27/04/2012 | Resultados

Resultado líquido da Galp Energia aumenta para €50 milhões no primeiro trimestre de 2012, suportado pela produção de petróleo e de gás natural

A produção de crude e de gás natural foi de 16,5 mboepd, um aumento de 72% face ao período homólogo, suportado fundamentalmente pelo aumento de produção no Brasil

RESULTADO LÍQUIDO DA GALP ENERGIA AUMENTA PARA €50 MILHÕES NO PRIMEIRO TRIMESTRE DE 2012, SUPORTADO PELA PRODUÇÃO DE PETRÓLEO E DE GÁS NATURAL

 -  A produção de crude e de gás natural foi de 16,5 mboepd, um aumento de 72% face ao período homólogo, suportado fundamentalmente pelo aumento de produção no Brasil;

- A margem de refinação da Galp Energia foi de Usd 0,8/bbl, face a Usd 1,3/bbl no período homólogo, uma descida de 41% influenciada pela evolução negativa das margens de refinação nos mercados internacionais;

- O negócio de distribuição de produtos petrolíferos continua a ser negativamente afetado pelo contexto económico adverso que caracterizou a Península Ibérica, com as vendas a clientes diretos a atingirem 2,6 milhões de toneladas;

- O volume vendido de gás natural aumentou 7% face ao período homólogo, para 1.725 milhões de metros cúbicos, para o que contribuíram as vendas no segmento de trading;

 - O resultado operacional a custo de substituição (RCA) foi de €5 milhões, mais 75% do que no primeiro trimestre de 2011;

 - O investimento atingiu €02 milhões, tendo sido maioritariamente canalizado para o segmento de negócio de Exploração & Produção;

- O rácio net debt to equity no final do período situou-se nos 12%, face aos 119% em dezembro de 2011, e a dívida líquida em €90 milhões, menos €.714 milhões do que no final do ano anterior.

 

INDICADORES FINANCEIROS

Ver tabela no documento em anexo


O resultado líquido replacement cost ajustado da Galp Energia foi de €50 milhões no primeiro trimestre de 2012, mais €7 milhões do que no período homólogo de 2011. Este aumento deveu-se ao melhor desempenho do segmento de negócio de Exploração & Produção, na sequência do aumento da produção proveniente do Brasil e do preço do crude nos mercados internacionais, e do segmento de Gas & Power, suportado fundamentalmente pelo aumento dos volumes de gás natural vendidos no mercado internacional.

 

EXPLORAÇÃO & PRODUÇÃO
Ver tabela no documento em anexo


A produção working interest no primeiro trimestre aumentou 19%, para 22,6 mboepd, face ao período homólogo de 2011.

Este aumento deveu-se essencialmente ao contributo da produção do campo Lula, no Brasil, que passou a operar durante o trimestre com três poços produtores e um poço injetor de gás, enquanto no período homólogo do ano anterior dispunha apenas de um poço produtor. A produção no Brasil foi de 7,9 mboepd, dos quais cerca de 15% referentes a gás natural. Em Angola, a produção working interest foi de 14,7 mbopd, ou seja, menos 16% do que no período homólogo de 2011. Esta diminuição ficou a dever-se ao declínio natural na produção, dado que os campos atualmente em produção se encontram já numa fase de maturidade.

A produção net entitlement foi de 16,5 mboepd, ou seja, um aumento de 72% face ao período homólogo de 2011, suportado fundamentalmente pelo aumento de produção no Brasil.

No primeiro trimestre de 2012 o resultado operacional a custo de substituição mais do que duplicou face ao período homológo, aumentando €31 milhões para €53 milhões, na sequência do aumento da produção proveniente do Brasil e do preço do crude nos mercados internacionais.


REFINAÇÃO & DISTRIBUIÇÃO
Ver tabela no documento em anexo


No primeiro trimestre de 2012 foram processados, na atividade de refinação, 20 milhões de barris de crude, ou seja, mais 7 milhões de barris do que no primeiro trimestre de 2011, período em que a refinaria de Sines efetuou uma paragem técnica destinada à execução de trabalhos de manutenção e interligações relacionadas com o projeto de conversão. A taxa de utilização da capacidade das refinarias no período foi de 67%, contra 49% no período homólogo de 2011.
O crude representou 93% das matérias-primas processadas, com os crudes leves e condensados a representarem 29% do total, enquanto os crudes médios e pesados tiveram um peso de 52% e 19%, respetivamente.

No perfil de produção, o gasóleo teve um peso de 35%, seguido das gasolinas com 22%. O fuelóleo e o jet representaram, respetivamente, 18% e 8% da produção total. Os consumos e quebras no período foram de 8%.

O volume de vendas a clientes diretos aumentou 7% face ao primeiro trimestre de 2011, para 2,6 milhões de toneladas, apesar do contexto económico que continuou a afetar o mercado de produtos petrolíferos na Península Ibérica no primeiro trimestre de 2012.

