28/10/2013 | Resultados

Galp Energia regista resultado líquido de €218 milhões

A produção working interest de petróleo e gás natural fixou-se em 24,3 mboepd; a produção net entitlement aumentou 12% para 20,5 mboepd

  • A produção working interest de petróleo e gás natural fixou-se em 24,3 mboepd; a produção net entitlement aumentou 12% para 20,5 mboepd.
  • As exportações de produtos petrolíferos para fora da Península Ibérica aumentaram 18%, atingindo três milhões de toneladas.
  • Não obstate a entrada em operação do projeto de conversão das refinarias de Sines e Matosinhos, a margem de refinação da Galp Energia diminuiu $0,3/bbl (-10,5%) face ao período homólogo para $2,3/bbl, consequência de uma diminuição de 54% da margem de refinação benchmark.
  • O negócio de distribuição de produtos petrolíferos continuou a ser afetado pela queda da procura na Península Ibérica resultante da conjuntura económica adversa na região.
  • O volume de gás natural vendido atingiu os 5.149 milhões de m3, um aumento de 10% face ao período homólogo; o aumento dos volumes vendidos no segmento de trading mais do que compensou a diminuição dos consumos nos segmentos elétrico e residencial.
  • O investimento totalizou €728 milhões, dos quais cerca de 77% foram canalizados para o segmento de negócio de Exploração & Produção, sobretudo para as atividades de desenvolvimento do campo Lula/Iracema no Brasil.
  • A dívida líquida situou-se nos €2.191 milhões, ou €1.305 milhões se se considerar o empréstimo concedido à empresa chinesa Sinopec como caixa e equivalentes. Nesta situação, o rácio dívida líquida para Ebitda é de 1,2x.


INDICADORES FINANCEIROS

(ver quadro no pdf)
O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €218 milhões, menos 21% do que no período homólogo de 2012.


EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
(ver quadro no pdf)
A produção total (working interest) diminuiu 2% face ao período homólogo de 2012, para 24,3 mboepd, devido à quebra da produção proveniente de Angola. A fase de maturidade avançada dos campos Kuito e BBLT do bloco 14 e os trabalhos de manutenção que decorreram no primeiro trimestre do ano estiveram na origem do declínio da produção neste país para 12,3 mboepd, uma queda de 16%.
A produção no Brasil aumentou 18% face aos primeiros nove meses de 2012 para 12 mboepd, devido à maior produção da FPSO Cidade de Angra dos Reis e à contribuição da FPSO Cidade de Paraty, que iniciou a produção em junho através de um poço produtor.
A produção net entitlement, a mais relevante, uma vez que é aquela a que a Galp Energia tem de facto direito, foi de 20,5 mboepd, um aumento de 12% face ao período homólogo de 2012, suportado pelo aumento da produção no Brasil e pelo aumento das taxas de produção disponíveis ao abrigo do PSA em Angola, que mais do que compensou a produção working interest no país.
O resultado operacional a custo de substituição foi de €140 milhões, menos €33 milhões do que no período homólogo, o que se explica pelo aumento dos custos operacionais, pelas amortizações relativas ao aumento de investimento e da produção, e pelas provisões relativas ao abandono do campo Kuito, por antecipação da retirada da FPSO, para o final de 2013.

REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO
(ver quadro no pdf) 
A margem de refinação da Galp Energia nos primeiros nove meses do ano foi de $2,3/bbl, o que compara com $2,6/bbl no período homólogo; esta diminuição foi influenciada pela evolução nas margens benchmark nos mercados internacionais, mas reflete o contributo positivo do complexo de hydrocracking, que iniciou a sua operação de forma estável a partir do final do primeiro trimestre de 2013.
Nos primeiros nove meses de 2013 foram processados cerca de 66 milhões de barris de crude (Mbbl), um aumento de 5% face ao período homólogo de 2012. O crude representou 84% do total de matérias-primas processadas, o que correspondeu a uma taxa de utilização de 73%.
Neste período, 83% do crude processado nas refinarias da Galp Energia correspondeu a crudes médios e pesados, um aumento em relação aos 70% no período homólogo que traduz o maior nível de complexidade atingido pelo aparelho refinador da Galp Energia resultante dos investimentos efetuados.
No perfil da produção as gasolinas e os destilados médios representaram 20% e 47%, respetivamente, e o fuelóleo contribuiu com 16%. Os auto consumos e quebras atingiram 9% do crude processado durante este período.
O volume de vendas a clientes diretos diminuiu 2% face ao período homólogo, o que se deveu ao impacto do contexto económico adverso na Península Ibérica que tem afetado o consumo de produtos petrolíferos. As vendas de produtos petrolíferos a clientes diretos em África representaram 8% do total.
As exportações para fora da Península Ibérica aumentaram 18% para 3 milhões de toneladas, com o gasóleo, a gasolina e o fuelóleo a representarem 19%, 28% e 30% do total, respetivamente.
No final de setembro, a Galp Energia contava com 1.439 estações de serviço na Península Ibérica e em África, menos 59 do que em 2012, em resultado do esforço contínuo de aumento da eficiência da rede.
O resultado operacional, a custo de substituição, do segmento de negócio de Refinação & Distribuição foi de €21 milhões, uma diminuição de €33 milhões face ao período homólogo que se explica acima de tudo pelo aumento das amortizações e provisões.

