10 APR 2024
Combustível SAF: viaje a bordo da sustentabilidade
Descubra o combustível SAF e renda-se às suas vantagens. Explore o mundo e embarque na rota da sustentabilidade.
Em 2022, a Galp, em parceria com ANA – Aeroporto e a TAP, foi pioneira na descarbonização do transporte aéreo em Portugal, realizando o primeiro voo com combustível SAF em Portugal, um biocombustível para a aviação que se distingue pela sua sustentabilidade.
Num mundo onde o tráfego aéreo está a aumentar entre 2 e 3% ao ano, o SAF tem um papel crucial para a redução do impacto negativo que a indústria da aviação tem nas alterações climáticas.
Descubra no que consiste, como é produzido e quais as suas vantagens.
O que é o combustível SAF?
SAF é a sigla de Sustainable Aviation Fuel (combustível sustentável para a aviação). Como o nome indica, destina-se aos transportes aéreos, que até aqui, eram dependentes do jetfuel tradicional de origem fóssil (Jet A1, combustível de jato).
Em termos químicos, o combustível SAF tem propriedades semelhantes e cumpre a especificação de qualidade do Jet A1 fóssil, é considerado um “drop-in” fuel, o que significa que pode ser usado sem necessidade de qualquer modificação na infraestrutura logística de abastecimento dos aeroportos e nos motores das aeronaves.
Na sua utilização, o SAF é misturado com o jetfuel até uma incorporação máxima de 50%, mantendo um desempenho semelhante ao combustível fóssil. No entanto, a pegada de carbono do SAF comparativamente ao Jetfuel fóssil é significativamente menor permitindo uma redução de emissões de GEE, ao longo do ciclo de vida , até 80%.
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Como é produzido?
O combustível SAF pode ser produzido por hidrotratamento a partir da biomassa e da utilização de energia renovável – resíduos orgânicos convertidos em energia.
Preferencialmente, esta biomassa advém de resíduos alimentares (óleos alimentares usados - UCO, ou resíduos de gordura animal). Também as culturas energéticas podem ser cultivadas para a produção deste biocombustível, desde que sejam sustentáveis e que não compitam com o mercado alimentar.
Em Sines, está previsto a Galp iniciar a produção de SAF em 2026. A par do SAF, na mesma unidade, a Galp também irá produzir o Gasóleo Renovável 100%.
As 5 vantagens do combustível SAF
Para entender a importância do SAF e o seu impacto na aviação, é essencial analisar as suas vantagens.
1# Redução das emissões de carbono
Em comparação com o jetfuel tradicional, a pegada de carbono do combustível SAF é significativamente menor, permitindo uma redução de GEE até 80%.
2# Diminui outras emissões nocivas
Para além de reduzir a emissão de CO2, o SAF possibilita a redução de emissões de partículas e enxofre, prejudiciais à saúde humana e ambiente.
3# Compatível com os motores das aeronaves e com a infraestrutura logística de abastecimento dos aeroportos
O SAF é considerado um “drop-in fuel”, o que significa que pode ser utilizado sem necessidade de qualquer modificação nos motores das aeronaves e na logística de abastecimento.
4# Resposta imediata aos desafios da aviação
A eletrificação e outras fontes de energia sustentáveis, como o hidrogénio verde, ainda não são soluções viáveis e disponíveis para a aviação. Mas o SAF, sim. A sua componente ecológica, praticabilidade e facilidade de utilização dão uma resposta imediata aos desafios da aviação.
5# Redução da dependência de combustíveis fósseis
Como a sua produção é realizada a partir de fontes renováveis, a dependência de combustíveis fósseis é minimizada.
A história do primeiro voo com combustível SAF em Portugal
O primeiro voo com SAF em terras lusas foi realizado por um Airbus A321neo, entre Lisboa e Ponta Delgada.
Este Airbus incorporou 39% deste biocombustível no seu depósito, reduzindo as emissões CO2, considerando o ciclo de vida do produto, desse voo em 35% em comparação com a alternativa fóssil.
O voo histórico foi realizado em julho de 2022, numa parceria entre a Galp, TAP e ANA.
Em suma: combustível SAF, o presente e futuro dos combustíveis para a aviação
As vantagens do SAF são claras: este biocombustível é uma solução imediata para tornar a aviação mais sustentável, podendo reduzir as emissões de CO2 até 80% num setor que é responsável por uma quantidade significativa de emissões de carbono que tanto contribuem para as alterações climáticas.
O SAF representa, portanto, uma mudança de paradigma: do petróleo para as fontes renováveis e limpas, para uma descarbonização mais célere e uma redução dos efeitos das alterações climáticas, como o aquecimento global.
No entanto, a sua produção ainda acarreta elevados custos e ocorre a uma escala ainda limitada.
Em linha com a iniciativa “RefuelEU Aviation”, que visa aumentar a oferta e procura de SAF na União Europeia, está previsto a Galp iniciar a produção deste biocombustível em 2026, em Sines, aumentando gradualmente a sua oferta.
Atualmente, a Galp disponibiliza as suas soluções para o setor da aviação em 36 aeroportos, nomeadamente em Portugal, Espanha, Cabo Verde e Guiné Bissau. Para isso, obedece a todas as especificações da Aviation Fuel Quality Requirements for Jointly Operated Systems. Saiba mais aqui.