29/04/2013 | Resultados

Resultados do 1º trimestre de 2013

Galp Energia regista resultado líquido de €75 milhões, mais 51,5% que no período homólogo, com bons desempenhos de todos os segmentos de negócio.

Galp Energia regista resultado líquido de €75 milhões, mais 51,5% que no período homólogo, com bons desempenhos de todos os segmentos de negócio.

  • A produção working interest de petróleo e gás natural no 1º trimestre de 2013 foi de 23,5 mboepd, mais 4% do que no período homólogo; a produção net entitlement foi de 20,1 mboepd, um aumento de 21% face ao 1º trimestre de 2012; a produção no Brasil representou cerca de 60% deste total
  • As exportações de produtos petrolíferos para fora da Península Ibérica aumentaram 17% em relação
    ao 1º trimestre de 2012, situando-se em cerca de um milhão de toneladas
  • A margem de refinação da Galp Energia, ainda sem o contributo do projeto de conversão das refinarias, foi de $1,8/bbl, mais $1,1/bbl do que no 1º trimestre de 2012, acompanhando a tendência do mercado internacional
  • O negócio de distribuição de produtos petrolíferos continuou a ser afetado pela queda da procura na Península Ibérica em consequência da conjuntura económica na região
  • O volume de gás natural vendido atingiu os 1.721 milhões de m3 (mm3), em linha com o 1º trimestre de 2012; o aumento da procura de GNL no mercado internacional, sobretudo nos países asiáticos e da América Latina, contribuiu para uma evolução positiva da margem de comercialização no período
  • O investimento totalizou €189 milhões, tendo mais de 80% sido canalizado para o segmento de negócio de Exploração & Produção, nomeadamente para as atividades de exploração e desenvolvimento no Brasil
  • A dívida líquida situou-se nos €1.887 milhões, ou €926 milhões se se considerasse o empréstimo à empresa chinesa Sinopec como caixa e equivalentes. Neste contexto, o rácio dívida líquida para Ebitda situar-se-ia em 0,9x.

INDICADORES FINANCEIROS
(ver quadro no pdf anexo) 

O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €75 milhões, mais 51% do que no período homólogo de 2012, não obstante as quedas acentuadas nos volumes vendidos petrolíferos na Península Ibérica. Este aumento deveu-se essencialmente ao incremento da produção de petróleo e de gás natural no Brasil, à evolução positiva das margens de refinação e ao aumento das vendas de GNL no mercado internacional.

EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO

(ver quadro no pdf anexo)
A produção total (working interest) aumentou 4% face ao período homólogo de 2012, para 23,5 mboepd, dos quais 89% corresponderam a produção de petróleo e o restante de gás natural. Este aumento deveu-se ao incremento da produção do campo Lula, no Brasil, nomeadamente através da FPSO Cidade de Angra dos Reis, que conta com quatro poços produtores desde o segundo trimestre de 2012. A produção no Brasil aumentou 51% face ao período homólogo de 2012, tendo a FPSO Cidade de Angra dos Reis registado uma produção média de 11,5 mboepd.

O Brasil tornou-se assim no principal pilar de crescimento da produção da Galp Energia, compensando o declínio natural da produção dos campos do bloco 14, em Angola, que já se encontram numa fase de maturidade avançada. A produção working interest em Angola foi igualmente afetada por trabalhos de manutenção, nomeadamente no campo BBLT, totalizando 11,6 mbopd, ou seja, menos 21% do que em 2012.

A produção net entitlement, a mais relevante, uma vez que é aquela a que a Galp Energia tem de facto direito, foi de 20,1 mboepd, um aumento de 21% face ao primeiro trimestre de 2012, devido ao aumento de produção no Brasil, que compensou a diminuição da produção em Angola. A produção proveniente do Brasil foi de 11,9 mboepd, ou seja, 59% do total da produção net entitlement, o que compara com 48% do período homólogo de 2012.

O resultado operacional a custo de substituição foi de €60 milhões, um aumento de €7 milhões face ao período homólogo, o que se explica essencialmente por este aumento da atividade no Brasil.

REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO
(ver quadro no pdf anexo)  
Em janeiro de 2013, a Galp Energia iniciou a produção comercial da unidade hydrocracker da refinaria de Sines, e passou a dispor dum aparelho refinador mais integrado e complexo. Ao longo do trimestre, a exploração do hydrocracker foi estabilizando, tendo sido atingida no trimestre uma taxa de utilização média de 59%.

