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Projeto 'Galp H2 Park'

Esta nova instalação industrial vai produzir e armazenar hidrogénio verde, crucial para a descarbonização da refinaria de Sines e dos seus produtos energéticos.
Galp H2 Park

Enquadramento

O projeto Galp H2 Park tem como objetivo construir uma instalação industrial de 100 MW de eletrólise para a produção e armazenamento de hidrogénio verde. O termo "verde" deriva do seu método de produção: a eletrólise, que utiliza fontes de energia renováveis, como energia eólica ou solar, para separar a molécula de água em átomos de hidrogénio e oxigénio.

Este projeto vai permitir substituir parcialmente o hidrogénio cinzento atualmente usado nas operações da refinaria de Sines e, assim, reduzir a emissão de gases com efeito de estufa. Contribui, por isso, para as metas de descarbonização europeias, nacionais e da própria empresa.

Ocupando uma área de cerca de quatro hectares, adjacente à refinaria e pertencente à Zona Industrial e Logística de Sines, o Galp H2 Park integra um hub de energia verde sob o lema "de uma refinaria cinzenta para um hub de energia verde".

Este projeto é cofinanciado pelo Plano de Recuperação e Resiliência, no âmbito do NextGenerationEU.

 

Quais as utilizações para o H2 verde produzido?

  • Substituir parcialmente o hidrogénio cinzento produzido no Steam Methane Reformer da refinaria de Sines por hidrogénio verde. Esta substituição contribui para a descarbonização do processo e para reduzir a emissão anual de CO2 em cerca de 110 mil toneladas
  • Alimentar a futura unidade de biocombustíveis da Galp
  • Alimentar unidades consumidoras de hidrogénio e/ou instalações industriais próximas
  • Abastecer postos que a Galp venha a desenvolver para a mobilidade a hidrogénio
  • Apoiar a descarbonização da indústria e dos transportes, dois dos setores de mais difícil eletrificação
  • Suportar os compromissos da Galp com a redução em 40% das emissões de gases com efeito de estufa até 2030 e com a neutralidade carbónica até 2050

 

Qual o funcionamento do Galp H2 Park?

A produção de hidrogénio verde no Galp H2 Park utiliza como matérias-primas um efluente tratado, fornecido pelas Águas de Santo André, e energia elétrica de origem renovável, como energia eólica ou solar. Na ausência do efluente tratado, a alternativa passa pela utilização de água industrial.

O processo começa com o tratamento do efluente numa unidade de desmineralização. Desta etapa resulta a produção de água desmineralizada e de um efluente salino, que é enviado para a refinaria de Sines e, posteriormente, descarregado no exutor das Águas de Santo André.

A água desmineralizada, inicialmente armazenada num reservatório de 240 m3, alimenta os eletrolisadores onde, por efeito da corrente elétrica, é separada em hidrogénio e oxigénio. Para garantir um elevado nível de pureza, o hidrogénio é ainda tratado para remover vestígios de água e de oxigénio. À saída dos eletrolisadores, é enviado para a rede de hidrogénio da refinaria de Sines, podendo, em caso de necessidade, ser armazenado em reservatórios próprios.

O oxigénio resultante da eletrólise é também separado de vestígios de água e libertado para a atmosfera.

A

Dimensão ambiental

  • Contribuição para diversificar o aprovisionamento energético, através de fontes de energia alternativas, como o hidrogénio verde - estratégia promovida pelo RePowerEU como forma de dar resposta à crise energética
  • Combate às alterações climáticas, contribuindo para reduzir a emissão anual de CO2 em cerca de 110 mil toneladas
  • Promoção da eficiência hídrica, utilizando água residual tratada no processo de eletrólise
  • Promoção da biodiversidade local com medidas para espécies com estatuto de proteção, como o rato-de-Cabrera
  • Acompanhamento ambiental e patrimonial na fase de obra e posteriormente
S

Dimensão socioeconómica

  • Dinamização da economia local e contribuição para alavancar em Sines um polo de transição para energias limpas e verdes
  • Promoção da qualificação e empregabilidade local, através da criação de 225 postos de trabalho diretos e 71 indiretos durante a execução da obra. Na fase de operação da unidade, prevê-se a criação de 52 empregos diretos e entre 200 e 260 indiretos
  • Reforço das acessibilidades e infraestruturas locais, com a construção de um novo acesso de 1,2 km e o reforço da rede elétrica, das redes de abastecimento de água e das infraestruturas de drenagem
  • Minimização dos constrangimentos da fase de construção, por concentrar todas as atividades em áreas adjacentes à refinaria de Sines
S

Dimensão de segurança

  • A Petrogal é o principal produtor de combustíveis em Portugal, com uma vasta experiência no uso seguro deste produto.
  • As simulações realizadas indicam que os efeitos de um eventual acidente permanecem principalmente confinados aos limites do Galp H2 Park, não representando um risco de segurança para a população envolvente.
  • Durante o desenvolvimento do projeto, foram realizados vários estudos para identificar medidas de mitigação de riscos de segurança. Estas medidas são implementadas não apenas durante a construção da instalação, mas também durante a sua operação.

