A Galp obteve um resultado líquido ajustado de €192 milhões de euros no 1º trimestre de 2025, uma diminuição de 41% relativamente ao período homólogo, que reflete um aumento das paragens programadas para manutenção em unidades de produção no Brasil e uma diminuição das margens de refinação internacionais.
O resultado ajustado a custo de substituição (RCA) antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda) foi de €669 milhões, menos 29% que no período homólogo de 2024, em linha com a diminuição nos resultados das duas principais áreas de negócio da Galp, ou seja, o Upstream no Brasil, cujo Ebitda diminuiu 32%, para €385 milhões, e o Industrial & Midstream, que inclui a área da Refinação, e cujo Ebitda caiu 28%, para €218 milhões.
Neste trimestre, a Galp investiu um total de €295 milhões de euros. A maior parte desse investimento foi para a avaliação das reservas de petróleo na Namíbia, para o projeto Bacalhau, no Brasil, e para os projetos transformacionais em curso na Refinaria de Sines – a unidade de produção de hidrogénio verde e a unidade de produção de biocombustíveis avançados (incluindo combustíveis sustentáveis para aviação – SAF), que deverão começar a operar já no próximo ano.
Em termos operacionais, a produção total de petróleo e gás da Galp no Brasil diminuiu 3% para 104 mil barris diários. Apesar disso, a Galp mantém as metas de produção média até ao final do ano, uma vez que em três meses foram concluídas 40% das operações de manutenção previstas para o total do ano.
Num trimestre complexo para a Refinação & Midstream, apesar da disponibilidade do aparelho refinador, as condições climatéricas adversas contribuíram para que as matérias-primas processadas em Sines tenham diminuído 4%, para o equivalente a 21,6 milhões de barris. Além disso, a margem de refinação, ou seja, o benefício capturado em cada um dos barris processados, diminuiu de $12 para $5,6, aos quais acrescem os custos operacionais da refinaria de $3 por barril.
Esta margem depende essencialmente da diferença entre as cotações das matérias-primas adquiridas, como o crude, e as cotações dos produtos vendidos, como o gasóleo e a gasolina, sendo ambos fixados pela oferta e procura nos mercados internacionais.
A Refinaria de Sines exportou 31% dos volumes produzidos.
A Comercial registou um trimestre positivo nas vendas, tanto de produtos petrolíferos como de gás natural e eletricidade, beneficiando do aumento do número de clientes e da expansão da rede de carregamento de veículos elétricos para 6900 pontos. A área de negócio atingiu pela primeira vez a marca dos 430 mil clientes no gás e eletricidade, o que representa um acréscimo de 80 mil clientes face ao período homólogo do ano anterior e 30 mil clientes face ao 4.º trimestre de 2024. Apesar do crescimento da energia vendida na Península Ibérica, a contribuição financeira manteve-se idêntica face ao período homólogo. A oferta de produtos de Conveniência e Soluções de Energia representou 44% do Ebitda da Comercial, que totalizou €61 milhões.
A unidade de negócios das Renováveis diminuiu ligeiramente a produção, o que seria previsível num dos trimestres mais chuvosos de que há registo nos últimos anos. No entanto, uma gestão mais ativa da produção, com uma forte aposta no mercado dos serviços de sistema, permitiu sustentar o preço médio de venda, resultando numa melhoria de 12% no Ebitda da área, para um total de €10 milhões.
Ainda nas Renováveis, a Galp assinalou a entrada em operação em Alcoutim da sua primeira bateria associada a um parque fotovoltaico, uma das maiores a operar em território nacional, iniciando assim o processo de hibridização dos seus ativos de produção de energia renovável.
A empresa espera efetuar durante o segundo trimestre deste ano, um segundo pagamento interino de dividendo relativo aos resultados de 2024, no valor de €0,34 por ação, que depende ainda de aprovação em Assembleia Geral marcada para 9 de maio.