamos incorporar a quantidade de dióxido de carbono associado à vida útil do campo nas nossas decisões de investimento, concentrando-nos no desenvolvimento de ativos com baixa intensidade de carbono.

  • Uma das características dos projetos mais recentes, como o desenvolvimento do campo de Bacalhau, localizado na bacia brasileira de Santos, consiste no baixo nível de emissões durante a vida útil do campo. A FPSO de Bacalhau, atualmente em construção e que se espera estar em funcionamento em 2025, terá um sistema de turbinas a gás de ciclo combinado para aumentar a eficiência do sistema de energia e reduzir as emissões associadas. Este sistema, combinado com um sistema de gás otimizado, permitirá uma maior eficiência energética neste ativo e reduções nas emissões provenientes da produção de energia e do non-routine flaring. O resultado será uma intensidade de emissões ao longo da vida de classe mundial, em cerca de 9 kg CO2e/boe.
  • A Empresa mantém-se focada na melhoria contínua da eficiência dos seus ativos não operados em produção. Trabalhamos com os operadores para identificar e implementar novas iniciativas de redução de emissões, tais como a melhoria dos inventários de emissões fugitivas (incluindo metano), a aplicação de sistemas de recuperação de gases de flare, bem como a identificação de outras iniciativas que possam resultar numa maior eficiência energética e em menores emissões.

De acordo com as práticas de sustentabilidade ambiental da Galp, estamos comprometidos em seguir as iniciativas do World Bank's Zero Routine Flaring até 2030 nos ativos que operamos e trabalhar com os nossos parceiros operacionais nos projetos em que participamos. O objetivo é acabar com routine flaring em projetos de produção de hidrocarbonetos, que contribuem significativamente para as emissões de gases com efeito de estufa. Atualmente, todos os projetos Upstream em que a Galp está envolvida operam sem routine flaring.

1 O cálculo da intensidade carbónica do Upstream da Galp segue as recomendações da IOGP e inclui emissões do uso de energia e flaring e exclui as emissões dos processos considerados como sendo midstream na FLNG Coral.

Industrial & Midstream

  • Eficiência e redução de emissões em Sines

Durante 2023, a Refinaria de Sines manteve-se focada na melhoria da eficiência e na integridade das suas operações. Durante a paragem planeada, foram implementados vários projetos de eficiência energética. Estes incluíram a conclusão da substituição e modernização da caldeira de recuperação na unidade de FCC, de vários permutadores por tecnologia mais avançada com maior transferência térmica, e de reatores na unidade de platforming. Prevê-se que estes projetos reduzam as emissões em cerca de 70 kton CO2/ano quando estiverem totalmente operacionais.

  Intensidade carbónica (kg CO2/CWT)
Refinaria 2020 2021 2022 2023
Sines 30,3 30,2 32,2 30,9

Ao longo do ano, foram identificados e aprovados investimentos adicionais em eficiência energética. Estes estão programados para serem implementados entre 2024-2025 e incluem projetos de eletrificação e reencaminhamento de gás pré-flash, visando uma redução de emissões associada de c.40 kton CO2e.

Além disso, foi efetuada em 2023 uma avaliação em toda a instalação para analisar e identificar oportunidades adicionais de melhoria da eficiência energética e complementar o roadmap de descarbonização da refinaria.

Também se verificaram avanços na digitalização das operações, com a ferramenta ELLA (Energy Lean & Live Advisor) a apoiar a gestão das utilities, permitindo uma maior versatilidade, eficiência e robustez na sua utilização.

  Energy Intensity Index
Refinaria 2020 2021 2022 2023
Sines 95,8 101,6 98,7 100,2
  • Combustíveis com baixo teor de carbono

Em 2023, a Galp continuou a aumentar a sua produção de HVO por co-processamento na Refinaria de Sines, alcançando um total de 108 kton.  Esta quantidade é adicional às cerca de 25 kton de biodiesel FAME de segunda geração produzido na Enerfuel.