No primeiro trimestre de 2013 foram processados cerca de 22 milhões de barris de crude (mbbl), um aumento de 6% face ao período homólogo de 2012, a que correspondeu a uma taxa de utilização de 73%.
Neste período, 73% do crude processado nas refinarias da Galp Energia correspondeu a crudes médios e pesados, enquanto os leves e os condensados tiveram um peso de 27% no total.
No perfil de produção, apesar da unidade hydrocracker ter estado em processo de estabilização, ou seja, não produziu de forma constante ao longo do período, o gasóleo atingiu um peso de 39%, que compara com 35% do período homólogo. No entanto, este facto contribuiu para que os consumos e perdas no primeiro trimestre de 2013 tivessem atingido 10% do crude processado. As gasolinas, o fuelóleo e o jet contribuíram com 21%, 16% e 6% da produção total, respetivamente.
O volume de vendas a clientes diretos no primeiro trimestre de 2013 diminuiu 9% em relação ao período homólogo do ano anterior, o que se deveu ao contexto económico adverso na Península Ibérica e ao seu efeito negativo no consumo de produtos petrolíferos. As vendas de produtos petrolíferos a clientes diretos em África representaram 8% do total, face a um peso de 7% no primeiro trimestre de 2012.
As exportações para fora da Península Ibérica aumentaram 17% em relação ao primeiro trimestre de 2012 e situaram-se em cerca de um milhão de toneladas, das quais a gasolina e o fuelóleo representaram 32% e 29%, respetivamente.
No final do trimestre, a Galp Energia contava com 1.478 estações de serviço na Península Ibérica e em África, menos 28 do que em 2012, em resultado do esforço contínuo de aumento da eficiência da rede.
Nos primeiros três meses de 2013, o segmento de negócio de Refinação & Distribuição registou um resultado operacional a custo de substituição nulo, uma melhoria significativa face aos €26 milhões negativos registados no período homólogo. Esta evolução deveu-se à melhoria dos resultados da atividade de refinação, que compensaram a deterioração dos resultados na distribuição de produtos petrolíferos.

GAS & POWER
(ver quadro no pdf anexo)  
No primeiro trimestre de 2013, os volumes de gás natural vendido situaram-se nos 1.721 milhões de metros cúbicos (mm3), em linha com o verificado no mesmo período do ano anterior. Com efeito, o aumento dos volumes vendidos nos segmentos industrial e de trading compensaram a descida de 46% dos volumes no segmento elétrico que se deveu à maior produção de energia elétrica por via hídrica e eólica no período.
No segmento industrial, os volumes vendidos atingiram os 619 mm3, mais 11% que no período homólogo de 2012, consequência do aumento dos consumos de gás natural pelas unidades da Galp Energia, nomeadamente do hydrocracker da refinaria de Sines e da cogeração da refinaria de Matosinhos.
Relativamente ao segmento de trading, a Galp Energia continuou a captar as oportunidades no mercado internacional, tendo vendido oito cargas de gás natural liquefeito (GNL), o que compara com as sete vendidas no mesmo período do ano anterior. Estas cargas destinaram-se sobretudo a países asiáticos e da América Latina.
No primeiro trimestre de 2013, as vendas de eletricidade à rede foram de 468 GWh, mais 149 GWh que no primeiro trimestre de 2012. Este aumento resultou da produção de energia elétrica pela cogeração em Matosinhos, que está em operação desde março.
No primeiro trimestre de 2013, o negócio de Gas & Power beneficiou sobretudo do aumento dos volumes vendidos de gás natural e da melhoria da margem de comercialização de GNL no mercado internacional. Com efeito, o Ebit do negócio de comercialização situou-se em €88 milhões, 23% acima do registado no período homólogo.

INVESTIMENTO
(ver quadro no pdf anexo)  
O investimento no 1º trimestre de 2013 foi de €189 milhões, dos quais cerca de 80% foram canalizados para o negócio de E&P, em consonância com a estratégia da Empresa de reforçar cada vez mais a presença no upstream.
O investimento no negócio de E&P atingiu os €154 milhões e foi sobretudo afeto a atividades de desenvolvimento do bloco BM-S-11, no Brasil, que absorveu €74 milhões no período. Este investimento destinou-se principalmente à perfuração e completação de poços na área de Lula, à realização de testes de produção e ao investimento na construção de FPSOs e equipamentos subaquáticos.
O investimento afeto à atividade de exploração representou cerca de 30% do total do investimento neste segmento de negócio e compreendeu, entre outras, as atividades de exploração e avaliação em Moçambique, no seguimento da campanha de poços de avaliação do complexo Mamba, e, no Brasil, aqui devido às atividades de exploração e avaliação desenvolvidas, incluindo a realização de poços e aquisição sísmica.
Durante o primeiro trimestre de 2013, o investimento nos segmentos de negócio de R&D e de G&P foi de €34 milhões, canalizado essencialmente para atividades de manutenção e consolidação dos ativos e para o projeto de desenvolvimento de biocombustíveis.