O projeto em números

  • data prevista para o início da operação da unidade
    2025 data prevista para o início da operação da unidade
  • produzidas anualmente
    15 mil toneladas de H2 produzidas anualmente
  • emitidas anualmente
    -110 mil toneladas de CO2 emitidas anualmente
  • de investimento
    240 milhões de euros de investimento
  • Na fase de operação, serão criados 52 postos de trabalho diretos e entre 200 e 260 indiretos
    296 trabalhadores na fase de execução da obra Na fase de operação, serão criados 52 postos de trabalho diretos e entre 200 e 260 indiretos

Cronograma

2023
2024
2025
Até 2030
Depois 2030

​A fase de construção do projeto Galp H2 Park tem início no 2.º semestre de 2023 e uma duração estimada de 27 meses.

Em 2023, os trabalhos centram-se em:

  • Movimentação de terras (terraplanagem)
  • Obras de construção civil

  • Construção dos edifícios
  • Montagem de estruturas metálicas
  • Trabalhos de piping
  • Trabalhos de eletricidade

Conclusão da construção do projeto e da primeira fase da sua implementação: a instalação dos 100 MW de eletrólise.

Assim, até 2025, decorrerá a adaptação à tecnologia necessária ao processo de eletrólise.

Expansão do projeto até 600 MW, o que vai permitir substituir a totalidade do hidrogénio cinzento utilizado nas operações da refinaria de Sines por hidrogénio verde.

Expansão do projeto até 1,5 GW, o que vai permitir responder às necessidades de H2 de origem renovável para a produção de combustíveis de baixo ou zero carbono.

Hidrogénio verde

O hidrogénio é o elemento químico mais abundante no universo. O hidrogénio verde é produzido através da eletrólise, que utiliza fontes de energia renováveis, como energia eólica ou solar, para separar a molécula de água em átomos de hidrogénio e oxigénio.

A molécula de água (H2O) é constituída por dois átomos de hidrogénio e um átomo de oxigénio. A eletrólise é o processo de separação dos átomos da molécula de água, requerendo uma fonte de energia para ocorrer. A produção de hidrogénio verde através da eletrólise recorre a fontes de energia renováveis, como energia eólica ou solar.

Em termos gerais, o processo de produção de hidrogénio verde envolve as seguintes etapas:

  • Receção e armazenagem de água (efluente tratado e/ou água industrial)
  • Produção de água desmineralizada
  • Eletrólise da água
  • Tratamento do hidrogénio e do oxigénio para remover vestígios de água e garantir um elevado nível de pureza
  • Compressão e armazenagem do hidrogénio, se necessário
  • Expedição do hidrogénio

A instalação industrial tem uma capacidade nominal de 100 MW de eletrólise. Considerando uma disponibilidade média de 96% ao longo do ano (valor conservador), a unidade pode produzir até 15 mil toneladas de hidrogénio por ano.

Numa primeira fase, os principais consumidores de hidrogénio são a refinaria de Sines e a futura unidade de biocombustíveis. Ao substituir parcialmente o hidrogénio cinzento atualmente usado nas operações da refinaria de Sines, este projeto contribui para a descarbonização deste ativo e dos seus produtos energéticos, além de reduzir a emissão anual de CO2 em cerca de 110 mil toneladas.

Estima-se que esta produção possa também abastecer postos que a Galp venha a desenvolver para a mobilidade a hidrogénio. Além disso, o hidrogénio pode também alimentar unidades consumidoras de hidrogénio e/ou instalações industriais próximas.

Atualmente, destacam-se duas tecnologias maduras de eletrólise: Eletrólise Alcalina (ALK) e Proton Exchange Membrane (PEM). Além destas, existem outras tecnologias em diferentes fases de maturidade, como a Solid Oxide Electrolysers (SOE).

A produção de hidrogénio no Galp H2 Park usa a tecnologia PEM, que utiliza como matérias-primas água e energia elétrica. Esta tecnologia oferece várias vantagens:

  • Permite produzir hidrogénio a uma pressão de 30 bar, semelhante à pressão da rede de hidrogénio já existente na refinaria de Sines
  • Menos necessidade de espaço
  • Maior flexibilidade de utilização, porque tem capacidade de ajuste de carga em resposta a variações no fornecimento de energia renovável
  • Menos necessidade de operação e manutenção, bem como menos risco de acidentes, em comparação com a solução alcalina, pois não requer eletrólito alcalino

Calendário, localização e investimento

A obra tem início no 2.º semestre de 2023 e uma duração estimada de 27 meses.