As exportações para fora da Península Ibérica no primeiro trimestre de 2012, foram de 900 mil toneladas, face a 400 mil toneladas no primeiro trimestre de 2011, quando a produção disponível para exportação foi negativamente afetada pela paragem técnica da refinaria de Sines. A gasolina representou 37% das exportações e beneficiou da evolução positiva registada pelo crack deste produto, durante o primeiro trimestre, nos mercados internacionais.

No primeiro trimestre de 2012, o segmento de negócio de Refinação & Distribuição registou um resultado operacional a custo de substituição negativo de €29 milhões, um agravamento face ao valor já negativo de €23 milhões do primeiro trimestre de 2011, em consequência da diminuição da margem de refinação.

 

GAS & POWER
Ver tabela no documento em anexo


As vendas de gás natural no primeiro trimestre de 2012 aumentaram 7% para 1.725 milhões de metros cúbicos, o que se deveu ao aumento das vendas no segmento de trading.

As vendas a clientes diretos na Península Ibérica foram de 1.165 milhões de metros cúbicos, uma diminuição de 11% face ao primeiro trimestre de 2011. Este valor resulta da quebra nas vendas ao segmento elétrico, justificada pela diminuição de produção de eletricidade em Portugal e pela maior utilização do carvão na produção de eletricidade, e ao segmento residencial devido à temperatura mais amena que caracterizou o período.

No segmento de trading, as vendas de gás natural foram de 560 milhões de metros cúbicos no primeiro trimestre 2012, um aumento de 271 milhões de metros cúbicos face ao primeiro trimestre de 2011. As vendas neste segmento beneficiaram do aumento da procura de gás natural fundamentalmente no mercado japonês.
As vendas de eletricidade à rede no primeiro trimestre de 2012 foram de 320 GWh, contra 224 GWh no período homólogo de 2011, em que a produção nas cogerações de Sines e da Energin esteve parcialmente interrompida.
No primeiro trimestre de 2012, o resultado operacional a custo de substituição foi de €71 milhões, um aumento de €19 milhões face ao período homólogo de 2011 que se deveu à melhoria dos resultados das atividades de comercialização de gás natural, fundamentalmente devido à atividade de trading.

 

INVESTIMENTO
Ver tabela no documento em anexo


O investimento no primeiro trimestre de 2012 foi de €202 milhões, dos quais 68% foram canalizados para o negócio de Exploração & Produção, refletindo um ponto de viragem no perfil de investimento da Empresa, o qual, até ao final de 2011, estava focado no segmento de negócio de Refinação & Distribuição devido ao investimento no projeto de conversão.
Durante o primeiro trimestre de 2012, o investimento no segmento de Exploração & Produção foi de €137 milhões, um aumento significativo relativamente aos €59 milhões no período homólogo. Aquele montante foi essencialmente canalizado para as atividades no Brasil, que absorveram cerca de €98 milhões. Em Angola, o investimento de cerca de €19 milhões destinou-se principalmente às atividades de desenvolvimento do Bloco 14. Em Moçambique o investimento ascendeu a €17 milhões e esteve relacionado com atividades de exploração e avaliação na estrutura Mamba, na bacia do Rovuma.

O investimento no segmento de negócio de Refinação & Distribuição foi de €48 milhões, uma diminuição de €182 milhões, na sequência da conclusão do investimento no projeto de conversão.

No negócio de Gas & Power, o investimento foi de €17 milhões e refletiu sobretudo o investimento na rede de distribuição de gás natural e na cogeração da refinaria de Matosinhos.

 

COLABORADORES
Ver tabela no documento em anexo

 

ENVOLVENTE DE MERCADO
DATED BRENT
O valor médio do dated Brent no primeiro trimestre de 2012 foi de Usd 118,5/bbl, um aumento de 13% face ao período homólogo do ano anterior. Este aumento deveu-se sobretudo à instabilidade na Síria, no Sudão do Sul e no Iémen, que retirou à oferta diária global mais de 600 mil barris de crude durante o primeiro trimestre de 2012. O embargo dos EUA e da União Europeia ao crude do Irão também conduziu ao aumento dos preços do dated Brent face ao primeiro trimestre de 2011, embora os preços neste período também tenham sido inflacionados pela redução da oferta líbia.


MARGENS DE REFINAÇÃO
A margem benchmark da Galp Energia no primeiro trimestre de 2012 foi de Usd -0,6/bbl, o que representou uma descida de Usd 0,1/bbl face ao período homólogo. Ainda que as margens de cracking e hydroskimming tenham registado um aumento de Usd 0,4/bbl e de Usd 1,5/bbl face ao primeiro trimestre de 2011, para Usd -0,1/bbl e para Usd -2,8/bbl, respetivamente, a margem benchmark foi negativamente afetada pela diminuição dos cracks dos produtos aromáticos e dos óleos base.


EUR/USD
No primeiro trimestre de 2012, a taxa de câmbio média do euro/dólar foi de 1,31, menos 4% do que no período homólogo. Este enfraquecimento da moeda única foi influenciada pela continuação da crise da dívida soberana na zona euro enquanto os indicadores económicos dos EUA deram sinais de recuperação.


