A Galp obteve um resultado líquido ajustado record de €407 milhões de euros no 3º trimestre de 2025, um aumento de 53% em relação ao período homólogo. Metade dos resultados teve origem na produção de petróleo e gás no Brasil sendo que o crescimento foi suportado pelas atividades de aprovisionamento & trading de gás natural e a disponibilidade do aparelho refinador, que permitiu capturar a recuperação internacional das margens de refinação, mais do que compensando o impacto da desvalorização das cotações do crude.
O resultado ajustado a custo de substituição (RCA) antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (Ebitda) do terceiro trimestre foi de €911 milhões, mais 11% do que os €820 milhões registados no período homólogo de 2024. Quase 80% do Ebitda do 3º trimestre teve origem nas atividades internacionais.
“Estes resultados mostram a solidez dos nossos investimentos e a capacidade de crescer nos diferentes mercados”, afirmou a Co-CEO e CFO da Galp, Maria João Carioca. “O desempenho e a eficiência dos nossos vários negócios permite-nos navegar a imprevisibilidade do mundo atual e continuar a investir nas oportunidades que surgem da transformação do nosso setor”, acrescentou.
Nestes três meses, a Galp investiu €273 milhões. Dois terços deste montante foram aplicados na aceleração da construção, em Sines, das unidades de produção de hidrogénio verde de 100MW (pioneira a nível europeu) e de biocombustíveis avançados de baixo carbono (HVO/SAF), na modernização da rede de lojas e na expansão da rede de carregamento elétrico e da capacidade dos ativos de produção fotovoltaica.
O restante foi aplicado no Brasil, sobretudo no projeto Bacalhau, na região do pré-sal da Bacia de Santos, que iniciou a produção em outubro através de uma das maiores e mais eficientes unidades flutuantes de produção offshore (FPSO) do mundo.
Nos nove meses até 30 de setembro, o resultado líquido RCA aumentou 9% para €973 milhões, enquanto o Ebitda caiu 7% para €2,42 mil milhões. O investimento total nos nove meses foi de €716 milhões, embora o saldo líquido (Net Capex) entre os valores investidos e o encaixe proveniente da alienação de ativos, com destaque para Angola e Moçambique, tenha sido positivo em €93 milhões.
Performance operacional decisiva
A boa performance operacional do Upstream no 3º trimestre, patente no aumento de 2% da produção de petróleo e gás natural face ao mesmo período de 2024, foi impactada pela queda das cotações do petróleo nos mercados internacionais, caindo 14% para €464 milhões. Ainda assim, o Upstream foi responsável por mais de metade dos resultados operacionais da empresa no trimestre.
O Industrial & Midstream, que agrupa atividades como a refinação, mas também o Energy Management – que por sua vez inclui as atividades de trading – obteve um Ebitda de €315 milhões. O aumento de 91% em relação ao trimestre homólogo de 2024 mais do que compensou a diminuição de resultados do Upstream.
A refinação beneficiou de uma recuperação das margens internacionais, determinadas pelas cotações do crude e dos produtos refinados no mercado europeu, que atingiram $9,5 por cada barril processado, permitindo um aumento de 78% nos resultados das exportações a partir de Sines face ao trimestre homólogo.
Adicionalmente, o início das entregas de cargas de GNL por parte da Venture Global LNG, nos Estados Unidos, ao abrigo de contratos de aprovisionamento de longo prazo, permitiu um aumento de 42% nos volumes de gás natural transacionado. A expansão da comercialização de gás natural no mercado brasileiro, também contribuiu de forma positiva.
A Comercial registou um aumento de 28% nos resultados operacionais do 3º trimestre em relação ao período homólogo, para €119 milhões, com melhorias em quase todos os segmentos, ajudada por uma recuperação do mercado espanhol. Os produtos e serviços de conveniência e soluções de energia continuaram a crescer e já representam mais de 30% dos resultados operacionais.
Além da transformação da rede de lojas e da introdução de novos conceitos de conveniência, a Comercial continuou a expandir a rede de carregamento para a mobilidade elétrica que, no final de setembro, totalizava já mais de 9.000 pontos na Península Ibérica, um crescimento de 64% em relação ao final de setembro de 2024.
As Renováveis operaram num cenário de preços da energia solar pressionados, o que levou à adoção de uma estratégia de otimização tanto das atividades de geração, através da limitação voluntária da produção, como das fontes de receitas adicionais provenientes da prestação de serviços de sistema de rede. O Ebitda das Renováveis caiu 35% face ao 3º trimestre de 2024, totalizando €16 milhões.
Indicadores financeiros
A geração de caixa operacional ajustada (OCF) no 3º trimestre atingiu €753 milhões, um aumento de 39% face ao mesmo período de 2024, enquanto a geração de caixa das operações (CFFO) aumentou 65% para €783 milhões.
O Free Cash Flow foi de €548 milhões, o que compara com €193 milhões no mesmo período do ano anterior e permitiu que a empresa reduzisse o endividamento líquido em €245 milhões face ao final do 2º trimestre, mesmo após o pagamento de dividendos a minoritários em empresas do grupo e de um dividendo interino.
Assim, a empresa melhorou o rácio de dívida líquida sobre Ebitda para 0,4x, uma posição financeira sólida face à média da indústria.
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