GAS & POWER
(ver quadro no pdf)
O volume de gás natural vendido nos primeiros nove meses de 2013 atingiu 5.149 milhões de metros cúbicos (Mm3), mais 454 Mm3 do que no mesmo período do ano anterior. Esta variação deveu-se ao aumento das vendas de GNL nos mercados internacionais, através da atividade de trading. Estas vendas atingiram 2.225 Mm3, um aumento de 32% face ao período homólogo. 
As vendas a clientes diretos diminuíram 3% para 2.925 Mm3, refletindo a queda de 47% nas vendas ao segmento elétrico. As vendas ao segmento industrial compensaram apenas parcialmente esta quebra, registando uma subida de 25% nos volumes vendidos, o que em boa parte se fica a dever ao aumento do consumo das unidades próprias na Galp Energia.
As vendas de eletricidade à rede foram de 1.417 GWh, cerca de 50% das realizadas nos primeiros nove meses de 2012, por força do início da atividade da central de cogeração de Matosinhos.
O resultado operacional a custo de substituição do negócio de Gas & Power situou-se nos €265 milhões, 20% acima do registado no período homólogo. Esta subida explica-se pelo contributo positivo de todas as atividades,  com destaque para o trading de GNL nos mercados internacionais.

INVESTIMENTO

(ver quadro no pdf)

1 Valores relativos ao ano de 2012 foram alterados de modo a excluir os juros capitalizados.

Durante os primeiros nove meses de 2013, foram investidos €728 milhões, dos quais cerca de 77%, ou seja, €557 milhões, se destinaram ao segmento de negócio de E&P, o que representou um aumento de €152 milhões face ao período homólogo de 2012.
Do investimento no negócio de E&P durante os primeiros nove meses do ano, 59% decorreu das atividades de desenvolvimento, sobretudo no bloco BM-S-11 do campo Lula/Iracema no Brasil. Por outro lado, as atividades de exploração e avaliação representaram 41% do investimento total e destinaram-se às campanhas de exploração e avaliação no Brasil, nomeadamente na bacia de Potiguar e de Santos, em Moçambique, na Área 4, bem como à campanha exploratória na Namíbia.
O investimento alocado aos negócios de R&D e G&P foi de €170 milhões nos primeiros nove meses de 2013. Para além dos trabalhos de manutenção realizados no período, o investimento destinou-se essencialmente à finalização do projeto da cogeração da refinaria de Matosinhos e à aquisição de cushion gas destinado a uma nova caverna de armazenamento de gás natural.

ENVOLVENTE DE MERCADO            
DATED BRENT
Nos primeiros nove meses de 2013, a cotação média do dated Brent situou-se nos $108,5/bbl, menos 3% que no mesmo período de 2012, quando a cotação foi influenciada pela instabilidade política em alguns países produtores de petróleo, nomeadamente na Síria, no Sudão do Sul e no Iémen. Nos primeiros nove meses de 2013, a diferença média de preço entre os crudes pesados e leves diminuiu $0,3/bbl face ao período homólogo do ano anterior, situando-se em -$1,2/bbl.
MARGENS DE REFINAÇÃO
A margem de refinação benchmark diminuiu $1,9/bbl para $1,6/bbl face aos primeiros nove meses de 2012. Esta evolução refletiu mais uma vez as descidas de $2,0/bbl e $2,3/bbl, nas margens de hydrocracking e cracking, respetivamente.
MERCADO IBÉRICO
O volume de produtos petrolíferos vendidos na Península Ibérica contraiu 7% face ao período homólogo, para 43,4 milhões de toneladas, o que refletiu a conjuntura económica adversa que caracteriza a região.
O mercado ibérico de gás natural contraiu 9% nos primeiros nove meses do ano, para os 23.740 milhões de metros cúbicos, o que se deveu sobretudo à quebra de cerca de 43% do segmento elétrico.
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA
Nos primeiros nove meses de 2013, a ação Galp Energia subiu 5%, com o volume transacionado a atingir os 1.106 milhões de ações, dos quais 267 milhões de ações no mercado regulamentado da NYSE Euronext Lisbon, positivamente influenciado pela colocação no mercado, por parte da Eni, de uma participação de 8% no segundo trimestre de 2013. O volume médio diário foi de 5,8 milhões de ações, incluindo 1,4 milhões de ações transacionadas através da NYSE Euronext Lisbon.

(ver gráfico no pdf)
 
Fonte: Euroinvestor

 
BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos noves meses findos em 30 de setembro de 2013 e de 2012 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os nove meses findos nestas datas. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 30 de setembro e de 31 de dezembro de 2012.
As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a custo médio ponderado (CMP). A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.
Outro fator que pode influenciar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.
Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado replacement cost (RC).

DEFINIÇÕES
Crack
Diferença entre o preço de um produto final, como por exemplo a gasolina e o gasóleo, e o preço do petróleo bruto
EBITDA
Resultado operacional mais depreciações, amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida direta de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das atividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes
Produção net entitlement
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão, após o efeito dos contratos de partilha de produção
Produção working interest
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão

ABREVIATURAS
bbl: barris
mbbl: milhões de barris
boe: barris de óleo equivalente
mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia
Mton: milhões de toneladas
RCA: Replacement cost adjusted
US$: dólar dos Estados Unidos 

Imprimir

Partilhar: