25/02/2010 | Informação financeira

Resultados anuais de 2009

Galp Energia apresenta resultado líquido a custos de substituição ajustado de 213 milhões de euros em 2009

  • Galp Energia apresenta resultado líquido a custos de substituição ajustado de 213 milhões de euros em 2009
  • Produção anual working interest de crude de 2009 foi de 14,7 mil barris diários, beneficiando do incremento de produção dos projectos nos campos Tômbua-Lândana e Tupi, tendo este último contribuído para a produção total da Galp Energia com 283 mil barris;
  • Margem de refinação da Galp Energia caiu 67,2% face a 2008 para os Usd 1,5/bbl;
  • Vendas de gás natural descem 17,0% face a 2008 para os 4.680 milhões de metros cúcos, na sequência de menores volumes vendidos aos segmentos eléctrico e de trading;
  • EBITDA a custo de substituição ajustado apresentou uma descida de 36,5% em relação ao período homólogo para os €619 milhões;
  • Resultado líquido a custo de substituição ajustado de €213 milhões, que correspondeu a €0,26 por acção;
  • O investimento foi de €730 milhões, tendo sido fundamentalmente canalizado para o projecto de conversão das refinarias, e os projectos de Tômbua-Lândana e Tupi.
  • Indicadores financeiros

    O resultado líquido a custo de substituição ajustado (RCA) da Galp Energia no ano de 2009 foi de €213 milhões, menos 55,3% do que em 2008, uma descida justificada pelo contexto económico com impacto no desempenho operacional em todos os segmentos. Em 2009, o desempenho operacional da Galp Energia foi afectado pela descida do preço do dated Brent, pela queda das margens de refinação e pelos menores volumes vendidos de gás natural, no seguimento dum cenário económico débil. A deterioração destas variáveis teve um efeito adverso nos resultados em todos segmentos. O segmento de Refinação & Distribuição beneficiou no entanto do contributo positivo das aquisições das filiais ibéricas da Agip e da ExxonMobil.

      Exploração & Produção

      Em 2009, arrancaram dois importantes projectos de produção petrolífera em que a Galp Energia participa, o teste de longa duração no campo Tupi, na bacia de Santos e o campo Tômbua-Lândana, no bloco 14 em Angola. Até ao final do ano, a contribuição do Tupi para a produção total working interest da Galp Energia ascendeu a um total de 283 mil barris.
      O contributo do Tômbua-Lândana foi de 367 mil barris, ou seja 7,2% do total da produção. O contributo destes novos projectos não permitiu compensar, por um lado, os cortes de produção impostos pela OPEP, em 2009, e as paragens resultantes dos trabalhos de manutenção no bloco 14 em Angola, no primeiro trimestre de 2009. Assim, a produção total working interest da Galp Energia situou-se nos 14,7 mil barris por dia, 2,8% abaixo do registado em 2008. O campo BBLT, em Angola, com a sua produção diária de 10,7 mil barris, continuou a representar 77 da produção working interest.
      Em termos net entitlement, a produção da Galp Energia registou uma variação em linha com a produção working interest, registando uma descida para os 9,7 mil barris por dia. O campo BBLT continua a ser o campo que evidencia maior produção com 6,8 mil barris diários, representando 70% da produção total net entitlement. O campo Tômbua-Lândana contribuiu com 8,8% para a produção net entitlement total, uma melhoria face aos 5% de 2008. A produção net entitlement incorpora a produção no campo Tupi, que correspondeu a 0,3 milhões de barris.
      O resultado operacional a custo de substituição ajustado em 2009 foi de €67 milhões, contra €141 milhões no período homólogo. Esta evolução deriva principalmente da descida do preço do crude em 37% para Usd 61,5/bbl face ao ano de 2008. A descida da produção net entitlement, em 2,8%, para 9,7 mil barris diários contribuiu também negativamente para a performance deste segmento de negócio.

