16/02/2009 | Inovação e desenvolvimento

Galp desafia investigadores e cientistas a ajudar na exploração de petróleo

A Galp Energia vai passar a definir um plano de acção plurianual das suas necessidades em termos de investigação e desenvolvimento (I&D), promovendo assim uma maior articulação entre a sua área da exploração e produção...

Fórum Científico e Tecnológico E&P Galp Energia
A Galp Energia vai passar a definir um plano de acção plurianual das suas necessidades em termos de investigação e desenvolvimento (I&D), promovendo assim uma maior articulação entre a sua área da exploração e produção (E&P) de petróleo e as capacidades da comunidade científica nacional. Este foi um dos principais resultados do Fórum Científico e Tecnológico E&P da Galp Energia, que reuniu perto de 40 investigadores durante três dias, no Hotel Pestana Palace, em Lisboa.

O objectivo do Fórum foi a identificação das capacidades nacionais em termos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico nas áreas da geologia e da engenharia que possam ser aplicados no terreno nas zonas em que a Galp opera, com destaque para os enormes reservatórios de petróleo e gás natural descobertos no ano passado na Bacia de Santos, ao largo da costa brasileira. Essas reservas, que como referiu na abertura do Fórum, Manuel Ferreira De Oliveira, presidente executivo da Galp, irão absorver investimentos entre os 150 mil milhões e os 200 mil milhões de dólares até 2020 por parte das empresas que ali operam (entre as quais a Galp) constituem uma rara oportunidade mobilizadora para os elementos da comunidade científica que se empenhem no desafio.

“É muito raro a comunidade científica encontrar a oportunidade de desenvolver projectos de longo prazo associados às necessidades de uma indústria”, afirmou na mesma ocasião Mariano Gago, Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. “O projecto que a Galp pretende desenvolver é de uma gigantesca importância para o país”, acrescentou.

Para dar uma ideia do potencial deste projecto, Manuel Ferreira de Oliveira referiu que, no caso do Brasil, a dimensão dos depósitos de hidrocarbonetos descobertos, o desenvolvimento de uma tecnologia ou de um sistema que permita aumentar em 1% os níveis de recuperação de petróleo naquela área de águas ultra-profundas, terá um retorno que pode atingir os mil milhões de dólares.

“Estes são números que abrem muito espaço para quem queira entusiasmar-se por isto. Gostava que todos pudéssemos pensar em grande”.
No âmbito das relações com o sistema científico, outra das medidas anunciadas foi a criação do portal Rede Galp Inovação, uma plataforma colaborativa baseada na Internet para potenciar o desenvolvimento de projectos de I&D alinhados com as necessidades de inovação da Galp Energia. A primeira comunidade científica na Rede Galp Inovação a ser criada será a de Exploração&Produção, que poderá a curto prazo englobar mais de 200 investigadores.

O portal Rede Galp Inovação estará disponível no 1.º semestre deste ano e funcionará segundo o paradigma web 2.0 das redes sociais, privilegiando a interactividade social e a partilha de conhecimento entre os membros da rede. Isto será possível através dos blogues pessoais e da funcionalidade «Perguntas à Rede», a qual permitirá a partilha de conhecimento entre as diversas comunidades científicas da Rede.

Além disso, a Rede Galp Inovação lançará desafios às comunidades científicas. Para o efeito, será criado um directório das necessidades de inovação, listadas segundo as áreas de negócio da Galp Energia, no qual os membros da Rede poderão submeter projectos de inovação à empresa.

No Fórum, em que participaram mais de 30 investigadores em representação de 11 das instituições nacionais com mais trabalho feito nesta área, foi igualmente apresentado o modelo de articulação da Petrobras com a comunidade científica brasileira. A parceira da Galp Energia é uma das companhias com melhor ‘track-record’ na exploração e produção de hidrocarbonetos a elevadas profundidades, o que em muito se deve ao investimento que faz anualmente em investigação.

De acordo com as regras do sector petrolífero brasileiro, as empresas concessionárias de blocos de exploração são obrigadas a aplicar pelo menos 1% das receitas obtidas em pesquisa e desenvolvimento. Desse valor, metade tem de ser aplicado localmente em instituições brasileiras. Esta regra permitiu que, no ano passado, as verbas resultantes desta regra somassem 416 milhões de reais (144 milhões de euros). A Petrobras dispõe do seu próprio instituto de investigação, o Cenpes, que trabalha em estreita articulação com a comunidade científica brasileira.

A Petrobras irá igualmente colocar todo este conhecimento acumulado ao dispor da Rede Galp Inovação, salientando a importância da iniciativa no aprofundamento positivo das relações entre o mundo empresarial e o universo científico. «É uma relação proveitosa com uma mão dupla: a empresa dá foco à investigação e a universidade ganha recursos para desenvolver conhecimento científico de vanguarda», referiu Edison Milani, gerente de Pesquisa e Desenvolvimento em E&P da Petrobras.

Imprimir

Partilhar: