27/04/2015 | Resultados

Resultados 1º Trimestre 2015

Galp Energia regista resultado líquido de € 121 Milhões suportado na recuperação das margens de refinação europeias e no aumento da produção de petróleo no Brasil

RESULTADOS DO 1º TRIMESTRE DE 2015

GALP ENERGIA REGISTA RESULTADO LÍQUIDO DE €121 MILHÕES SUPORTADO NA RECUPERAÇÃO
DAS MARGENS DE REFINAÇÃO EUROPEIAS E NO AUMENTO DA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO NO BRASIL

 Produção total (working interest) de petróleo e gás de 41,5 mil barris de óleo equivalente por dia (mboepd),compensando parcialmente a quebra das cotações do crude; produção líquida (net entitlement) de 38,7 mboepd.

 Margem de refinação da Galp Energia foi de $5,9/bbl, acompanhando a evolução positiva das margens de refinação nos mercados internacionais. A comercialização de produtos petrolíferos manteve o seu contributo positivo para os resultados.

 Volume de vendas de produtos petrolíferos a clientes diretos de 2,3 milhões de toneladas devido ao início da recuperação da atividade no mercado ibérico.

 Exportações de produtos petrolíferos para fora da Península Ibérica atingem 1,4 milhões de toneladas com o regresso à normalidade da produção da Refinaria de Sines, após a paragem programada de 2014.

 Vendas de gás natural atingiram os 2.195 milhões de metros cúbicos (Mm3) impulsionadas pelos volumes de gás natural liquefeito (GNL) vendidos nos mercados internacionais.

 Ebitda consolidado do grupo totalizou €398 milhões numa base replacement cost ajustada (RCA).

 Investimento de €283 milhões, dos quais 96% se destinaram a atividades de exploração e produção,nomeadamente para as atividades de desenvolvimento no campo Lula/Iracema, no bloco BM-S11, no Brasil.

 No final de março de 2015, a dívida líquida situou-se em €1.429 milhões considerando o empréstimo de €925 milhões concedido à Sinopec como caixa e equivalentes. O rácio de dívida líquida para Ebitda situava-se em 1,0x.

 O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €121 milhões, refletindo a melhoria das margens de refinação na europa, que no período homólogo tinham registado valores negativos.

(ver tabela no pdf em anexo)

 

EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO

(ver tabela no pdf em anexo)

No primeiro trimestre de 2015, a produção total (working interest) de petróleo e gás natural atingiu os 41,5 mboepd, dos quais 92% correspondem a produção de petróleo.

A produção no Brasil totalizou 31 mboepd. Esta evolução deveu-se essencialmente à contribuição da FPSO Cidade de Paraty (#2), que registou uma produção média de 13,4 mboepd no período, mas também ao aumento da produção na FPSO Cidade de Mangaratiba (#3). Este contribuiu com uma produção média de 6,8 mboepd no trimestre com dois poços produtores a operar durante todo o período e com um terceiro ligado em março. A FPSO Cidade de Angra dos Reis (#1) manteve o seu contributo para a produção durante o trimestre, com uma produção de 10,1 mboepd.

A produção working interest em Angola foi de 10,5 mbopd afetada por uma paragem para manutenção no campo Tômbua-Lândana, no bloco 14.

A produção net entitlement, a mais relevante – uma vez que é aquela que reverte integralmente para os resultados da Galp Energia – alcançou 38,7 mboepd devido ao aumento da produção no Brasil. Em Angola, a produção net entitlement foi de 7,8 mbopd.

O resultado operacional a custo de substituição foi de €44 milhões, penalizado pelo efeito da quebra de 50% das cotações do crude. O aumento das amortizações e depreciações também pesou na diminuição do resultado.


REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO

(ver tabela no pdf em anexo)

No primeiro trimestre de 2015 a margem de refinação da Galp Energia atingiu um valor médio de $5,9/bbl, acompanhando a evolução positiva das margens de refinação nos mercados internacionais.

As exportações para fora da Península Ibérica foram de 1,4 milhões de toneladas, refletindo o regresso da refinaria de Sines ao ritmo normal de produção e a consequente maior disponibilidade de produto do que no primeiro trimestre do ano passado.

