12/11/2008 | Resultados

Galp Energia apresenta resultado líquido a custos de substituição (replacement cost) de 353 milhões de Euros

O resultado líquido a custos de substituição (replacement cost) ajustado dos primeiros nove meses de 2008 foi de €353 milhões ( 537 milhões de Usd), menos 6,3% (mais 6%) do que no mesmo período de 2007.

 

  • Produção working interest de crude nos 14,9 mil barris diários, menos 14,6% que em igual período de 2007;
  • Diminuição de 29,4% da margem de refinação da Galp Energia, de 5,7 Usd/bbl para 4,1 Usd/bbl nos primeiros nove meses do ano;
  • Cobertura de 69,5% da actividade de refinação pela actividade de distribuição de produtos petrolíferos;
  • Aumento de 17,2% nas vendas de gás natural para um total de 4.413 milhões de metros cúbicos face ao primeiros nove meses de 2007, com o sector eléctrico a ter o maior peso neste aumento;
  • EBITDA a custos de substituição ajustado (replacement cost) de €731 milhões (1.112 milhões de Usd), mais 2,7% (mais 16,3%) do que em 2007;
  • Resultado líquido em IFRS de €521 milhões (793 milhões de Usd), ou seja, 11,5% inferior ao do período homólogo (superior em 0,1%);
  • Aumento de 65,1% no investimento para os €427 milhões, com 45,7% do total a ser canalizado para o segmento de Refinação & Distribuição.

Indicadores financeiros

(ver quadro no documento em pdf)

A Galp Energia alcançou, nos primeiros nove meses de 2008, um resultado líquido, em IFRS, de €521 milhões (793 milhões Usd).

Os resultados líquidos a custos de substituição ajustados (replacement cost) atingiram €353 milhões, menos 6,3% do que em 2007, ainda que em termos operacionais a redução tenha sido de 2,1%. Com efeito, a melhoria
do desempenho operacional do segmento de negócio Gas & Power não foi suficiente para compensar a evolução desfavorável dos resultados do segmento de negócio Refinação & Distribuição, com o negócio de Exploração & Produção a apresentar um desempenho em linha com o ano anterior.

Exploração & Produção

(ver quadro no documento em anexo)

A produção numa base de working interest atingiu os 14,9 mil barris por dia nos primeiros nove meses de 2008, menos 14,6% do que no período homólogo. Esta diminuição deveu-se a dificuldades operacionais no campo Benguela-Belize-Lobito-Tomboco (BBLT). Este continua a ser o campo com maior peso na produção, com cerca de 79,4% do total, e apresentou uma produção diária de 11,9 mil barris nos primeiros nove meses de 2008.

Relativamente à produção net entitlement, os primeiros nove meses de 2008 tiveram um decréscimo anual superior ao ocorrido em termos working, com menos 23,2%. A subida do preço do crude, nomeadamente do Brent que aumentou 65,4%, originou uma diminuição das taxas de produção disponíveis. O campo BBLT, com 2.359 mil barris, representou 85,3% da produção total.

O resultado operacional a custos de substituição ajustado (replacement cost) foi de €123 milhões, um aumento de 1,8% face aos primeiros nove meses de 2007, representando este segmento de negócio 23,9% dos resultados operacionais a custos de substituição ajustados da Galp Energia. O aumento de 66,0% no preço médio de venda foi quase neutralizado pela redução na produção net entitlement de 23,2%, pelo aumento dos custos de produção e também pelo aumento das amortizações.

Refinação & Distribuição de Produtos Petrolíferos

(ver quadro no documento em anexo)

Nos primeiros nove meses de 2008 foram processadas 10,1 milhões de toneladas de matérias-primas, 6,0% abaixo dos volumes processados no período homólogo, resultado da paragem programada para manutenção na refinaria de Sines, que teve início a 10 de Setembro. A diminuição da actividade de refinação traduziu-se na redução da taxa de utilização das refinarias para 81,2%, quando no mesmo período do ano anterior tinha atingido os 86,0%.

As vendas totais atingiram os 11,8 milhões de toneladas, uma redução de 3,3% em comparação com os primeiros nove meses de 2007, tendo-se observado diminuições das vendas em todos os segmentos. A redução das vendas não foi tão pronunciada como a dos volumes processados, pois a empresa recorreu a importações de produtos para compensar a quebra da actividade de refinação.

