11/02/2013 | Informação financeira

Resultados doze meses 2012

Galp Energia regista resultado líquido de €359 milhões impulsionado pela produção de petróleo e gás no Brasil, pela melhoria das margens de refinação e pelo trading de gás

Galp Energia regista resultado líquido de €359 milhões impulsionado pela produção de petróleo e gás no Brasil, pela melhoria das margens de refinação e pelo trading de gás

  • A produção net entitlement de crude e gás natural nos doze meses de 2012 foi de 18,1 mboepd, um aumento de 49% face ao ano anterior.
  • As exportações de produtos petrolíferos para fora da Península Ibérica em 2012 superaram em 24% as registadas em 2011.
  • A margem de refinação beneficiou da melhoria das margens de refinação registadas na Europa no ano passado, atingindo US$2,2/bbl, mais US$1,6 que no ano de 2011.
  • A distribuição de produtos petrolíferos na Península Ibérica foi afetada pelo contexto económico adverso, o que se refletiu numa queda de 5% das vendas a clientes diretos.
  • O volume de gás natural vendido aumentou 17% face a 2011, atingindo os 6,25 bcm (mil milhões de metros cúbicos), com um contributo decisivo das vendas de GNL no segmento de trading.
  • O investimento totalizou €940 milhões, dos quais cerca de 70% foram canalizados para o segmento de negócio de Exploração & Produção, nomeadamente para as atividades de exploração e desenvolvimento no Brasil.
  • No final de dezembro de 2012, o rácio net debt to equity era de 25% e a dívida líquida era de €1.7 mil milhões, refletindo a manutenção de uma estrutura de capital sólida.


INDICADORES FINANCEIROS
(ver quadro no pdf em anexo)

O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €359 milhões, mais €108 milhões do que em 2011. Este aumento deveu-se essencialmente ao incremento da produção de petróleo e de gás natural no Brasil, à evolução positiva das margens de refinação e ao aumento das vendas de GNL no mercado internacional.

EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
(ver quadro no pdf anexo)

A produção total (working interest) de petróleo e gás natural aumentou 17% face ao ano anterior para 24,4 mboepd, dos quais 93% correspondem a petróleo. Este aumento deveu-se essencialmente ao incremento da produção do Brasil, nomeadamente do campo Lula, através da unidade de produção permanente FPSO Cidade de Angra dos Reis. Em Angola, a produção working interest em 2012 foi de 14,1 mbopd, ou seja, menos 16% do que em 2011, devido ao declínio da produção nos campos do bloco 14, nomeadamente o BBLT.

A produção net entitlement, ou seja, aquela a que a Galp Energia tem de facto direito, subiu 49% para 18,1 mboepd face aos 12 meses de 2011 devido ao aumento de produção no Brasil, que compensou a diminuição da produção em Angola. A produção no Brasil foi de 10,3 mboepd, ou seja, 57% do total da produção net entitlement, o que compara com apenas 28% em 2011.

O resultado operacional a custo de substituição no ano de 2012 foi de €245 milhões, um aumento de €116 milhões face ao ano de 2011, o que se deveu essencialmente ao aumento de 49% da produção net entitlement.

REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO
(ver quadro no pdf anexo) 

Nos 12 meses de 2012 foram processados cerca de 82 milhões de barris de crude, um aumento de 7% face a 2011 – período em que ocorreu uma paragem técnica da refinaria de Sines - elevando assim a taxa média de utilização da capacidade das refinarias para 68%, que compara com 63% em 2011.

O crude representou 92% das matérias-primas processadas, com os crudes leves e condensados a representaram 29% do total, uma diminuição face aos 37% registados em 2011. Os crudes médios e pesados tiveram um peso de 55% e 17% do total, respetivamente.

No perfil de produção, o gasóleo teve um peso de 33%, seguido das gasolinas e do fuelóleo, que contribuíram com 21% e 22% respetivamente. O jet contribuiu com 8% para a produção total, um valor idêntico ao que se registou nos consumos e quebras no período.

O volume de vendas a clientes diretos em 2012 diminuiu 5% face a 2011, para 10 milhões de toneladas. Esta descida deveu-se ao contexto económico adverso que continua a afetar a procura de produtos petrolíferos na Península Ibérica. Os volumes vendidos em África representaram 7% do total de vendas a clientes diretos neste período.

As exportações para fora da Península Ibérica situaram-se nos 3,3 milhões de toneladas, mais 24% que em 2011. Este aumento explica-se mais uma vez com a indisponibilidade da refinaria de Sines durante boa parte do primeiro trimestre de 2011. O fuelóleo e a gasolina representaram 31% e 26% das exportações, em consequência de uma menor procura no mercado nacional que foi compensada com uma maior procura nos mercados internacionais, nomeadamente nos EUA e nos mercados asiáticos, que sustentaram a evolução positiva dos cracks destes produtos.