      Reservas e recursos contingentes

      No final de Dezembro de 2009, de acordo com o relatório da DeGolyer and MacNaughton (“DeMac”), as reservas provadas e prováveis da Galp Energia, no bloco 14, eram de 35 milhões de barris, face a 28 milhões de barris no final de 2008. Este aumento deve-se, por um lado, à passagem para reservas dos recursos do campo Tômbua-Lândana e por outro, à variação do preço de referência do crude para cálculo das reservas numa base net entitlement, no ano de 2008 e no ano de 2009, de Usd 97,0 /bbl para Usd 61,5 /bbl, tendo em conta os volumes produzidos ao longo do ano.
      Segundo o mesmo relatório, os recursos contingentes (3C) da Galp Energia eram de 3.065 milhões de barris, dos quais 206 milhões de barris correspondiam a recursos nos Blocos 1, 14K, 32 e 33 em Angola e o restante, 2.859 milhões de barris ao offshore da bacia de Santos e ao onshore das bacias de Potiguar e de Sergipe/Alagoas no Brasil. No final de 2008, os recursos contingentes (3C) da Galp Energia eram de 2.113 milhões de barris.

      Refinação & Distribuição de Produtos Petrolíferos

      Em 2009, as refinarias da Galp Energia trataram 11,5 milhões de toneladas de matérias-primas, menos 12,0% que em 2008, devido fundamentalmente ao incidente na refinaria de Sines, em Janeiro, que interrompeu o processamento de matéria-prima por um período aproximado de seis semanas. A taxa de utilização da capacidade de refinação em 2009 foi de 69%, abaixo dos 79% do período homólogo.
      O gasóleo e a gasolina, com 36% e 24% respectivamente foram os produtos que mais pesaram no total da produção, mantendo o perfil de produção em linha com o do ano anterior. Os consumos e quebras reduziram-se para os 7,8%, face aos 8,2% no período homólogo.
      Em 2009, a Galp Energia vendeu 16,7 milhões de toneladas de produtos petrolíferos, um aumento de 4% face a 2008, das quais 67% correspondem a vendas aos clientes directos da empresa. As vendas a clientes directos aumentaram 16% em relação ao período homólogo, em consequência da integração das ex-filiais ibéricas da Agip e da ExxonMobil.
      O incidente na refinaria de Sines e a redução programada da taxa de utilização de capacidade face ao contexto internacional adverso de margens de refinação, teve um impacto nas exportações, que caíram 3% face ao ano de 2008, principalmente devido à descida verificada nas exportações de fuelóleo de 23%.
      No ano de 2009, a cobertura da actividade de refinação pela actividade de distribuição de produtos petrolíferos aumentou para 95%, face aos 75% registados no período homólogo. Este aumento resulta principalmente do aumento das vendas a clientes directos decorrentes da inclusão das vendas de produtos petrolíferos das ex-filiais Ibéricas da Agip e da ExxonMobil e da menor taxa de utilização de capacidade das refinarias.
      No final de Dezembro de 2009, a rede de estações de serviço da Galp Energia era composta por 1.451 posições, menos 58 que no final de 2008, na sequência da optimização da rede de distribuição tanto em Portugal como em Espanha após a aquisição das filiais ibéricas da Agip e da ExxonMobil.
      No final de 2009, a Galp Energia tinha mais 39 lojas de conveniência do que Dezembro de 2008. Do total das lojas de conveniência detidas no final de 2009, 50% estavam localizadas em Espanha, consequência da expansão da actividade de distribuição de produtos petrolíferos naquele país.
      Em 2009, o resultado operacional a custo de substituição ajustado foi de €79 milhões, o que corresponde a uma descida de €294 milhões face ao ano de 2008. O decréscimo registado no resultado operacional a custo de substituição ajustado, ficou a dever-se essencialmente ao contexto macroeconómico de 2009, que levou à descida do nível das margens de refinação. 