ENVOLVENTE DE MERCADO            
DATED BRENT
O valor médio do dated Brent no primeiro trimestre de 2013 foi de $112,6/bbl, menos 5% que no período homólogo de 2012, um período em que a cotação foi sustentada pelo embargo dos Estados Unidos e da Europa ao petróleo do Irão e pela instabilidade política em vários países produtores de petróleo na África e no Médio Oriente, que reduziu a oferta de petróleo nos mercados, pressionando a cotação em alta durante o período. Em 2013, a revisão em baixa das previsões da procura global de petróleo devido ao abrandamento da economia mundial contribuiu, por outro lado, para pressionar em baixa a cotação média do dated Brent.

MARGENS DE REFINAÇÃO
No seguimento do arranque do projeto de conversão no início do ano de 2013, o método de cálculo da margem benchmark foi revisto e repercutido nos dados históricos para fins comparativos.
A margem de refinação benchmark da Galp Energia no primeiro trimestre de 2013 foi de $2,0/bbl, uma subida de $0,9/bbl em relação ao período homólogo. Esta evolução refletiu o aumento das margens hydrocracking e cracking no período, de $0,8/bbl e $0,6/bbl, para $3,4/bbl e $0,5/bbl, respetivamente. As margens foram influenciadas pelo aumento dos cracks da gasolina e do gasóleo.

MERCADO IBÉRICO
Durante o primeiro trimestre do ano, o mercado ibérico de produtos petrolíferos continuou a ser impactado pelo contexto económico adverso em Portugal e em Espanha. Com efeito, durante o período, o mercado de produtos petrolíferos contraiu 12%, em relação ao período homólogo de 2012, situando-se nos 13,8 milhões de toneladas (Mton), particularmente afetado pela evolução do mercado espanhol que contraiu 13% no primeiro trimestre do ano.
A contração no mercado ibérico deveu-se em grande parte à descida anual de 9% do consumo de gasóleo que se situou em 7,8 Mton, e à descida de 10% do consumo de gasolina, sobretudo em Espanha, que totalizou 1,3 Mton no período. Também o mercado do jet foi afetado pela descida de 14% da procura naquele país. Com efeito, nos primeiros três meses de 2013, o consumo de jet na Península Ibérica totalizou 1,2 Mton, ou seja, menos 12% que no período homólogo de 2012.
O mercado de gás natural na Península Ibérica contraiu 11% nos primeiros três meses de 2013, face ao ano anterior, para os 9.549 mm³. Apesar do consumo dos segmentos industrial e residencial se ter mantido estável face ao primeiro trimestre de 2012, a descida acentuada de 48% da procura no segmento elétrico, deu origem à contração no mercado. Esta evolução negativa deveu-se essencialmente ao aumento da produção de eletricidade por via eólica e hídrica no trimestre

CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA
Durante o primeiro trimestre de 2013, a ação da Galp Energia valorizou 4%, tendo encerrado o período a cotar €12,22. Desde a oferta pública inicial a 23 de outubro de 2006 até ao final de março de 2013, a ação da Galp Energia teve um desempenho positivo e valorizou cerca de 110%. A cotação máxima da Galp Energia durante o período foi de €12,60, enquanto a mínima foi de €11,57.
Durante o primeiro trimestre do ano, foram transacionadas cerca de 242 milhões de ações, das quais 93 milhões em mercado regulamentado da Euronext Lisbon. O volume médio diário foi de 3,9 milhões de ações, dos quais 1,5 milhões no mercado regulamentado da NYSE Euronext Lisbon. No final do primeiro trimestre de 2013, a capitalização bolsista da Galp Energia situava-se nos €10 mil milhões.
 
Fonte: Euroinvestor

BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos três meses findos em 31 de março de 2013 e de 2012 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos nestas datas. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 31 de março de 2013 e de 31 de dezembro de 2012.
As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS) e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a custo médio ponderado (CMP). A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.
Outro fator que pode influenciar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.
Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado replacement cost.

 

DEFINIÇÕES
Crack
Diferença entre o preço de um produto final, como por exemplo a gasolina e o gasóleo, e o preço do petróleo bruto
EBITDA
Resultado operacional mais depreciações, amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida direta de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das atividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes
Produção net entitlement
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão, após o efeito dos contratos de partilha de produção
Produção working interest
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão

ABREVIATURAS
bbl: barris
mbbl: milhões de barris
boe: barris de óleo equivalente
mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia
Mton: milhões de toneladas
RCA: Replacement cost adjusted
US$: dólar dos Estados Unidos

  

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