No final de 2012 a Galp Energia contava com 1.486 estações de serviço na Península Ibérica, menos 6 do que em 2011, em resultado do esforço contínuo de racionalização e aumento da eficiência da rede.

Nos 12 meses de 2012, o segmento de negócio de Refinação & Distribuição registou um resultado operacional a custo de substituição de €61 milhões, que comparam com os €23 milhões registados em 2011. Esta melhoria de resultados foi suportada pela atividade de refinação, que beneficiou do aumento do crude processado e do aumento das margens de refinação nos mercados internacionais. Estes dois fatores permitiram compensar o menor contributo da atividade de distribuição de produtos petrolíferos para os resultados no período.

GAS & POWER
(ver quadro no pdf anexo)

Em 2012 as vendas de gás natural foram de 6,25 bcm (mil milhões de metros cúbicos), um aumento de 17% em relação a 2011 o que se deveu, principalmente, ao aumento dos volumes de GNL vendidos no segmento de trading. Este segmento permitiu compensar a diminuição das vendas a clientes diretos, que baixaram 13% para 4 bcm devido, essencialmente, à redução das vendas ao segmento elétrico, cujo consumo teve uma quebra de 33% explicada pelo aumento de importações de eletricidade de Espanha e pelo maior peso do carvão na produção de eletricidade em Portugal. Também o segmento residencial contribuiu para a descida das vendas a clientes diretos em 2012, tendo os consumos deste segmento sido afetados pelo facto de a temperatura média ao longo do ano, ter sido mais amena e pela perda de clientes em Espanha face ao ano anterior.

As vendas ao segmento industrial subiram 6%, para 2,1 bcm, em resultado do aumento do consumo de gás natural pelas unidades da própria Galp Energia, destacando-se o hydrocraker instalado na refinaria de Sines e a unidade de cogeração da refinaria de Matosinhos, mas também da angariação de novos clientes neste segmento.

No segmento de trading as vendas de gás natural liquefeito foram de 2,2 bcm, mais 1,5 bcm que nos doze meses de 2011. As vendas neste segmento beneficiaram do aumento da procura de GNL nos mercados internacionais, especialmente na Ásia.

Em 2012 as vendas de eletricidade à rede foram de 1.298 GWh, um aumento de 8% face ao período homólogo de 2011, o que se deveu, sobretudo, à atividade de cogeração de Matosinhos e que produziu energia já em fase de testes, e da cogeração da refinaria de Sines, cuja atividade esteve parcialmente interrompida em 2011.

Nos doze meses de 2012, o resultado operacional a custo de substituição foi de €283 milhões, um aumento de €52 milhões face a 2011 que ficou a dever-se à intensificação da atividade de comercialização de GNL no mercado internacional.


INVESTIMENTO 
(ver quadro no pdf anexo)      

O investimento em 2012 foi de €940 milhões, tendo cerca de 70% do total sido alocado ao negócio de Exploração & Produção, em linha com a estratégia delineada pela Empresa. O negócio de Refinação & Distribuição, que até ao final de 2011 era o grande foco do investimento, representou em 2012 apenas cerca de 20% do total.

O investimento no negócio de Exploração & Produção atingiu os €653 milhões – mais €354 milhões que em 2011 – o qual foi maioritariamente alocado às atividades de desenvolvimento do bloco BM-S-11, no Brasil, que absorveu €306 milhões. Cerca de 40% do investimento no segmento destinou-se a atividades de exploração, onde se destaca o investimento em Moçambique que totalizou cerca €79 milhões e se destinou a atividades de exploração e avaliação na Área 4, nomeadamente no complexo Mamba, com relevo para a perfuração de seis poços de exploração e avaliação.

O investimento nos segmentos de negócio de Refinação & Distribuição e de Gas & Power totalizou €284 milhões, menos €412 milhões do que no ano anterior. Esta redução foi reflexo da conclusão do investimento no projeto de conversão das refinarias.

 

COLABORADORES
(ver quadro no pdf anexo) 

ENVOLVENTE DE MERCADO            

DATED BRENT
A cotação média do dated Brent nos doze meses de 2012 foi de US$ 111,7/bbl, em linha com a do ano anterior. Esta estabilidade foi o resultado de dois efeitos contrários: por um lado, o clima de instabilidade na Síria, no Sudão do Sul e no Iémen nos primeiros meses do ano, aliada à tensão crescente em Israel, na Faixa de Gaza e no Irão, que sustentaram a cotação; por outro lado, as incertezas em relação à atividade económica na Europa e nos EUA, e os receios duma desaceleração da economia chinesa, que pesaram sobre a cotação.