Durante o ano, foram integrados c.362.000 m3 de biocombustíveis no gasóleo (biodiesel e HVO) e na gasolina (bioetanol) vendidos pela Empresa na Península Ibérica, incluindo os cerca de 25 kton de biodiesel FAME de segunda geração produzido pela Enerfuel. Isto traduziu-se numa redução de aproximadamente 1.000 kton de emissões de dióxido de carbono durante a vida útil do produto, em comparação com o seu equivalente de combustíveis fósseis.

Investir em iniciativas com baixas emissões de carbono em Sines

​A empresa está a aumentar a quantidade de energia renovável utilizada nas suas operações e a procurar desenvolver combustíveis renováveis com baixo teor de carbono para alimentar todas as formas de transporte. Em 2023, a Galp realizou a FID do seu primeiro eletrolisador de 100MW para produção de hidrogénio verde. Este projeto de grande escala permitirá substituir cerca de 20% da atual produção de hidrogénio à base de gás natural na refinaria de Sines e poderá levar a uma redução em cerca de 110 ktpa de emissões de gases com efeito de estufa de âmbito 1 e 2. Simultaneamente, a Galp aprovou o investimento numa unidade HVO com capacidade de 270 ktpa capaz de produzir biodiesel e SAFs, em parceria com a Mitsui. A unidade utilizará resíduos para produzir gasóleo renovável (HVO) e combustível sustentável para a aviação (SAF). Isto permitirá o potencial de evitar cerca de 800 ktpa de emissões de gases com efeito de estufa (âmbito 3, CO2e), em comparação com a alternativa de combustíveis fósseis. Estes projetos vão permitir a Refinaria de Sines aumentar a sua produção de combustíveis com baixo teor de carbono e a disponibilizar combustíveis sustentáveis para todos os meios de transporte.
  • Fornecimento de GNL

No final de 2022, a Galp assinou um acordo com a NextDecade para comprar 1 mtpa de GNL a partir do seu projeto Rio Grande GNL, no Texas, durante 20 anos, com entregas a partir de 2027. A instalação está atualmente a ser construída e incluirá soluções de Captura e Armazenamento de Carbono, com capacidade de reduzir substancialmente as emissões do ciclo de vida do GNL. Isto proporciona à Galp a opção de comprar volumes de GNL cujas emissões de liquefação foram capturadas.

  • Captura, Utilização e Armazenamento de Carbono

Embora seja difícil nesta fase prever qual a tecnologia ou utilização final a que a empresa dará prioridade, a Galp está a explorar uma variedade de caminhos e opções para mitigar, reduzir e utilizar CO2 para lá de 2030. Para tal, está a investigar opções de armazenamento ou formas de utilizar diretamente o CO2 em indústrias como a alimentar e a produção de combustíveis sintéticos, em especial quando associado ao hidrogénio verde.

Comercial

A Galp foi pioneira no fornecimento de combustíveis de baixa intensidade carbónica em Portugal em 2022, fornecendo SAF para a aviação e HVO para o transporte marítimo. Em 2023, a Galp deu mais um passo importante na redução da pegada de carbono associada ao transporte rodoviário pesado ao comercializar um produto de diesel renovável, produzido a partir de matérias-primas residuais.

A Galp também alargou a sua oferta de produtos à base de bios aos lubrificantes com a linha Galp Bio, uma gama de lubrificantes biodegradáveis, à base de óleos vegetais, que estão em conformidade com um vasto leque de especificações, incluindo a Ecolabel. As vantagens dos lubrificantes com uma base biológica incluem a elevada biodegradabilidade, melhor lubrificação, boas propriedades térmicas, renovação do óleo-base e o seu reduzido impacto ambiental.

  • Galp Electric

A Galp Electric prosseguiu o crescimento acelerado da sua rede de pontos de carregamento públicos e privados. No total, são mais de 4.800 postos de carregamento em Portugal e Espanha, dos quais cerca de 25% são postos de carregamento rápido e ultrarrápido. As vendas de eletricidade para mobilidade aumentaram para um total de 17 GWh, o que corresponde a cerca de 13 ktons de emissões de CO2 evitadas em comparação com a mesma energia utilizada num veículo com motor de combustão interna, ao longo do seu ciclo de vida.