MERCADO IBÉRICO
Em Portugal, o mercado de produtos petrolíferos contraiu 3% face ao mesmo período em 2011, para 2,2 milhões de toneladas, refletindo o contexto económico particularmente adverso. As gasolinas e os gasóleos foram os produtos cuja procura foi mais afetada, com uma descida de 7% face ao período homólogo, para os 0,3 milhões de toneladas e os 1,1 milhões de toneladas, respetivamente. Já o mercado do jet aumentou 2% para os 0,2 milhões de toneladas.

Em Espanha, o mercado de produtos petrolíferos registou uma descida de 5% durante o primeiro trimestre de 2012, face ao período homólogo, para os 13,7 milhões de toneladas. As gasolinas foram os produtos cuja procura foi mais afetada, tendo descido 6% para os 1,2 milhões de toneladas. Os gasóleos e o jet também foram afetados negativamente pela atual envolvente económica, com a procura por aqueles produtos a descer 3% e 4%, para os 7,6 milhões de toneladas e os 1,2 milhões de toneladas, respetivamente.

No primeiro trimestre de 2012, o mercado português do gás natural desceu 10% face ao período homólogo, para os 1.253 milhões de metros cúbicos. O menor consumo deveu-se sobretudo à quebra de 16% no segmento elétrico, suportada pela menor geração elétrica em Portugal, mas também pelo maior recurso ao carvão para a geração de eletricidade. Também o menor consumo pelos segmentos residencial e industrial impactou negativamente o mercado português, o que se deveu às temperaturas mais amenas no período, face ao primeiro trimestre de 2011.

Já o mercado espanhol do gás natural manteve-se estável durante o primeiro trimestre de 2012, face ao mesmo período de 2011, com a queda de 17% no segmento elétrico a ser parcialmente compensada pelo aumento de 6% do consumo nos segmentos residencial e industrial. A descida no segmento elétrico deveu-se à maior produção de eletricidade através de carvão e por via nuclear.

 

CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA
Durante o primeiro trimestre de 2012, a ação da Galp Energia valorizou-se 8%, com a cotação a fechar nos €12,34 no final do período. Desde a oferta pública inicial, a 23 de outubro de 2006, até 31 de março de 2012, a ação da Galp Energia valorizou-se cerca de 112%. A cotação máxima da Galp Energia no período foi de €13,78, enquanto a mínima foi de €11,43.

Durante o primeiro trimestre de 2012, foram transacionados cerca de 81 milhões de ações, equivalente a uma média diária de 1,2 milhões de ações. A 31 de março de 2012, a Galp Energia tinha uma capitalização bolsista de €10.233 milhões.

 

ver gráfico no documento em anexo

 

BASES DE APRESENTAÇÃO DA INFORMAÇÃO
As demonstrações financeiras consolidadas e não auditadas da Galp Energia relativas aos três meses findos em 31 de março de 2012 e de 2011 foram elaboradas em conformidade com as IFRS. A informação financeira referente à demonstração de resultados consolidados é apresentada para os trimestres findos em 31 de março de 2012 e de 2011 e em 31 de dezembro de 2011. A informação financeira referente à situação financeira consolidada é apresentada às datas de 31 de março de 2012 e de 31 de dezembro de 2011.

As demonstrações financeiras da Galp Energia são elaboradas de acordo com as IFRS e o custo das mercadorias vendidas e matérias-primas consumidas é valorizado a CMP. A utilização deste critério de valorização pode originar volatilidade nos resultados em momentos de oscilação dos preços das mercadorias e das matérias-primas através de ganhos ou perdas em stocks, sem que tal traduza o desempenho operacional da empresa. Este efeito é designado efeito stock.

Outro fator que pode afetar os resultados da empresa sem ser um indicador do seu verdadeiro desempenho é o conjunto de eventos de natureza não recorrente, tais como ganhos ou perdas na alienação de ativos, imparidades ou reposições de imobilizado e provisões ambientais ou de reestruturação.

Com o objetivo de avaliar o desempenho operacional do negócio da Galp Energia, os resultados operacionais e os resultados líquidos RCA excluem os eventos não recorrentes e o efeito stock, este último pelo facto de o custo das mercadorias vendidas e das matérias-primas consumidas ter sido apurado pelo método de valorização de custo de substituição designado replacement cost.

 

 

DEFINIÇÕES

 

Crack
Diferença entre o preço de um produto final, como por exemplo a gasolina e o gasóleo, e o preço do petróleo bruto

 

EBIT
Resultado operacional

 

EBITDA

EBIT mais depreciações, amortizações e provisões. O EBITDA não é uma medida direta de liquidez e deverá ser analisado conjuntamente com os cash flows reais resultantes das atividades operacionais e tendo em conta os compromissos financeiros existentes

 

Produção net entitlement
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão, após o efeito dos contratos de partilha de produção

 

Produção working interest
Percentagem da produção detida sobre os direitos de exploração e produção de hidrocarbonetos de determinada concessão

 

ABREVIATURAS
bbl: barris
boe: barris de óleo equivalente
mboepd: mil barris de petróleo equivalente por dia
PSA: Production Sharing Agreement
RCA: Replacement cost ajustado
Usd: dólar dos Estados Unidos 

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