Durante o trimestre foram processados cerca de 26,2 milhões de barris de matérias-primas. No trimestre homólogo, o volume de matérias-primas processadas tinha sido afetado pelo início na paragem planeada da refinaria de Sines, bem como pela otimização operacional do aparelho refinador face ao contexto de margens de refinação que caracterizou aquele período. O crude representou 88% das matérias-primas processadas, sendo que 85% do total correspondeu a crudes médios e pesados.

A produção de destilados médios (gasóleo e jet) representou 46% da produção total, enquanto a gasolina e o fuelóleo representaram 22% e 17% da produção total, respetivamente. Os consumos e quebras no período foram de 8%, em linha com o período homólogo.

O volume de vendas a clientes diretos atingiu os 2,3 milhões de toneladas, acompanhando a tendência de aumento do mercado ibérico e devido, principalmente, ao aumento das vendas no segmento wholesale, nomeadamente bancas marítimas e nafta química, e do segmento do retalho.

O contributo das vendas a clientes diretos em África representou 8% do volume de vendas totais do período, em linha com o período homólogo de 2014.

No final de março, a Galp Energia contava com 1.449 estações de serviço ativas, com a abertura de postos em África a compensar os encerramentos na Península Ibérica.

O resultado operacional a custo de substituição do segmento de negócio de Refinação & Distribuição foi de €88 milhões, o que compara com um prejuízo de €45 milhões no período homólogo.

 

GAS & POWER

(ver tabela no pdf em anexo)

As vendas de gás natural nos primeiros três meses de 2015 totalizaram 2.195 milhões de metros cúbicos (Mm3) graças ao aumento dos volumes vendidos em trading, que mais do que compensaram a descida dos volumes vendidos a clientes diretos na Península Ibérica.

A atividade de trading totalizou 1.195 Mm³ sobretudo através das vendas nos mercados internacionais. Foram efetuadas dez operações no trimestre, principalmente destinadas à América Latina, mas também Ásia e Europa. De destacar ainda o impacto positivo resultante das operações de trading de rede na Europa.

Os volumes vendidos a clientes diretos totalizaram 999 Mm³, uma redução que se explica essencialmente pela intensificação da concorrência no segmento residencial Ibérico. O segmento industrial manteve-se estável enquanto os volumes vendidos no segmento elétrico beneficiaram do maior consumo de gás natural para geração de eletricidade em Portugal.

As vendas de eletricidade foram de 1.127 GWh, um aumento de 190 GWh face ao mesmo período de 2014, devido à maior atividade de comercialização de eletricidade.

O resultado operacional a custo de substituição do negócio de Gas & Power situou-se nos €112 milhões.


INVESTIMENTO

(ver tabela no pdf em anexo)

O investimento no primeiro trimestre de 2015 foi de €283 milhões com o investimento no negócio de E&P a representar 96% do total. Deste, cerca de 87% destinou-se a atividades de desenvolvimento, principalmente no Brasil. Destacam-se no trimestre as atividades no campo Lula/Iracema, nomeadamente a perfuração de poços de desenvolvimento, a construção de unidades FPSO e de sistemas subsea, e também a construção do gasoduto Cabiúnas.

O investimento em atividades de exploração e avaliação atingiu €37 milhões no trimestre, tendo sido alocado maioritariamente a atividades de perfuração e de aquisição sísmica nas bacias de Santos, Potiguar e Amazonas, no Brasil.

Nos negócios de R&D e G&P, o investimento totalizou €8 m, principalmente relacionado com investimentos em manutenção e segurança.

 

ENVOLVENTE DE MERCADO

DATED BRENT

No primeiro trimestre de 2015 a cotação média do dated Brent diminuiu $54,3/bbl em relação ao período homólogo de 2014, para $53,9/bbl, o valor médio mais baixo registado desde o primeiro trimestre de 2009. Esta evolução deveu-se ao excesso de oferta que resultou do aumento da produção de petróleo não convencional, nomeadamente de shale oil nos EUA, e ao abrandamento da procura global de petróleo.