Carregamento de veículos elétricos na IKEA em Portugal

A Galp estabeleceu uma parceria com a IKEA para instalar cerca de 280 pontos de carregamento nas lojas IKEA em Portugal. Esta nova infraestrutura garante que 210 veículos podem carregar simultaneamente por hora nos parques de estacionamento IKEA uma autonomia equivalente a 100 quilómetros. A Empresa continuou a construir colaborações importantes que lhe permitem alargar a sua rede de carregamento público, permitindo aos seus parceiros reduzir as suas emissões.
  • Soluções solares descentralizadas Galp

A Galp fornece soluções de produção e armazenamento de energia solar descentralizadas a clientes B2B e B2C, dentro dos setores residencial, comercial e industrial, utilizando tecnologia avançada para fornecer soluções personalizadas e resultados de excelência. Em 2023, a Empresa juntou mais de 6.000 instalações à sua rede em Portugal e Espanha, ultrapassando um total de 10.000 instalações na Península Ibérica, num total de c. 20 MW de painéis solares instalados durante o ano. Além disso, instalou mais de 700 baterias nas suas instalações. Isto ajuda os clientes a melhorar a autossuficiência, combinando a produção e o armazenamento de energia, bem como a obter poupanças anuais adicionais. Estima-se que a produção elétrica total dos cerca de 50 MW de equipamentos instalados desde 2020 seja de cerca de 55,9 GWh, o que corresponde a 5 ktCO2e de emissões evitadas em comparação com a mesma quantidade de eletricidade comprada à rede.

  • Daloop

A inovadora plataforma de Software as a Service (SaaS) para a gestão de frotas de veículos elétricos e de motor de combustão interna, infraestruturas de carregamento e respetivos utilizadores da Galp continua a crescer. Em 2023, contava com mais de 2.700 veículos e ajudou os clientes a reduzir os custos, evitando simultaneamente cerca de 1,5 kton de emissões de CO2e em comparação com as condições de funcionamento normais e não otimizadas.

Renováveis e novos negócios

A eletricidade renovável é o principal impulsionador do crescimento das energias de baixo carbono da Galp.

Em 2023, a Galp gerou cerca de 2,3 TWh de eletricidade renovável e iniciou o seu primeiro parque solar fotovoltaico em Portugal, em Alcoutim, aumentando a sua capacidade instalada total na Península Ibérica para 1,4 GWp e reforçando a sua posição como um dos maiores produtores de energia solar fotovoltaica na região. A energia renovável produzida no período traduz-se em cerca de 270 ktCO2e de emissões evitadas em comparação com a produção de uma quantidade equivalente de eletricidade no local onde foi gerada.

  • Aurora

A joint venture (JV) “Aurora”, com a Northvolt, está a avançar para o desenvolvimento de uma das maiores plantas de conversão de lítio na Europa, alinhada com as ambições da UE para desenvolver uma cadeia de valor sustentável para baterias. A decisão final de investimento no projeto ainda está por ser tomada.

Embora a produção de hidróxido de lítio possa levar a um pequeno aumento das emissões operacionais da Galp, este material será fundamental para o fabrico de baterias. Tem capacidade para produzir cerca de 50 GWh de baterias por ano (suficientes para cerca de 700.000 veículos elétricos). Tal contribuiria significativamente para a redução das emissões no setor dos transportes. Para assegurar a mitigação do impacto desta atividade, a JV está ativamente empenhada em garantir a sustentabilidade da sua atividade e a definir roadmaps para a redução das emissões das suas operações e do ciclo de vida dos seus produtos.

Centro corporativo

O novo escritório da Galp no edifício Allo está atualmente no processo de obter as certificações LEED e WELL Platinum. Os novos escritórios são o reflexo do compromisso da empresa para com a energia e as práticas sustentáveis, uma vez que foram concebidos para enfrentar os desafios do trabalho híbrido, mas colocando o conforto acima de tudo. Os escritórios dispõem de iniciativas e práticas energéticas e de gestão de recursos sustentáveis, tais como iluminação e equipamentos eficientes, produção de eletricidade renovável no local, carregamento de veículos elétricos, equipamento eficiente em termos de água, gestão de resíduos, etc.

