05/03/2013 | Investimentos

Galp Energia apresenta plano de investimentos até 2017

Galp Energia apresenta plano de investimentos até 2017 com reforço da aposta no desenvolvimento dos projetos de exploração e produção de petróleo e gás

Galp Energia apresenta plano de investimentos até 2017 com reforço da aposta no desenvolvimento dos projetos de exploração e produção de petróleo e gás

A Galp Energia apresenta hoje em Londres as principais linhas orientadoras da sua estratégia de investimento para o período compreendido entre 2013 e 2017, reforçando de forma inequívoca a aposta no desenvolvimento das suas atividades na área da exploração e produção de petróleo e de gás natural.

O plano prevê um volume de investimento situado entre €1,2 mil milhões e €1,4 mil milhões em 2013 que deverá intensificar-se no período entre 2014 e 2017 para valores entre €1,4 mil milhões e €1,6 mil milhões de euros por ano, essencialmente em resultado do desenvolvimento das áreas de Carcará, Júpiter e Iara, no Brasil, do desenvolvimento do projeto de gás natural em Moçambique e do Bloco 32 em Angola.

Em termos de perspetivas financeiras, espera-se que, em 2017, cerca de 70% do Ebitda da Galp Energia seja proveniente do negócio de Exploração & Produção, contra 37% em 2012.

Assumido e reafirmado o objetivo estratégico de atingir uma produção de 300 mil barris de petróleo e gás por dia em 2020 – que prossegue a bom ritmo e será concretizado através de projetos já identificados –, o foco está agora em assegurar a manutenção de forma sustentável desse nível de produção nos anos seguintes. Para tal, a Galp Energia prevê um programa ambicioso de perfuração de 7 a 10 poços de alto impacto por ano com o objetivo de efetuar descobertas de 100 a 200 Mboe por ano. O programa de perfuração para 2013 prevê a realização de até 10 poços relevantes, de forma a fazer o de-risk de 300 Mboe (líquidos para a Galp Energia), nomeadamente no Brasil, em Moçambique e na Namíbia.

Estes esforços permitiram, em 2012, aumentar a base de recursos e reservas da Galp Energia. Assim, no ano passado, os recursos de exploração (mean estimate unrisked) aumentaram 14% para 3.203 Mboe, na sequência das recentes aquisições de áreas de exploração, nomeadamente em Marrocos e Namíbia. Os recursos contingentes 3C apresentaram um crescimento de 21% em 2012, para 3.245 Mboe, suportados principalmente pelas atividades de exploração realizadas durante o ano em Moçambique e pelas atividades de avaliação no Brasil. As reservas 3P aumentaram 10% em 2012 para 783 Mboe, sustentadas por atividades de avaliação e desenvolvimento realizadas no campo Lula/Iracema no pré-sal da bacia de Santos, no Brasil.

Orientações estratégicas
A estratégia de investimento agora apresentada pela Galp Energia visa atingir um crescimento rentável centrado nas atividades da exploração e produção que lhe permita beneficiar do aumento esperado da procura de petróleo e gás natural a nível mundial, compensando a retração do consumo de produtos petrolíferos no mercado ibérico.

Ao alocar capital às atividades de exploração e produção, a Galp Energia tem vindo a construir um portfolio de E&P que compreende atualmente mais de 50 projetos em bacias de alto e já reconhecido potencial, distribuídos por cerca de 10 países, com destaque para o Brasil, Moçambique e Angola.

O cumprimento deste objetivo está correlacionado e dependente de uma estratégia clara de exploração que permita a constituição de uma carteira de projetos equilibrada e diversificada que contribua para adicionar recursos de petróleo e gás natural de forma contínua. Suportado pela atividade de new ventures, o acesso a novas áreas de exploração de elevado potencial será focado em áreas de fronteira e emergentes e na materialidade das participações. As recentes aquisições na Namíbia e em Marrocos traduzem a materialização dessa estratégia.

Com o intuito de apoiar o crescimento rentável do segmento de E&P, a Galp Energia está comprometida com uma estrutura de capital sólida e uma estratégia de financiamento flexível, apoiada tanto pela geração de cash flow operacional, nomeadamente dos negócios de downstream e gás natural, como pela gestão ativa do portfolio.

A Galp Energia mantém ainda um forte compromisso com um conjunto de práticas responsáveis e sustentáveis, principalmente em questões de segurança e do meio ambiente, e no desenvolvimento do seu capital humano. A incorporação destas variáveis no processo de decisão estratégico e nas operações diárias é crucial para que a Galp Energia execute o seu plano estratégico com sucesso. O compromisso da Galp Energia com este caminho traduz-se na sua presença no Dow Jones Sustainability Index e no Carbon Disclosure Project ou, mais recentemente, na sua inclusão na Global 100 Most Sustainable Corporations in the World, uma lista elaborada pela Corporate Knights com base em critérios de extrema exigência.

