29/10/2018 | Resultados

3º Trimestre: Internacionalização impulsiona resultados

Mais de 80% do Ebitda proveniente da atividade internacional. Novas unidades no Brasil e em Angola contribuem para aumento homólogo de 10% na produção de petróleo e gás do 3º trimestre. Capex de €234 milhões no 3º trimestre faz subir investimento acumulado desde o início do ano para €597 milhões. Paragens em Sines e Matosinhos melhoram eficiência das refinarias. Resultado líquido trimestral ajustado totaliza €212 milhões

O progresso na estratégia de internacionalização da Galp, focada no Brasil, permitiu que a empresa encerrasse o 3º trimestre de 2018 com um resultado líquido ajustado de €212 milhões, uma melhoria de 35% em relação ao mesmo período do ano anterior.

A produção total de petróleo e gás (working interest) aumentou 10% no 3º trimestre em relação ao período homólogo, para uma média de 103,8 mil barris diários (kboepd), impulsionada pelo aumento da produção da sétima unidade FPSO (Floating, Production, Storage and Offloading) instalada no pré-sal brasileiro em maio de 2017, a P-66, que se encontra atualmente a produzir à capacidade máxima. A produção líquida de impostos em espécie (net entitlement) progrediu 11% no mesmo período, para os 102,3 kboepd. Cerca de 90% da produção foi de petróleo e os restantes 10% de gás natural.

O aumento da produção foi limitado pela entrada em manutenção planeada de três unidades produtoras no Brasil e parcialmente compensada pelo início de produção da primeira de duas unidades previstas para o projeto Kaombo, no Bloco 32 em Angola.

A produção média diária no pré-sal brasileiro aumentou em 8,1 mil barris, para 94,9 mil barris, enquanto em Angola registou um incremento de 1,8 mil barris, para 7,4 mil barris diários.

Em termos acumulados nos nove meses, a produção média working interest foi de 105,3 kboepd e a produção net entitlement cifrou-se em 103,9 kboepd.

O início de uma paragem programada para manutenção, no final de setembro, na Refinaria de Matosinhos, utilizada igualmente para a implementação de projetos estratégicos de melhoria de eficiência, refletiu-se numa diminuição de 7%, tanto nas matérias-primas processadas, como nas vendas de produtos petrolíferos pela área da Refinação & Distribuição de produtos petrolíferos.

Em termos acumulados nos nove meses a evolução foi similar, com quedas de 5% nas matérias-primas e de 4% nas vendas, refletindo ainda os efeitos de uma paragem programada em Sines, no 1º trimestre, para manutenção e implementação de projetos de eficiência.

A margem de refinação estreitou-se em 21% em relação ao trimestre homólogo de 2017, para os $5,8 por cada barril processado, caindo 16%, para $5,1, nos nove meses face ao mesmo período do ano passado.

Os volumes de gás natural (GN) e gás natural liquefeito (GNL) vendidos no 3º trimestre de 2018 aumentaram 18% para 2.024 mm3 devido ao incremento dos volumes de trading de rede e dos volumes vendidos a clientes industriais e ao segmento eletroprodutor na Península Ibérica. As vendas de eletricidade situaram-se em 1.262 GWh, uma redução homóloga de 2%, também aqui no seguimento de uma operação de manutenção planeada, na unidade de cogeração de Matosinhos.

Nos nove meses, os volumes vendidos de GN e GNL aumentaram 8% em termos homólogos, para os 5.891 mm3, suportados pelo aumento das vendas em trading de rede e no segmento convencional, em particular a clientes industriais. Os volumes vendidos em trading registaram um aumento de 7%, tendo o aumento dos volumes de gás natural transacionados em hubs europeus compensado os menores volumes de trading de GNL.

As vendas de eletricidade aumentaram 6% em termos homólogos para os 4.030 GWh, devido à maior contribuição da atividade de comercialização.

Investimento e solidez financeira

O investimento totalizou €234 milhões durante o trimestre, dos quais 81% foram alocados ao negócio de E&P. O investimento em atividades de exploração e avaliação atingiu os €117 milhões, devido sobretudo ao pagamento de bónus de assinatura relativos à aquisição de duas novas licenças de exploração no pré-sal brasileiro através de leilões competitivos, que totalizaram €103 milhões. O investimento em atividades de desenvolvimento e produção foi principalmente alocado ao desenvolvimento dos projetos no bloco BM-S-11 no Brasil e no bloco 32 em Angola.