MARGENS DE REFINAÇÃO
A margem de refinação benchmark da Galp Energia foi de US$1,7/bbl nos doze meses de 2012, mais US$2,4/bbl do que nos doze meses anteriores, uma evolução que refletiu o aumento das margens cracking e hydroskimming no período, de US$2,9/bbl e US$3,1/bbl, respetivamente.

EUR/USD
Nos doze meses de 2012, a taxa de câmbio média do euro/dólar foi de 1,29, uma desvalorização de 8% do euro face ao dólar em relação ao período homólogo de 2011. O enfraquecimento da moeda única deveu-se essencialmente à continuação da crise da dívida soberana na zona euro, mesmo depois de os bancos centrais terem anunciado novas medidas de estímulo à economia.

MERCADO IBÉRICO
Em Portugal, o mercado de produtos petrolíferos contraiu 7% nos doze meses de 2012 em relação ao período homólogo, para 8,9 milhões de toneladas, principalmente devido à evolução dos mercados de gasolina e gasóleo, que contraíram cerca de 9% cada, para 1,1 milhões e 4,5 milhões de toneladas, respetivamente. O mercado de jet ficou em linha com o período anterior, em 1 milhão de toneladas.

Em Espanha, o mercado dos produtos petrolíferos também contraiu 7% nos doze meses de 2012 face a 2011, para 52,7 milhões de toneladas. Esta evolução deveu-se à contração não só de 6% do mercado de gasóleo, para os 28,0 milhões de toneladas, mas também dos mercados de gasolina e de jet que foram afetados negativamente pela conjuntura económica adversa. De facto, estes dois mercados apresentaram uma descida de 7%, para 4,9 milhões de toneladas e 5,2 milhões de toneladas respetivamente.

O mercado do gás natural em Portugal contraiu 13% nos doze meses de 2012 face ao ano anterior para os 4,3 bcm. Esta evolução negativa é sobretudo justificada pela quebra de 44% registada no sector elétrico, na sequência do aumento do peso do carvão na produção de eletricidade e de uma menor geração elétrica em Portugal, na sequência do aumento das importações de eletricidade proveniente de Espanha.

Já o mercado espanhol de gás natural diminuiu 3% nos doze meses de 2012 face a 2011, uma vez que o aumento da procura dos segmentos residencial e industrial de 6%, não foi suficiente para compensar a diminuição da procura de 23% no segmento elétrico na sequência da maior produção de eletricidade através de carvão e energia nuclear.


CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA

(ver gráfico no pdf anexo)

A ação da Galp Energia valorizou 3% durante o ano de 2012, tendo encerrado o período a cotar nos €11,76. Desde a oferta pública inicial, a 23 de outubro de 2006, até ao final de dezembro de 2012, a ação da Galp Energia teve um desempenho muito positivo valorizando-se cerca de 100%. Considerando os dividendos pagos desde essa altura, a valorização foi de cerca de 124%. A cotação máxima da Galp Energia durante o ano de 2012 foi de €13,78, enquanto a mínima foi de €8,33. Durante este período, foram transacionadas cerca de 1.192 milhões de ações, dos quais 322 milhões de ações no mercado regulamentado da Euronext Lisbon. O volume médio diário foi de 4,7 milhões de ações, do qual 1,3 milhões correspondentes ao mercado regulamentado da Euronext Lisbon. No final de 2012, a capitalização bolsista da Galp Energia situava-se nos €9,75 mil milhões.

 
BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos doze meses findos em 31 de dezembro de 2012 e de 2011 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os doze meses findos nestas datas. A informação referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 31 de dezembro de 2012 e 31 de dezembro de 2011.

As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a custo médio ponderado. A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.

Outro fator que pode influenciar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.

Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado replacement cost.

 

DEFINIÇÕES
Crack
Diferença entre o preço de um produto final, como por exemplo a gasolina e o gasóleo, e o preço do petróleo bruto

EBITDA
Resultado operacional mais depreciações, amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida direta de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das atividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes

Produção net entitlement
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão, após o efeito dos contratos de partilha de produção

Produção working interest
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão

ABREVIATURAS
bbl: barris
boe: barris de óleo equivalente
mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia
PSA: Production Sharing Agreement
RCA: Replacement cost adjusted
US$: dólar dos Estados Unidos

 

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