Desenvolvimentos dos projetos de exploração e produção
O destaque na área da exploração e produção será a entrada em operação, já no segundo trimestre, da FPSO Cidade de Paraty, a qual será alocada à área do Lula Nordeste e irá iniciar operações em maio, sendo expectável que atinja a sua capacidade máxima de produção de 120 mil barris diários num período de 18 meses, com a ligação a cinco poços produtores. As restantes FPSO encontram-se a ser construídas de acordo com o planeado e toda a infraestrutura necessária ao desenvolvimento do projeto encontra-se já contratada.

Com o intuito de continuar a aumentar o fator de recuperação de petróleo, essencial para a criação de valor incremental no projeto, a Galp Energia irá testar este ano novas técnicas de recuperação, como water-alternating-gas e a produção através de poços horizontais. A Galp Energia está a trabalhar para diminuir o período necessário para atingir a capacidade máxima de produção das FPSO, bem como para reduzir o tempo de perfuração e completação dos poços (neste caso em cerca de 25%).

No Iara, ainda no bloco BM-S-11, a Galp Energia está atualmente a perfurar o segundo poço, o Iara Oeste, sendo que dois poços de avaliação adicionais, dos quais um horizontal, deverão ser perfurados durante o ano de 2013 com o objetivo de reduzir o risco e otimizar a conceptualização do modelo de desenvolvimento da área. Até ao final de 2013 está previsto o arranque de um teste de longa duração, sendo que o início da produção está previsto para 2017, com a operação de duas FPSO.

No bloco BM-S-8, espera-se reduzir o risco associado à base de recursos através da atividade de avaliação prevista para 2013. Como tal, está prevista a perfuração de um poço de avaliação na área de Carcará com o objetivo de realizar um teste de formação durante o quarto trimestre do ano, que será essencial para testar a produtividade e o potencial de recursos nos extremos do reservatório. Adicionalmente é expectável que o prospeto Guanxuma seja perfurado em 2014, o que poderá vir a aumentar o potencial da área. Em 2018, está prevista a alocação de uma FPSO ao campo Carcará.
No bloco BM-S-24, ainda no pré-sal da bacia de Santos, onde a perfuração do poço Júpiter NE confirmou o mix de hidrocarbonetos e a continuidade do reservatório com a primeira descoberta, Júpiter, o desenvolvimento do reservatório de petróleo encontra-se em maturação, enquanto o desenvolvimento do reservatório de gás aguarda a conclusão dos estudos atualmente em curso. Em 2013, está prevista a perfuração de um novo prospeto no bloco, Bracuhy, que vai testar a continuidade do reservatório do Júpiter, com o potencial para aumentar os recursos da área. Está previsto que a produção de petróleo na área de Júpiter se inicie em 2018, com uma FPSO.

Em Moçambique, no projeto de gás natural na Área 4 da bacia do Rovuma, os reservatórios Mamba e Coral já confirmaram um potencial de 75 Tcf de gás no jazigo. A Galp Energia está atualmente a perfurar um poço adicional de avaliação no complexo Mamba, estando ainda prevista em 2013 a perfuração de um prospeto de petróleo, o K Bulge, localizado no sul do bloco. Os recursos de gás natural descobertos até ao momento já suportam o desenvolvimento através de múltiplas unidades de liquefação de GNL, estando previsto que a produção se inicie em 2018, inicialmente com duas unidades com uma capacidade de 5 Mtpa cada. O projeto de gás natural na Área 4 é um dos projetos de GNL mais competitivos dos que se prevê que venham a entrar em funcionamento no mundo nos próximos anos, dada a curta distância em relação à costa moçambicana, as excelentes taxas de produção estimadas e a localização estratégica, entre a Europa e a Ásia.

Em Angola, a Galp Energia prossegue com as atividades de desenvolvimento, sendo de destacar a produção adicional proveniente de novos projetos no Bloco 14 e Bloco 14k, nomeadamente do campo Lianzi (que iniciará produção a partir de 2015), e do Bloco 32, onde serão alocadas duas FPSO ao campo Kaombo em 2016 e 2017.

Atualização de reservas e recursos:
A 31 de Dezembro de 2012, os recursos de exploração certificados (mean estimate unrisked) da Galp Energia situavam-se nos 3.203 Mboe, o que representou um aumento anual de 14%. Este aumento foi impulsionado pelas recentes entradas (farm-ins) em novas áreas de exploração, nomeadamente em Marrocos e na Namíbia, não obstante a diminuição da contribuição do Brasil e de Moçambique, no seguimento do sucesso nas atividades de exploração realizadas nessas áreas durante o ano de 2012.