 

MARGENS DE REFINAÇÃO

No primeiro trimestre de 2015, a margem de refinação benchmark da Galp Energia registou um aumento de $5,9/bbl face ao período homólogo de 2014, para $5,3/bbl. Esta evolução refletiu o aumento de $5,7/bbl e $6,4/bbl das margens de hydrocracking e cracking, respetivamente, na sequência da evolução positiva dos cracks da gasolina, do gasóleo e do fuelóleo bem como da descida do preço do crude, com impacto no valor dos consumos e quebras.

 

MERCADO IBÉRICO

No primeiro trimestre de 2015, o mercado ibérico de produtos petrolíferos situou-se nos 14,9 milhões de toneladas (Mt), tendo aumentado cerca de 4% quando comparado com o período homólogo. O maior incremento registou-se nos destilados médios, com o gasóleo e o jet a evidenciarem uma recuperação positiva no tráfego rodoviário e aéreo. Destaque ainda para o aumento do consumo de gasóleo de bancas decorrente da proibição ao consumo de fuelóleo com conteúdo de enxofre superior a 0,1% em zonas marítimas específicas (ECA), que incluem a costa Leste dos EUA e o Norte da Europa.

O mercado ibérico de gás natural registou uma evolução positiva de 7% face ao período homólogo situando-se nos 9.074 Mm³, com aumentos superiores a 37% e 3% no consumo dos segmentos elétrico e convencional, respetivamente. O segmento elétrico foi impactado pela baixa hidraulicidade que conduziu a um maior recurso à produção de eletricidade a partir de gás natural, enquanto o segmento convencional refletiu o impacto da recuperação económica da região.

 

CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA

A ação da Galp Energia encerrou o primeiro trimestre com uma cotação de €10,07, tendo valorizado 19% no período. A cotação mínima no período foi €7,81 e a máxima €10,75. Durante o primeiro trimestre do ano, foram transacionados cerca de 179 milhões de ações em mercados regulamentados, dos quais 115 milhões na Euronext Lisbon. O volume médio diário transacionado nos mercados regulamentados foi de 2,8 milhões de ações, dos quais 1,8 milhões na Euronext Lisbon. No final do primeiro trimestre de 2015, a capitalização bolsista da Galp Energia situava-se nos €8.300 milhões.

(ver gráfico no pdf em anexo)

 

BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO

As demonstrações financeiras consolidadas da Galp Energia relativas aos trimestres findos em 31 de março de 2015 e 2014 foram elaboradas em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS). A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos em 31 de março de 2015 e 2014. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 31 de março de 2015 e 31 de dezembro de 2014.

As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a custo médio ponderado (CMP). A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.

Outro fator que pode influenciar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.

Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado replacement cost (RC).

 

DEFINIÇÕES

 Crack

Diferencial de preço entre determinado produto petrolífero e o preço do dated Brent

Ebit

Resultado operacional

Ebitda

Ebit mais depreciações, amortizações e provisões

Produção net entitlement

Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão, após o efeito dos contratos de partilha de produção

Produção working interest

Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão

Replacement Cost

De acordo com este método, o custo das mercadorias vendidas é avaliado a replacement cost, isto é, à média do custo das matérias-primas no mês em que as vendas se realizam e independentemente das existências detidas no início ou no fim dos períodos. O replacement cost não é um critério aceite pelas IFRS, não sendo consequentemente adotado para efeitos de avaliação de existências e não refletindo o custo de substituição de outros ativos.

Replacement Cost Ajustado

Além da utilização da metodologia replacement cost, os resultados ajustados excluem determinados eventos de caráter não-recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de restruturação, que podem afetar a análise dos resultados da Empresa e que não traduzem o seu desempenho operacional.

 

ABREVIATURAS 

bbl: barris

mbbl: milhões de barris

boe: barris de óleo equivalente

mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia

Mt: milhões de toneladas

RCA: Replacement cost adjusted

$: dólar dos Estados Unidos

QoQ: variação face ao trimestre anterior

YoY: variação face ao homólogo

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