Entre janeiro e o final de setembro, o investimento atingiu €597 milhões, dos quais 80% foram destinados ao negócio de E&P. O investimento em atividades de desenvolvimento e produção atingiu os €289 milhões e foi alocado sobretudo a atividades no bloco BM-S-11 e no bloco 32. Neste período, destaca-se também a progressão do investimento no projeto Coral Sul em Moçambique.

O investimento nas atividades de downstream (R&D e G&P) atingiu €115 milhões, tendo sido dedicado sobretudo à manutenção e melhoria da eficiência energética das refinarias, bem como à renovação da rede de retalho.

A 30 de setembro, a dívida líquida situava-se em €1.899 milhões, mais €162 milhões do que no final de junho de 2018, no seguimento do pagamento do dividendo e bónus de assinatura relativos às rodadas de licitação no Brasil em setembro. O rácio de dívida líquida para Ebitda RCA manteve-se em 0,9x.

Durante o terceiro trimestre de 2018, a Galp emitiu nova dívida de médio e longo prazo no montante de €300 milhões, o que contribuiu para o aumento do prazo médio da dívida para três anos e para a redução da taxa de juro média da dívida para os 2,6%.

O cash flow gerado pelas atividades operacionais (CFFO) de €343 milhões foi impactado pelo investimento de €186 milhões em fundo de maneio, que se deveu principalmente ao aumento dos inventários em preparação de atividades de manutenção nas refinarias, e a cargas de crude em trânsito no âmbito do negócio de E&P. Durante o terceiro trimestre foram pagos €239 milhões em dividendos, sobretudo relacionados com o pagamento do dividendo intercalar relativo ao exercício de 2018.

No conjunto dos nove meses, o desempenho robusto de todos os negócios contribuiu para que o CFFO registasse um incremento de 11% para €1,2 mil milhões, apesar do investimento de €387 milhões em fundo de maneio.

O free cash flow após dividendos foi positivo em €22 milhões, apesar do investimento líquido de €614 milhões e do pagamento de dividendos neste período.

Indicadores e resultados

O Ebitda ajustado do grupo totalizou €642 milhões no 3º trimestre, mais 38% do que no período homólogo de 2017. A área de Exploração & Produção representou quase dois terços deste total, ou seja, €396 milhões, beneficiando do aumento de produção de petróleo e gás natural, mas também da valorização das cotações do crude, que se refletiram num preço médio de venda de cada barril de petróleo e gás natural de $65,3, contra $45,3 no mesmo trimestre de 2017.

Em sentido contrário, a retração das margens de refinação na Europa e o seu reflexo na queda da margem de refinação da Galp, contribuíram para a diminuição do Ebitda da área de Refinação & Distribuição para os €195 milhões. O Ebitda da área de Gas & Power totalizou €44 milhões, mais 9% do que no mesmo período do ano anterior.

No total dos nove meses entre 1 de janeiro e 30 de setembro, o Ebitda atingiu €1,7 mil milhões, dos quais cerca de 80% foram provenientes das atividades internacionais. O valor das exportações nos primeiros nove meses de 2018 aumentou para os €2,66 mil milhões face aos €2,4 mil milhões do mesmo período de 2017.

O resultado líquido ajustado do terceiro trimestre totalizou €212 milhões, um crescimento de 35% face ao mesmo período do ano anterior. O resultado líquido de acordo com as normas contabilísticas internacionais (IFRS) foi de €235 milhões.

No acumulado dos nove meses até ao final de setembro de 2018, o resultado líquido ajustado foi de €598 milhões, um aumento homólogo de 54%, e o resultado líquido em IFRS foi de €697 milhões.

Sobre a Galp

A Galp é uma empresa de energia de base portuguesa, de capital aberto e com forte presença internacional. As nossas atividades abrangem todas as fases da cadeia de valor do setor energético, da prospeção e extração de petróleo e gás natural, a partir de reservatórios situados quilómetros abaixo da superfície marítima, até ao desenvolvimento de soluções energéticas eficientes e ambientalmente sustentáveis para os nossos clientes – sejam grandes indústrias que procuram aumentar a sua competitividade, ou consumidores individuais que buscam as soluções mais flexíveis para as suas casas e necessidades de mobilidade. Contribuímos ainda para o desenvolvimento económico dos 11 países em que operamos e para o progresso social das comunidades que nos acolhem. A Galp emprega 6.389 pessoas.

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