A cobertura da actividade de refinação pela actividade de distribuição de produtos petrolíferos, medida com base na média da produção dos últimos três anos, foi de 69,5%, 0,7 p.p. abaixo do registado nos primeiros nove meses de 2007.

Nos primeiros nove meses de 2008, as vendas a clientes directos diminuíram 2,4%, em linha com a queda do mercado ibérico dos combustíveis.

Apesar da retracção das vendas globais em Portugal, existem mercados específicos como os de bancas aéreas e marítimas onde se têm verificado crescimentos importantes e que permitem, de certa forma, atenuar as perdas nos outros mercados. Estes mercados registaram um crescimento de 9% face ao ano anterior.

No final de Setembro de 2008, a Galp Energia tinha 1.015 estações de serviço. No início de Outubro foi concluída a compra à Eni da rede da Agip na Península Ibérica. A partir dessa data a Galp Energia detém mais 367 postos de abastecimento na Península Ibérica, sendo a sua rede em Espanha constituída por um total de 542 postos de abastecimento.

Nos primeiros nove meses de 2008 foram abertas 23 novas lojas non-fuel, 20 das quais situadas em Portugal. Esta evolução positiva do número de lojas non-fuel é consequência da aposta da Galp Energia em expandir o negócio da conveniência, uma forma de melhor rentabilizar os activos existentes na actividade de distribuição.

O resultado operacional a custos de substituição ajustado (replacement cost) diminuiu cerca de €100 milhões face ao mesmo período de 2007, ou 38,9% em termos relativos. Esta variação está relacionada com (i) a quebra das margens de refinação internacionais, (ii) a desvalorização de 13,2% do dólar americano face ao euro e (iii) a diminuição das vendas de produtos petrolíferos. O efeito de time lag, resultado das condições estabelecidas contratualmente para os operadores do mercado português, incluindo o negócio de distribuição de produtos petrolíferos da Galp Energia, demorarem a reflectir as variações dos preços verificados nos mercados internacionais, provocou um impacto negativo de €27 milhões.

Gas & Power

(ver quadro no documento em anexo)

As vendas de gás natural nos primeiros nove meses de 2008 aumentaram 17,2% para os 4.413 milhões de metros cúbicos, com o mercado liberalizado a representar 59,7% do total, quando em 2007 o seu peso era de 54,3%.

Este aumento traduz os maiores volumes comercializados no sector eléctrico, que registou um aumento de 36,5%. Para esta tendência contribuiu uma vez mais a fraca pluviosidade, que reduziu a produção hidráulica em 35,9%, e a diminuição de 17,6% da produção de energia eléctrica através de centrais a carvão, que se observou nos primeiros nove meses de 2008, estimulando o consumo de gás natural para produção eléctrica em Portugal. Este tipo de centrais teve um aumento de produção de 35,8%.

As vendas de gás natural ao sector industrial em Espanha, que se iniciaram no início do ano de 2008, atingiram um volume de 66 milhões de metros cúbicos.

As vendas no mercado de trading aumentaram 5,3% em resultado da menor produção hidráulica na Península Ibérica, que influenciou o consumo de gás natural para produção de energia eléctrica.

O volume de gás natural transportado nas redes pertencentes às empresas de distribuição totalizou 1.188 milhões de metros cúbicos.

A actividade de produção de energia esteve praticamente em linha com o mesmo período do ano anterior, nos 1.188 GWh, para a qual foram utilizados 123 milhões de metros cúbicos de gás natural nas cogerações da Galp Energia, representando 8,8% do mercado industrial português. As vendas de electricidade à rede registaram uma diminuição de 12,5% devido a paragens para manutenção nas centrais de cogeração da Carriço e da Energin.

Desde Abril de 2008 que a Galp Energia está a vender electricidade no mercado português, directamente à pool, utilizando a capacidade virtual de produção de electricidade que adquiriu nos leilões realizados pelo OMIP em 2008. Até Setembro de 2008 já tinham sido vendidos cerca de 36 GWh.