Os recursos contingentes 3C apresentaram um crescimento anual de 21% em 2012, para os 3.245 Mboe, suportado pelas atividades intensivas de exploração realizadas em Moçambique, bem como pelas atividades de avaliação no Brasil. Do total de recursos contingentes 3C, 63% correspondiam a recursos de petróleo e 70% provinham do Brasil.
No seguimento das atividades de avaliação e desenvolvimento realizadas no pré-sal da bacia de Santos, no Brasil, as reservas 3P aumentaram 10% em 2012, para os 783 Mboe. Este aumento foi impulsionado pelas atividades de avaliação no pré-sal da bacia de Santos, nomeadamente em Lula/Iracema, reforçando a confiança na materialização futura das reservas em produção e, como tal, na criação de valor daquela área.

Perspetivas financeiras:
O investimento anual estimado entre os €1,4 mil milhões e os €1,6 mil milhões será alocado principalmente ao negócio de E&P. A revisão em alta do investimento em comparação com a estimativa de investimento anunciada a 6 de março 2012 deve-se sobretudo aos recentes sucessos, nomeadamente aos desenvolvimentos das áreas Carcará, de Júpiter e de Iara, no Brasil, ao desenvolvimento do projeto de GNL na bacia do Rovuma, em Moçambique e ao Bloco 32 em Angola. Para 2013, a Empresa estima um investimento entre os €1,2 mil milhões e os €1,4 mil milhões, que será alocado sobretudo a atividades de desenvolvimento na área de Lula/Iracema.

O aumento de produção esperado nos próximos anos impactará positivamente a geração de resultados, prevendo-se que o negócio de E&P venha a representar cerca de 70% do Ebitda da Galp Energia em 2017, quase o dobro do valor que representou nos resultados de 2012, sendo igualmente o principal motor de crescimento da empresa.

Ao nível do Ebitda, a taxa de crescimento média anual durante o período compreendido entre os anos de 2012 e 2017 deverá superar os 25%. Em 2013, a Galp Energia antecipa que o Ebitda se situe entre os €1,1 mil milhões e os €1,3 mil milhões, sustentado pelo negócio de E&P e pelo arranque das operações do projeto de conversão das refinarias.

A Galp Energia mantém o compromisso com a solidez da sua estrutura de capital, gerindo ativamente as suas necessidades de refinanciamento, o que tem passado pela extensão da maturidade da sua dívida, nomeadamente aquela que vence em 2013 e em 2014. Desta forma, a Empresa está a ajustar o seu perfil de reembolso da dívida de acordo com a geração futura de free cash flow, que se deverá tornar positiva durante o ano de 2017. Esta renegociação da dívida é fundamental para a manutenção da estrutura de capital sólida que caracteriza a Galp Energia. Assim, o rácio dívida líquida/Ebitda deverá aumentar até cerca de 2x, descendo rapidamente após 2016.

A Galp Energia vai continuar a proporcionar retorno aos seus acionistas através da distribuição de dividendos, sendo que o pagamento de dividendos proposto em 2013 (e relativo ao exercício de 2012) é de €0,24 por ação, em linha com a política de dividendos adotada pela empresa.

Acrónimos
Ebitda - Earnings before interest and taxes
Mtpa - Milhões de toneladas por ano
FPSO - Floating production storage offloading
mboepd - Mil barris de petróleo equivalente por dia

GNL - Gás natural liquefeito
Mboe - Milhões de barris de petróleo equivalente
Tcf - Trillion cubic feet

Apêndice

Reservas e Recursos 1

(ver quadro no documento anexo)
1 Recursos de exploração e recursos contingentes numa base working interest. Resultados de reservas numa base net entitlement. Todos os resultados baseados no relatório DeGoyler and MacNaughton de 31.12.2012.

Disclaimer
Resultados RCA exceto indicação em contrário.

Este comunicado contém declarações prospetivas (“forward looking statements”), no que diz respeito aos resultados das operações e às atividades da Galp Energia, bem como alguns planos e objetivos da empresa face a estas questões. Os termos “antecipa”, “acredita”, “estima”, ”espera”, “prevê”, “pretende”, “planeia”, e outros termos similares visam identificar tais forward looking statements. Os forward looking statements envolvem, por natureza, riscos e incertezas, em virtude de estarem associados a eventos e a circunstâncias suscetíveis de ocorrerem no futuro. Os resultados e desenvolvimentos reais poderão diferir significativamente dos resultados expressos ou implícitos nas declarações em virtude de diferentes fatores. Estes incluem, mas não se limitam, a mudanças ao nível dos custos, alterações ao nível de condições económicas e alterações a nível regulamentar. Os forward looking statements reportam-se apenas à data em que são feitos, não assumindo a Galp Energia qualquer obrigação de os atualizar à luz de novas informações ou desenvolvimentos futuros, nem de explicar as razões por que os resultados efetivamente verificados são eventualmente diferentes.


 

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