      Gas & Power

      Em 2009 as vendas de gás natural registaram uma descida de 17% em relação ao período homólogo para os 4.680 milhões de metros cúbicos, com o mercado liberalizado a representar 69% do total, quando em 2008 representava 57%. A descida homóloga dos volumes vendidos deveu-se essencialmente à diminuição de consumo de gás do segmento eléctrico e às menores vendas no trading. A variação negativa registada no segmento eléctrico de 12%, foi consequência do aumento da geração eléctrica por via hidráulica e por via térmica com recurso ao carvão. Por outro lado, a quebra nas margens de venda de gás natural resultantes da menor procura de gás natural a nível internacional, tiveram como consequência a diminuição do volume em 69% no segmento de trading.
      Tendo em conta o mercado liberalizado e regulado as vendas de gás natural ao sector industrial mantiveram-se estáveis em relação ao ano de 2008. De destacar que foram vendidos 165 milhões de metros cúbicos no sector industrial em Espanha, o que representou um aumento de 45% face aos 114 milhões de metros cúbicos no período homólogo, não obstante o contexto macroeconómico adverso que afectou fortemente aquele país.
      O volume de gás natural transportado nas redes pertencentes às empresas de distribuição totalizou 1,4 mil milhões de metros cúbicos.
      A produção de electricidade em 2009 foi de 721 GWh e para esta produção foram utilizados 222 milhões de metros cúbicos de gás natural nas centrais de cogeração da Galp Energia, ou seja 12% do mercado industrial português. As vendas de electricidade à rede em 2009 foram de 706 GWh, um aumento de 48% face a 2008 e em linha com a produção de electricidade. De salientar o contributo positivo da entrada em operações da central de cogeração de Sines no quarto trimestre de 2009, tendo sido responsável pelo incremento na produção e venda de energia eléctrica verificados entre 2009 e 2008.
      Em 2009 o resultado operacional a custo de substituição ajustado foi de €135 milhões, 23% abaixo do verificado no período homólogo.

      Investimento

      Em 2009, a Galp Energia investiu um total de €730 milhões, com os segmentos de Refinação & Distribuição e Exploração & Produção a absorverem 62% e 26% do total, respectivamente.
      No segmento de negócio de Exploração & Produção foram investidos €193 milhões, maioritariamente canalizados para as actividades no offshore do Brasil, bacia de Santos, e para o bloco 14 em Angola. Em Angola foram investidos €80 milhões, dos quais €38 milhões se destinaram ao desenvolvimento do campo Tômbua-Lândana. No Brasil, a maior parte do investimento realizado pela Galp Energia foi canalizada para o offshore da bacia de Santos, com o campo Tupi a ser responsável por €81 milhões. No onshore do Brasil, o investimento foi de €31 milhões, incluindo o pagamento de bónus de assinatura referente à décima rodada de licitação de licenças de exploração no Brasil.
      No segmento de negócio de Refinação & Distribuição, o investimento foi de €456 milhões, sobretudo canalizado para o projecto de conversão num montante de €248 milhões. Na actividade de distribuição de produtos petrolíferos na Península Ibérica foram investidos cerca de €136 milhões, dos quais cerca de €40 milhões em Portugal e cerca de €85 milhões em Espanha, nomeadamente no programa de integração das ex-filiais ibéricas da Agip e ExxonMobil.
      No segmento de negócio de Gas & Power o investimento totalizou €77 milhões, destinados principalmente à actividade de distribuição de gás natural, nomeadamente à ligação e conversão de clientes novos e ao alargamento e renovação da rede de distribuição em cerca de 529 quilómetros. No segmento do Power, o investimento destinou-se essencialmente aos projectos das centrais de cogeração das refinarias de Sines e do Porto.

      Capitalização bolsista

      No ano de 2009 as acções da Galp Energia valorizaram-se 68%, com a cotação máxima no período, €12,65, a ser atingida no dia 20 de Outubro, enquanto a cotação mínima foi de €7,22 no dia 2 de Janeiro. A valorização desde o início da Oferta Pública Inicial a 23 de Outubro de 2006 até 31 de Dezembro de 2009, foi de 108%. Durante o período foram transaccionadas 413,8 milhões de acções, o equivalente a uma média diária de 1,6 milhões. A 31 de Dezembro de 2009, a Galp Energia tinha uma capitalização bolsista de €10.017 milhões.

      Bases de apresentação da informação

      As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos doze meses findos a 31 de Dezembro de 2009 e 2008 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos em 31 de Dezembro de 2009 e em 31 de Dezembro de 2008 e para os doze meses findos nestas datas. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 31 de Dezembro de 2009, 30 de Setembro de 2009 e 31 de Dezembro de 2008.
      As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é, desde 1 de Novembro de 2008, valorizado a CMP (ver explicação detalhada da alteração do critério contabilístico na secção Alterações Recentes deste capítulo). A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.
      Outro factor que pode afectar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de activos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.
      Com o objectivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados operacionais e os resultados líquidos replacement cost ajustados (RCA) excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock por terem sido apurados pelo método do custo de substituição, designado replacement cost.

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