O Galp H2 Park ocupa uma área de cerca de quatro hectares pertencente à Zona Industrial e Logística de Sines, especificamente na parcela da Unidade de Execução B1, localizada imediatamente a oeste/sul da refinaria.

A escolha deste local baseia-se na sua dimensão adequada e na proximidade ao principal consumidor de hidrogénio numa fase inicial: a refinaria de Sines e a futura unidade de biocombustíveis.

Esta localização oferece várias vantagens, tais como:

  • Substituição parcial do hidrogénio cinzento da refinaria de Sines por hidrogénio verde. Esta substituição contribui para a descarbonização do processo e para reduzir a emissão anual de CO2 em cerca de 110 mil toneladas
  • Proximidade a fontes de energia renováveis, como energia solar fotovoltaica
  • Otimização de recursos, como a minimização da extensão de tubagens para enviar o hidrogénio para a rede da refinaria de Sines
  • Acesso às infraestruturas das Águas de Santo André, que fornecem o efluente tratado, uma das matérias-primas para a produção de hidrogénio verde
  • Redução das afetações da fase de construção, concentrando as atividades em áreas adjacentes à refinaria e utilizando acessos e infraestruturas já existentes na sua maioria
  • Ausência de hospitais, escolas, espaços de recreio, lazer ou áreas habitáveis nas proximidades
  • Facilitação de uma eventual injeção futura de hidrogénio na Rede de Transporte de Gás Natural, dada a proximidade ao gasoduto da REN (se e quando aplicável)

O projeto Galp H2 Park representa um investimento de 240 milhões de euros.

Este projeto tem um impacte significativo na economia local e nacional, não apenas por reforçar as acessibilidades, emprego e infraestruturas na região do Alentejo, mas também por contribuir para alavancar em Sines um polo de transição energética.

Pioneira na sua escala, esta instalação industrial pode abrir portas a novos investimentos em Sines, considerando, em especial, a potencial expansão da capacidade de eletrólise.

Funcionamento da instalação industrial

A instalação industrial opera de forma contínua, 24 horas por dia, 7 dias por semana, 365 dias por ano.

A expectativa é que a unidade tenha uma vida útil de aproximadamente 20 anos.

A Petrogal é o principal produtor de combustíveis em Portugal, com uma vasta experiência no uso seguro deste produto.

As simulações realizadas indicam que os efeitos de um eventual acidente permanecem principalmente confinados aos limites do Galp H2 Park, não representando um risco de segurança para a população envolvente.

Durante o desenvolvimento do projeto, foram realizados vários estudos para identificar medidas de mitigação de riscos de segurança. Estas medidas são implementadas não apenas durante a construção da instalação, mas também durante a sua operação.

Durante a fase de construção, o número de trabalhadores varia conforme as atividades em curso, com um pico estimado de 296 trabalhadores - 225 dos quais em postos de trabalho diretos.

Na fase de operação, prevê-se a criação de 52 empregos diretos, distribuídos entre diversas áreas, como a gestão do projeto, o desenvolvimento de negócio, projetos e tecnologias relacionadas com o hidrogénio e os seus produtos, e a exploração da própria instalação.

Espera-se também entre 200 e 260 postos de trabalho indiretos, em funções como contabilidade, limpeza, manutenção, restauração, transporte, entre outras.

Constrangimentos

Durante os primeiros três meses da fase de construção, prevê-se que, nos momentos de maior atividade, haja cerca de 15 veículos pesados e 220 veículos ligeiros. Nos restantes 22 meses de execução da obra, a circulação de veículos será significativamente menor, esperando-se apenas um aumento de dois veículos por hora em relação ao tráfego normal na área.

Na fase de operação, estima-se que haja um tráfego médio diário de dois veículos pesados - um para a entrega de contentores (IBC) de químicos necessários à desmineralização, e outro para a recolha de resíduos e IBC vazios - e 20 veículos ligeiros.

Prevê-se que a circulação de veículos utilize o IP8 e um acesso, a ser implementado pela aicep Global Parques, entre esta via e o perímetro da unidade.

Quaisquer restrições ao tráfego serão anunciadas atempadamente com o apoio dos serviços municipais e também nesta página.

Contactos

Contactos Galp
  • Email: galph2park@galp.com
  • Telefone: 800 200 200 (Horário de funcionamento da linha telefónica: das 9h às 21h)
Contactos da autoridade de Avaliação de Impacte Ambiental - Agência Portuguesa do Ambiente

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