Nos primeiros nove meses de 2008, o resultado operacional a custos de substituição ajustado(replacement cost)   foi de €228 milhões, 57,8% acima do verificado em igual período de 2007, sendo este segmento responsável por 44,3% do resultado operacional a custos de substituição ajustado da Galp Energia. O aumento de resultados neste segmento de negócio deve-se não só ao aumento das quantidades vendidas, mas também ao aumento das margens em alguns segmentos, nomeadamente o trading, dado os preços de GNL que se verificaram no mercado internacional – por exemplo o Henry Hub, preço de referência internacional aumentou cerca de 39,2% entre os dois períodos em análise.

Investimento

(ver quadro no documento em anexo)

Nos primeiros nove meses de 2008, o investimento atingiu os €427 milhões, mais €168 milhões do que em igual período de 2007.

Cerca de 35,6% do investimento, ou seja, €152 milhões, foi canalizado para o segmento de negócio Exploração & Produção, nomeadamente (i) para os trabalhos no Bloco 14, em particular no desenvolvimento do campo Tômbua-Landana e no BBLT e na avaliação da descoberta Lucapa, no montante de €82 milhões, (ii) para a realização e avaliação de poços de exploração no Bloco 32 em Angola, no montante de €13 milhões, (iii) para as actividades de exploração no offshore do Brasil, no montante de €32 milhões, incluindo a perfuração dos poços Júpiter, Bem-te-vi e Iara e os bónus pagos na nona rodada de licitações, tendo esta última captado um investimento de €10 milhões, (iv) para as actividades de exploração no Brasil onshore nas bacias de Potiguar e Espírito Santo, com a realização de 13 poços que deram origem a 2 descobertas e (v) para as actividades de exploração em Moçambique e Timor Leste, que contemplaram a aquisição sísmica 2D e 3D para posterior interpretação, com um investimento de €8 milhões.

Na actividade de Refinação & Distribuição foram investidos €195 milhões, €125 milhões a mais que no período homólogo e que se destinou maioritariamente ao projecto de conversão das refinarias e à concessão do terminal de granéis líquidos dos porto de Sines.

No segmento de negócio Gas & Power, o investimento totalizou €79 milhões e foi canalizado para o prolongamento da rede secundária de distribuição de gás natural numa extensão de cerca de 462 km e para a ligação de 40 mil clientes de gás natural, novos e convertidos. Mais especificamente no Power continuaram os trabalhos para a construção dos parques eólicos, estando neste momento a decorrer a fase de licenciamento ambiental e elaboração da engenharia básica e conceptual. Foram também realizados investimentos na cogeração a instalar na refinaria de Sines, com o objectivo de iniciar as operações após a paragem para manutenção desta refinaria.

Capitalização bolsista

As acções da Galp Energia perderam 36,7% do seu valor nos primeiros nove meses de 2008, sendo a cotação máxima neste período €18,95, no dia 2 de Janeiro. Durante o mesmo período o índice PSI20 desvalorizou 38,3% e o índice SXEP desvalorizou 27,3%. A valorização desde o início da Oferta Pública Inicial, que ocorreu a 23 de Outubro de 2006, até ao final de Setembro, é de 100,3%. Foram transaccionadas cerca de 461,4 milhões de acções, correspondendo a uma média diária de 2,4 milhões de acções. A 30 de Setembro de 2008 a capitalização bolsista da Galp Energia ascendia a €9.652 milhões.

Evolução da cotação da acção Galp Energia

(ver quadro no documento em anexo)

Bases de apresentação da informação

As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos nove meses findos em 30 de Setembro de 2008 e 2007 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos em 30 de Setembro de 2008 e em 30 de Setembro de 2007 e para os nove meses findos nestas datas. A informação financeira referente ao balanço consolidado é apresentada às datas de 30 de Setembro de 2008, 30 de Junho de 2008 e 31 de Dezembro de 2007.

Por as demonstrações financeiras serem elaboradas de acordo com as IFRS, o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a FIFO, o que pode originar elevada volatilidade nos resultados em momentos de grande oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas, através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Daqui por diante neste documento, passamos a designar este efeito por efeito stock.

Outro factor que pode afectar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de activos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.

Com o objectivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados operacionais e os resultados líquidos a custos de substituição ajustados não incluem eventos não recorrentes nem o efeito stock por terem sido apurados por utilização do método do custo de substituição, designado replacement cost.

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