O novo edifício ajudará também a atingir a eletrificação da nossa frota de veículos ligeiros, prevista para 2028, e promove ativamente outras formas de mobilidade sustentável. Inclui:

  • mais de 130 postos de carregamento de veículos elétricos e híbridos para a frota da empresa, que inclui agora 27% de veículos totalmente elétricos ou híbridos.
  • mais de 70 racks com carregadores dedicados para estacionamento e carregamento de veículos elétricos ligeiros, tais como trotinetas e bicicletas elétricas.

Projetos de inovação, investigação e tecnologia

Num setor cada vez mais exigente do ponto de vista tecnológico, o enfoque na inovação, na investigação e no desenvolvimento de produção de energia de forma segura, viável e competitiva é cada vez mais importante. Esta inovação permite-nos desenvolver novos modelos de negócio, serviços e produtos, tecnologias e processos, com a ambição de melhorar a utilização eficiente da energia, e de reduzir o impacto ambiental das nossas atividades e de terceiros.

Conheça os nossos projetos

Projeto Cat4GtL - Continuous catalytic reactor for the Gas-to-Liquid process using NETmix technology

         

Candidatura:  POCI-01-0247-FEDER-069953   | LISBOA-01-0247-FEDER-069953 | Região de intervenção | Região Norte e Lisboa

Apoio no âmbito do Sistemas de Incentivos | Investigação e Desenvolvimento Tecnológico – Projetos de I&D em Copromoção

Objetivo principal | OT1 - Reforçar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação

Consórcio Promotor: Associação NET4CO2; Galp West Africa, S.A.; Universidade Nova de Lisboa; Laboratório Ibérico Internacional de Nanotecnologia e Universidade do Porto.

Início: 01-09-2020 | Fim: 30-06-2023

Custo total elegível: 2.150.308,72 EUR | Apoio financeiro da União Europeia: FEDER – 1.255.351,38 EUR

projeto Cat4GtL tem como objetivo investigar e desenvolver um conceito catalítico inovador para aplicações Gás-para-Líquidos (GtL), interligando o desenvolvimento de catalisadores e o projeto e construção de protótipos de micro-reatores baseados na tecnologia NETmix  e avaliação do seu potencial de industrialização. Com este projeto pretende-se desenvolver uma solução global integrada para unidades GtL de pequena escala, capazes de serem implantadas em plataformas de exploração de petróleo e gás, locais remotos de produção de gás e refinarias de petróleo (atuais e de próxima geração). O reator fornece uma solução compacta e modular energeticamente eficiente para a produção contínua de combustíveis sintéticos de alta qualidade a partir de gás de síntese (CO e H2) através da reação Fischer-Tropsch.

Conheça aqui a ficha do projeto.

 

H2 Verde @ Refinaria de Sines - Instalação de uma unidade de produção de hidrogénio (H2) verde por via de eletrólise (tecnologia PEM)

Código do projeto | POSEUR-01-1001-FC-000026
Objetivo principal | Apoiar a transição para uma economia de baixo teor de carbono em todos os setores

Entidade beneficiária |  Petrogal, S.A. (NIPC: 500697370)

Data de aprovação | 24-09-2021

Data de início | 01-03-2021
Data de conclusão | 30-06-2023

Custo total elegível | 2.077.774,11 EUR

Apoio financeiro da União Europeia | Fundo Coesão – 1.766.107,99 EUR

A Operação em apreço visa a instalação de uma unidade de produção de H2 verde via tecnologia de eletrólise do tipo PEM, com capacidade total de 2,0 MW e produção média estimada de 276 t/ano, totalmente destinados a autoconsumo nas unidades de processamento presentes na Refinaria de Sines, podendo ser resumida nos seguintes objetivos:

- Instalação de unidade de eletrólise do tipo PEM com capacidade total de 2,0 MW;

- Demonstração da viabilidade técnica do conceito operativo instalado quanto à produção e autoconsumo de H2 verde, com redução média das emissões de GEE estimadas de 3.568 t CO2eq/ano;

- Participação ativa no alcance das metas definidas por parte das políticas de neutralidade carbónica estabelecidas pela Comissão Europeia para Portugal, no horizonte temporal de 2050, bem como para o cumprimento das quotas traçadas para a Europa (RNC2050).

Conheça aqui a ficha do projeto.